Telefônica quer levar Speedy ao Nordeste

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Os usuários da internet rápida no Nordeste, a chamada banda larga, estão próximos de ganhar uma bem–vinda alternativa à hegemonia da Telemar nas conexões DSL, utilizada pelo serviço Velox. É que a Telefônica, operadora de telecomunicações que atua em São Paulo, analisa a possibilidade de expandir a área de atuação para a Região Nordeste com o Speedy – conexão rápida, similar ao Velox, sob a mesma tecnologia DSL.

O Speedy usa a linha telefônica para conectar o usuário à internet em alta velocidade. A linha é convertida/adaptada para receber o intenso tráfego de dados e um modem externo é ligado ao computador, através de uma placa de rede. É um processo simples e a conexão é configurada em segundos.

Em São Paulo, o Speedy conta com a vantagem de ter mais planos de acesso e assinaturas, incluindo uma velocidade de conexão, residencial, de 2 Mbps – mais do que o dobro do plano mais rápido ofertado pela Telemar, de 768 Kbps.

A Telefônica confirma oficialmente a expansão, mas guarda a estratégia a sete chaves e não revela detalhes técnicos ou comerciais do lançamento. Os diretores da empresa também não podem falar à imprensa, mas antecipamos com exclusividade, de acordo com informações de bastidores e consultas a especialistas em telecomunicações, o que os internautas da região podem esperar do serviço.

Ligação conturbada

A chegada da Telefônica pode ser uma verdadeira linha cruzada. Porque hoje, só quem oferece conexões rápidas por DSL (Digital Subscriber Line ou Linha Digital de Assinante, em português) é a Telemar. E as regras básicas de mercado são claras: em qualquer setor da economia, a empresa a deter os únicos meios de oferta tende a praticar o preço que quiser, restando ao consumidor a opção de aceitar ou não.

No caso da internet, há um agravante: as provedoras das soluções em banda larga nunca disponibilizam os serviços onde o retorno financeiro não seja garantido.

Em São Paulo, o Speedy da Telefônica usa a mesma tecnologia adotada pela Telemar no Nordeste, com o diferencial de que existem mais opções de planos e assinaturas. Durante quase duas semanas, a reportagem procurou os diretores da Telefônica, mas nenhum teve permissão para revelar detalhes da investida na Região Nordeste. No entanto, oficialmente a empresa confirma o projeto de expansão para as capitais nordestinas, trazendo não apenas o Speedy, mas também outros serviços de telefonia e transmissão de dados.

De acordo com informações vazadas à imprensa em São Paulo, a Telefônica supostamente dispõe de R$ 1,7 bilhões no orçamento reservado para investimentos em 2005. Trata–se de uma aposta de risco. Caso concretize a idéia de se expandir para o Nordeste, a empresa vai encontrar uma série de “linhas congestionadas” para resolver.

O primeiro problema é a infra–estrutura, a qual requer um investimento alto por parte de qualquer empresa interessada na concorrência do DSL. É que a Telemar herdou da antiga Telpe (PE), após a privatização das teles em 1998, a infra–estrutura de linhas no Estado. A mesma vantagem também foi obtida pela Telefônica, em São Paulo, cuja herança veio da Telesp.

O presidente do Teleco (uma associação de especialistas em telecomunicações), Eduardo Tude, explica resumidamente três alternativas que a Telefônica poderia dispor:

1 – alugar da Telemar a estrutura necessária à instalação do Speedy;
2 – investir na instalação de novos cabos e fios de cobre;
3 – adotar outra tecnologia de conexão para o Speedy, mantendo apenas o nome do serviço.

“É uma situação bem difícil, pois as três opções envolvem custos altos e restrições técnicas consideráveis. Além do DSL, eles poderiam tentar uma conexão via rádio, individual, mas o preço para o usuário final pode não ser atraente,” explica Tude.

Em São Paulo, quem oferece conexão individual por rádio é a Vésper, com o serviço batizado de Giro. Este tipo de conexão não é o mesmo utilizado por alguns provedores recifenses com internet de condomínio. “Os provedores locais apenas colocam um receptor e criam uma rede local no edifício, não é uma conexão via rádio até a casa do usuário,” define.

Uma possibilidade levantada pela equipe do Teleco, porém não confirmada pela Telefônica, é que a empresa possa lançar o Speedy apenas em fase–piloto, para usuários selecionados, e depois vender o serviço somente para empresas cujo tráfego de dados seja lucrativo. “Como o uso empresarial paga bem mais do que o residencial, talvez seja uma opção financeiramente viável para a Telefônica,” pondera Tude.

Concorrência requer amadurecimento

Hoje, o Velox possui apenas três velocidades: 256 kbps, 512 kbps e 768 kbps. Uma conexão via modem e linha discada não ultrapassa 50 kbps. “Existe a possibilidade de a Telefônica não se tornar exatamente uma concorrente, mas apenas querer a fatia de mercado dos usuários mais avançados e empresas com grande volume de tráfego, situações nas quais haja necessidade de 2 Mbps de conexão ou mais,” diz um técnico em telecomunicações que prefere não se identificar.

Outra opção seria investir nos bairros onde o Velox e os outros serviços de banda larga não estejam disponíveis. Muitos internautas reclamam da restrita área de cobertura da Telemar e da Cabo Mais. Bairros como Jordão, Candeias e até Piedade, além de vários outros trechos de Jaboatão dos Guararapes, simplesmente não recebem o Velox porque a Telemar reconhece, abertamente, que não há “demanda suficiente” para investir na oferta do Velox nesses locais.

