Vai aqui o resumo do que aprendi nos últimos dez anos com a Pontonet, minha firma de consultoria em internet e tecnologia.
Espero que os donos de outras novas e antigas empresas não repitam os mesmos erros.
1. Só tenha sócios que agreguem
Ter um sócio é bom, ainda mais quando estamos inseguros ao montar o negócio. Mas quando a empresa começa a faturar, tudo que ganhas, tirando as despesas, será dividido com alguém.
Ou seja, o sócio realmente tem que valer a pena: ou traz novos clientes ou permite que você atenda mais e melhor os que consegue.
É claro que é melhor dividir R$ 100 mil, do que apenas R$ 50 mil. Mas é péssimo repartir por dois ou mais os suados R$ 50 mil, sem perspectiva de expansão.
Ou seja, sócio tem que multiplicar e não dividir.
2. Gaste o menos possível
No início, todo mundo está com aquele pique enorme. E tem um sonho–padrão de empresa na cabeça: escritório, mesas e placa na porta com o nome do empreendimento.
Mas você precisa disso tudo?
Hoje, já que a internet possibilita trabalho a distância, será que vale à pena montar escritório? Caso sim, quando é o melhor momento para dar esse passo?
Se já existem contratos fixos de longo prazo, que sustentam a estrutura, é um ponto a favor, ainda mais se a sala vai gerar novos negócios.
Mas para quem só tem receitas variáveis é um risco enorme, pois vai precisar levantar dinheiro de qualquer jeito para manter o custo fixo, nem sempre com projetos que valem a pena dentro da estratégia da empresa.
Se o escritório deixa de ser fonte de receita e passa apenas a poço de despesas, avalie bem.
Se há um ambiente em casa propício ao trabalho a distância, pense, então, ainda mais.
3. Procure mercados em expansão e com diferencial
Sugere-se sempre que se faça um Plano de Negócios antes de montar a empresa. É um bom conselho, mas a maioria, por problemas de tempo, cultura e dinheiro não o faz.
O mais importante, entretanto, é atuar em mercados em expansão, com dinheiro circulando e perspectivas.
Mais: você terá sempre que agregar valor para seu cliente. Quando alguém contratá–lo, é preciso, ao final do projeto, aumentar de alguma forma o que ele fatura, ou reduzir custos.
E ainda: se preocupe com as empresas que competem com você, pois terá que criar diferencial em relação a elas. Ou de preço, ou de qualidade, complexidade e, principalmente, do retorno final para o cliente.
4. Nunca trabalhe sem um bom contrato
Sim, o primeiro nunca é o ideal, mas na área de serviço, só se ganha dinheiro com um bom contrato. Aprimore–o a cada erro.
Quem vende serviço, vende vento.
Nada do que entregamos é palpável, como um computador, um carro ou uma televisão.
No contrato, então, é preciso descrever com detalhes o que vai entregar ao final do trabalho para cliente, tornando o vento cada vez mais concreto.
Quanto melhor descrever os serviços, menos problema terá.
Opte ainda por parcelar o trabalho, no decorrer do projeto, sempre recebendo sinal e valores por cada etapa. Esse método compromete o cliente e diminui o risco de possíveis calotes.
Pense como o cliente e verá que vai abrir cada vez mais portas.
5. Empresas pequenas devem procurar clientes grandes
Quando se começa, existe a tendência na área de serviços a trabalhar no varejo com muitos clientes, ganhando pouco de cada um. Isso exige muito capital, um plano de negócios afiado e tempo para dar certo.
Para começar é bom, mas a meta deve ser outra (a não ser que pretenda montar uma empresa maior e tenha capital para isso).
Cada cliente quer ser atendido como se fosse grande e é normal. Quando encontram a estrutura bem montada, se adequam.
Mas ao se deparar com a pequena empresa, crescem mais ainda e ficam exigentes, querendo que se adeque a eles.
Ou seja, você terá dezenas de pequenos grandes clientes, que vão ocupar muito, terá poucos recursos e, ao final, trabalhará muito e ganhará pouco.
Prefira, assim, ter bons clientes grandes, do que ter muitos clientes pequenos.
6. Respeite clientes, fornecedores e funcionários
Uma atitude desrespeitosa nunca vai para debaixo do tapete. Os seres humanos gostam de falar mal dos outros, ainda mais se lhe dão motivo.
Portanto, não crie inimigos sem necessidade. Não é bom para consciência, nem para negócios.
O cliente ou fornecedor de hoje pode indicar mais um novo cliente amanhã. E o estagiário atual pode ser o cliente futuro.
Seja ético, faça o serviço de forma profissional e pague todos da sua equipe em dia.
Uma rede de contatos positiva é fundamental!
7. Tenha um bom e honesto contador
Não deixe a contabilidade com qualquer um, muito menos envie cheque para o contador pagar tudo sem pedir de volta os recibos pagos.
O Brasil é um dos países mais burocráticos do mundo e por causa disso não descuide, pois o batalhado dinheiro pode se esvair em multas.
8. Apresente bem a empresa a todo momento
O website tem que dizer exatamente quais os serviços realiza, quem são os principais clientes e ,se possível, o depoimento deles avaliando o trabalho realizado. E os ganhos que eles podem obter com você.
Coloque ainda todos os seus contatos, do telefone ao e-mail.
Responda rapidamente os pedidos de informação, se possível, por telefone.
Saiba divulgar o site nas ferramentas de busca.
Tenha sempre o cartão de visita apresentável, não economize neste momento. Vista–se de forma adequada para lidar com cada cliente (inclui cabelo e unhas aparadas) e seja pontual, confirmando sempre antes de sair do escritório se ainda podem recebê-lo.
9. Não tenha medo de mudar o foco
A área de serviços permite flexibilidade.
Assim, seja atento: leia revistas e jornais de negócios, com olhos nas novas oportunidades.
Visite com freqüência sites de concorrentes e freqüente congressos e feiras.
Converse regularmente com os clientes e saiba o que pensam do futuro, leia o plano estratégico deles para saber para onde vão e como ajudá-los a ter sucesso.
Hoje, tudo muda. E não existe empresa que passe mais de cinco anos fazendo a mesma coisa – ainda mais em tecnologia.
10. Não perca o foco
Na verdade, quando montou a empresa qual era o objetivo?
Pense nisso o tempo todo. Existem diversos tipos de empresários e perspectivas. Conheço alguns que focaram tudo no dinheiro, brigaram com todo mundo e hoje estão com dificuldades de relacionamento.
Existem também os que não se preocupam com isso e são mais Organizações Não Governamentais do que empresas e vivem com problemas de grana.
Procurar e manter o equilíbrio entre estas duas vertentes é fundamental, um dilema eterno: como manter o conceito e faturar?
Boa sorte! [Webinsider]
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Carlos Nepomuceno
Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.
Uma resposta
Gostei das dicas. e vocês sabiam que a Globo Minas e a Record Minas tem Helicopteros para ajudarem na cobertura de eventos e acontecimentos ???