Juntamente com a torcida do Timão, temos assistido o nascimento de mais um fenômeno na comunicação digital, parecida com o que vimos quando o e–mail caiu no uso popular, antes dos abençoados instant messengers: o SMS.
Pensando no mercado brasileiro, o SMS começou tímido, com projeções não muito otimistas, e tomou grandes dimensões em 2004. O que nos dá esperança do crescimento de seu uso em 2005 – além de abrir as portas para que os usuários conheçam novas funcionalidades do celular.
Por “n” motivos, como o preço mais baixo que o de uma ligação, a possibilidade de enviar a mesma mensagem para um grupo de pessoas, a familiaridade que os jovens já têm com o meio digital e o aumento espantoso na venda de celulares – sendo que mesmo os modelos mais baratos contam com a funcionalidade de envio de mensagens –, o uso do SMS cresce em progressão geométrica. Além de democrático, pois não preciso de um celular topde linha para poder me comunicar – o que diversifica muito o perfil do target.
Mais impressionante – e lindo – é ver o fenômeno em movimento. Em qualquer passeio, vemos no mínimo uma pessoa enviando mensagens pelo celular em ritmo frenético. Eu que sou dona de um celular com teclado convencional, já estou tão habituada a enviar mensagens, que sou capaz de escrever mal olhando o aparelho.
Mas fico ansiosa (e feliz) ao ver despontar um novo horizonte no mercado digital, ainda pouco explorado. Sensação de de jà voir. Tenho certeza que o SMS é somente o início do segundo round. Existem coisas muito mais cool que isso nos celulares atuais, como toques em MP3, câmera digital, captura de vídeos, etc., mas por enquanto essas funcionalidades são restritas a quem pode desembolsar no mínimo uns R$300,00 por aparelho. Ops… quanto custava mesmo o super analógico PT550?
Se tomarmos como base que a menos de 10 anos atrás os computadores tinham capacidade de 500mb, o gif animado ainda estava sendo inventado e nem se ouvia falar em Flash, o celular tem caminhado a passos largos, com a vantagem do telefone ser um instrumento muito mais difundido entre a população em geral que o computador. Daí que aprender a escrever no tecladinho do telefone é um passo a mais.
Além da convergência de mídias começar a tomar forma. Embora o carro chefe definitivamente pareça ser o SMS – tenho ouvido falar pouco em WAP – as possibilidades dos novos aparelhos parecem infinitas.
E para onde podemos caminhar?
Pensando um pouco mais além, como internauta querendo se desplugar do computador (ou me plugar ainda mais, dependendo do ponto de vista), acredito que é a hora de começarmos a estudar duas coisas: a questão do acesso à informação e a produção de conteúdo móvel.
Por mais que os aparelhos hoje possibilitem o acesso WAP, esbarramos nessas duas questões: acesso caríssimo e conteúdo pobre. Pouca informação além de uns downloads, o que é muito menos do que a internet nos oferece hoje, a um custo muito mais baixo. A relação custo x beneficio ainda é ruim. O que gera oportunidades…
Os últimos modelos de celulares não são meros telefones, são multifuncionais. Modem, enviador de mensagens, agenda de compromissos, alarme, câmera digital, mp3 player, rádio FM são só algumas das facetas que o aparelhinho pode ter. Mas devido à minha proximidade com a internet, as funcionalidades de modem e conexão e sincronização com o computador são as que mais me atraem.
Sei que estou querendo muito de um mercado tão novo, não preciso repetir que sou ansiosa. Mas seria muito interessante que os provedores de conteúdo começassem a oferecer pacotes especiais para seus assinantes juntamente às operadoras, e cobrar menos pelo acesso GPRS – e assim posso levar o meu modem para qualquer lugar.
Sem me aprofundar na regra de negócio, não podemos acreditar que seja impossível. E não podemos acreditar que o conteúdo seja algo viável enquanto a questão do acesso não estiver bem resolvida. E a questão do acesso não será resolvida no Brasil enquanto não houver um motivo.
Mas enquanto a questão do acesso não se resolve…
…é hora de nos adiantarmos em termos de produção de conteúdo, para quando o mercado estiver preparado.
Da mesma maneira que na internet tínhamos as resoluções de 640×480 em diante, com 256 cores em diante, nos aparelhinhos contamos com uma realidade um pouco mais árida (mas não menos interessante) para trabalhar: desde 2 cores, passando por 4000 até chegarmos num visor de 256000 cores TFT – isso se não já não houver alguma resolução melhor. Além de peso, tipos de arquivos disponíveis, como trabalhar com cores, animações e som para esse tipo de “monitor”, entre outras coisas.
E olha que até agora só falei em design, por que ainda podemos pensar em envio e armazenamento de dados. E a arquitetura de site para celular? Como navegar nessa telinha? Se digitar no tecladinho do celular ainda é uma tarefa árdua, qual a maneira mais prática para que os usuários acessem o conteúdo? Será que o push é a melhor fórmula para obtenção de conteúdo? Será que estou viajando muito?
Penso muito nessa questão desde que comecei a trabalhar com os aparelhinhos, tenho estudado alguns sistemas, conteúdo, ainda não tive o prazer de produzir nada profissionalmente, mas tenho até os meus palpites sobre qual “sistema operacional” vai prevalecer nesse mercado mobile, e acho tão interessante quanto achava a guerra do Netscape x Explorer. Estou adorando o revival!
Meu recado: e–profissionais… troquem seus celulares por um modelo mais moderno! (mas mantenham os antigos para testes) É hora de arregaçar as mangas, estudar, e começar tudo de novo. [Webinsider]
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Maira Costa
Maira Costa (maira.costa@thinktwice.com.br) é Diretora de Planejamento da Thinktwice Marketing de Inovação.
Uma resposta
Ola!
Eu gostaria de saber mais sobre sms, eu ja trabalhei na area de telefonia na verdade ja tive uma loje de celulares mas eu me intereceu em envio de sms,como funciona este mercado vc pode ir mais a fundo me explicando melhor queriada……
Obrigada