Questionada sobre a chegada de um eventual concorrente para o Velox, a Telemar se limita a responder, em nota oficial, que “a empresa acredita que a competitividade traz grandes benefícios para o consumidor e vê com bons olhos a chegada de novos competidores ao mercado”.

Na Cabo Mais, a gerente de marketing e negócios, Poliana SantAnna, revela–se um pouco cética em relação a novos concorrentes. “A gente entende que é um mercado em franca expansão e com expectativas promissoras, mas qualquer novo integrante terá que passar por todo o processo de amadurecimento até atingir o nível dos atuais (players) de mercado,” acredita Poliana.

Concorrente acumula queixas

A concorrência é muito bem–vinda, mas engana–se quem acha que a Telefônica vai resolver todos os problemas. Em São Paulo, a quantidade de reclamações contra a empresa é tão alta quanto a da concorrente por aqui. O número de usuários que não agüenta sequer ouvir o nome da operadora, sem ter calafrios ou crises de hipertensão, cresce a cada dia. Qualquer semelhança com a realidade local pode até ser mera coincidência.

As provas estão nos relatórios do Procon–SP, que no último levantamento colocou o setor de telecomunicações como líder de reclamações no Estado de São Paulo. Em 2004, foram 12.098 reclamações formais, as quais 39% referentes à telefonia. A Telefônica teve 1.042 queixas. O Procon–SP destaca, entre as reclamações, a deficiência das empresas em prestar informações ao consumidor, falta de clareza sobre contratação de planos, promoções e solicitações de serviços.

O analista de sistemas, Alexandre Monetto, mora em Sorocaba–SP e passou por uma situação idêntica a de muitos usuários recifenses. “Há quase três anos solicito o Speedy. Eles até ligam para minha casa, oferecem o serviço, mas não instalam. Já cheguei a comprar o kit deles, assinar um provedor de acesso e, na hora da avaliação técnica, diziam que não podiam instalar. Mas continuam fazendo propaganda que instalam”, relembra. Monetto explica que, em duas ruas próximas, a Telefônica instalou o serviço na casa de outras pessoas.

No ranking de reclamações do Procon–SP, mais de um terço da lista inclui operadoras de telefonia fixa e móvel, incluindo serviços de internet. Até na lista de serviços essenciais, a telefonia continua sendo o setor com mais reclamações dos consumidores. O Procon destaca mais problemas, como inclusão nos cadastros de proteção ao crédito de consumidores que não haviam solicitado linhas, além de serviços de entretenimento e chats disponibilizados sem prévia solicitação e conhecimento dos responsáveis pelas linhas. [Webinsider]

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Com Folha de Pernambuco. Leia a reportagem completa, com exemplos e situações locais.

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Avatar de Paulo Rebêlo

Paulo Rebêlo é diretor da Paradox Zero e editor na Editora Paradoxum. Consultor em tecnologia, estratégias digitais, gestão e políticas públicas.

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4 respostas

  1. Que venha a Speedy, a velox e uma empresa representada por ladrões e mafiosos, que cobram propina para aumentar velocidades ou disponibilizar velox em determinadas regiões, nao oferece velocidade superior a 300 kbps no interior dos estados, mal atendimento, pilantras auterando sua velocidade, derrubando, não a contrate, ela e a pior empresa do mundo em questao de servicos e atendimento, uma tremenda vergonha…. FICO COM A GVT OU SPEEDY

  2. ISSO É BASTANTE INTERESSANTE A TELEFONICA ENTRAR NO MERCADO, HOJE ESTAMOS CANSADOS DO SERVIÇO DA OI VELOX AQUI EM PERNAMBUCO, POIS O SERVIÇO NAO ABRANGE TODO OS BAIRROS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE. MESMO PORQUE, QUEM QUER O SERVIÇO BANDA LARGA AQUI POR EXEMPLO EM OLINDA TEM QUE PAGAR PROPINA PARA PODER TER NA SUA LINHA O SINAL DA VELOX.
    EXISTE UMA EMPRESA QUE PRESTA SERVIÇO PARA OI, AMR ONDE AQUI EM OLINDA OS CARAS COBRAM PARA COLOCAR INTERNET NA SUA LINHA, INFELISMENTE O CLIENTE TEM QUE DESEMBOLSAR R$ 200,00.

    É UM GRANDE SONHO MEU E DE MUITOS QUE GOSTAM DE INTERNET E DEPENDEM DA OI, FICO MUITO GRATO PELA OUSADIA DA TELEFONICA.

    RAFAEL MAGALHÃES
    OLINDA – PE

  3. O que posso falar sobre a velox é que ela não se importa com seus usuários e não procura crescer, além disso seu trabalho fornecido não serve para nada. Abraços e que venham concorrentes para essa empresa.

  4. quero dizer que a telemar não se interessa por melhorar os serviços no que diz respeito a banda larga para os seus usuários fica na promessa na promessa e não sai nada esta faltanto memsmo é CONCORRÊNCIA aqui no nordeste e enquanto isso;nós ficamos a mercer da TELEMAR!
    josewaltecio um abraço para todos e se puderem nos ajudar a sair deste atraso,legal!

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