Fernando Canuto Nunes
Tempo real de envio é o ponto chave para VoIP em redes IP onde trafegam pacote de dados que necessitam uma rede estável de baixa latência com mínimos atrasos (delay).
Por isso a importância de QoS na rede – sigla em inglês de Quality of Service, ou Qualidade de Serviço. A prioridade para os dados e a garantia de envio são os responsáveis pela qualidade.
Através do QoS, fluxos de dados das aplicações são categorizados em classes de serviço e recebem tratamento diferenciado, de acordo com a importância do pacote. Este tratamento se dá por mecanismos de controle e priorização de fluxo.
Mas precisamos realmente de QOS na rede? Sim. Imagine uma rede IP onde trafegam vários pacotes de diferentes serviços, como FTP, http, DNS, MP3, RDP e SMTP, em um link de 256Kbps.
Um computador conectado à internet consome em média de 8 a 10Kbps (se não estiver fazendo download). Já uma ligação VoIP consome em média 8Kbps de codificação utilizando codec (G.729) mais 16Kbps para o IP+RTP+UDP+Payload. Somando tudo, encontramos 24Kbps em média por uma ligação VoIP.
Agora imagine nessa mesma rede doze máquinas conectadas à internet, com quatro ligações VoIP simultâneas e um computador fazendo FTP. Teríamos o link saturado com a toda a banda praticamente consumida e as ligações VoIP seriam com certeza prejudicadas, porque não haveria prioridade para os pacotes de VoIP na rede.
Ou seja, os pacotes de VoIP precisam sair da rede em tempo real sem atraso (ou com o mínimo de atraso possível), mas se a rede não possuir prioridade, simplesmente os pacotes que chegarem primeiro terão preferência. Os pacotes de VoIP esperariam outros pacotes que estivessem na sua frente disputando a banda disponível e teriam sua saída atrasada.
Na prática, a idéia é colocar tudo que é sinalização ou pacote VoIP (no caso H323, SIP, RTP) na frente de todos os outros pacotes saída/entrada de throughput, ou disponibilizar uma quantidade específica de banda para os pacotes que possuírem preferência na rede.
Em um método de QoS onde aplicamos enfileiramento, os pacotes sem prioridade ficam aguardando a sua vez para serem transmitidos, enquanto os prioritários utilizam toda a banda ou uma parte pré–definida dela. As outras aplicações ou pacotes ou aguardam sua vez ou recebem uma porcentagem menor da banda.
Assim, se uma pessoa tentar fazer um download ao mesmo tempo em que uma outra estiver fazendo uma ligação VoIP na mesma rede, o QOS dará preferência para a ligação VoIP. Se estiver definido no QOS uma parte da banda para as outras aplicações, o download acontecerá de forma lenta, pois utilizará uma parte menor da banda e sem prioridade, enquanto a aplicação VoIP ganha a maior parte do link com prioridade de saída.
São estes os mecanismos básicos que formam a arquitetura de QoS:
Classificação: pacotes são classificados por classes de serviço. Podemos, por exemplo, classificá–los por endereço IP, ou porta TCP da aplicação.
Marcação: a classe de serviço de cada pacote é identificada por marcação de cada pacote. A marcação no campo ToS do cabeçalho do pacote IP é o padrão mais utilizado hoje.
Policiamento: tráfego excedente ao requisito de serviço pode ser descartado.
Enfileiramento: filas são criadas para cada classe e a banda do enlace pode ser dividida para cada fila.
Claro que devemos levar em consideração o tipo de acesso à conexão IP que temos – se o link para a internet é uma conexão ADSL, frame relay, Wi–Fi (wireless) –, pois existem diferenças bem grandes para cada uma, principalmente em qualidade.
Conexão Wi–Max vai impulsionar VoIP
Em relação a qualidade de conexão, a grande mistura esperada para esse ano é a da VoIP com a tecnologia Wi–Max, sigla em inglês para Worldwide Interoperability for Microwave Access.
Wi–Max é uma rede de conexão sem fio com alta performance, capaz de cobrir uma área muito grande com uma qualidade excelente e alta velocidade. Conhecido como um padrão Wireless 802.16, Wi–Max é uma extensão das redes Wi–Fi (redes sem fio) que permite cobrir áreas de até 50 quilômetros de distância com acesso à internet sem fio, em velocidade de até 74 Mbps. É própria para áreas metropolitanas, pela performance e disponibilidade. Outras vantagens são a flexibilidade e a velocidade de instalação.
O padrão 802.16 (Wi–Max) tem qualidade de serviço para a transmissão de voz e vídeo, que requerem redes de baixa latência. Garantia de banda e criptografia estão previstos no padrão 802.16, o que permite transmissões seguras e procedimentos de autenticação, tudo o que o VoIP precisa para ser 100% funcional
Essa mistura trará certamente grandes benefícios aos usuários, que terão mobilidade de acesso para realizar ligações VoIP através das redes de grande potência. Antes do meio do ano muitas empresas já estarão como suas redes Wi–Max em pleno funcionamento.
A empresa americana de serviço VoIP Net2Phone tem investido nessa idéia. Usa um equipamento que poderíamos chamar de handset, que se conecta em redes Wi–Max para realizar ligações VoIP.
O usuário, com mobilidade, conecta o dispositivo em um hot–spot uma rede sem fio de grande potência, se autentica e realiza as chamadas VoIP de forma transparente.
Será que podemos apostar nessa idéia? Sim, pois trazer benefício convergente onde dados, voz e imagem são acessíveis com facilidade e transparência é um grande recurso. Indo um pouco mais longe, pense celulares se conectando a essas redes para realizar ligações VoIP. Algumas empresas de celulares já estão desenvolvendo esse serviço em seus aparelhos.
A tecnologia VoIP está cada vez mais forte e terá muito mais para nos oferecer ainda. [Webinsider]
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Artigos de autores diversos.
Uma resposta
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