No início de 2005, mudei de endereço. E, durante três meses, tive uma experiência que todos que trabalham com internet deveriam ter: navegar usando conexão discada, com direito até ao famoso barulho de conexão de modem.
Por onde naveguei, a conclusão é uma só: podemos contar nos dedos os sites que pensam nos usuários de conexão discada. Mesmo os portais, que em teoria têm esse cuidado, demoram cerca de um minuto por página para carregar. Ou seja, se você navegar por dez páginas, levará cerca de dez minutos. Nem mesmo o Google, que é um site simples visualmente para ter mais velocidade, carrega com rapidez. Apenas o e–mail com texto puro e os comunicadores instantâneos podem ser usados com relativa facilidade.
Por isso, torna–se óbvia a conclusão de institutos de pesquisa de que o usuário de banda larga navega mais que o usuário de conexão discada. A não ser que você aproveite os dias e horários promocionais, em que paga apenas um pulso, navegar usando conexão discada significa gastar uma fortuna com pulsos telefônicos, além de ser um exercício de paciência. É por esses problemas que se explica, também, a migração dos usuários de conexão discada para banda larga.
Mas a banda larga, pelo menos em relação aos usuários residenciais, ainda está longe de ser maioria. Analisando alguns números do início de 2005, o portal líder em banda larga no Brasil possui 850 mil assinantes de sua base de 1,7 milhão de pessoas. Ou seja, se no provedor líder apenas metade dos usuários usa banda larga, nos outros provedores esse número deve ser ainda menor. E não podemos nos esquecer dos serviços de acesso gratuito, utilizados por milhares de usuários e que oferecem conexão discada gratuita à internet.
Se os serviços de banda larga continuarem ao preço atual, cerca de R$ 100,00 por mês, a internet ficará restrita a um número determinado de pessoas que têm poder aquisitivo para assiná–los. Somam–se a esses usuários aqueles que usam internet no trabalho ou a serviços de aluguel de banda larga, como cyber cafés. Apesar do número de usuários de banda larga crescer rapidamente, vai chegar a um limite como chegou o número de usuários de internet no Brasil.
Imagino que você esteja perguntando: se os usuários de conexão discada ainda são maioria, porque poucos sites pensam neles? Essa á uma pergunta que não tem resposta, apenas suposições.
A primeira suposição é que muitas pessoas que possuem conexão discada em casa acessam a internet em banda larga do trabalho ou escola. A segunda é que é preciso testar tecnologias e se preparar para o futuro, quando a banda larga estará mais popular.
A terceira é que a disputa pela atenção dos consumidores ou dos cliques dos visitantes leva à utilização de recursos que chamam mais a atenção e acabam sendo mais pesados: vídeos, fotos, animações em flash, e–mails em HTML, etc. Por último, existem a dificuldade e os custos da construção de sites diferentes para diferentes conexões.
Estamos chegando a uma fase de grande desenvolvimento na internet: as páginas são bonitas, têm conteúdo e usabilidade, mas a dificuldade de acesso a elas torna–se cada vez maior com conexão discada. É como alguns lugares paradisíacos: eles estão lá com toda sua beleza, mas o acesso só é possível com carros 4×4. Sem banda larga, grandes atrativos da internet se inviabilizam. Por exemplo, só com banda larga é possível assistir a vídeos, uma das grandes promessas da internet.
Tanto por motivos técnicos quanto econômicos, a popularização da banda larga está longe de acontecer. Então o que nós, que trabalhamos com internet, podemos fazer pelos usuários de conexão discada? Pouca coisa além de tentar saber com mais exatidão quem são os usuários dos nossos sites.
Além de fazer um site mais ou menos pesado, você já parou para pensar em todas as relações que a conexão que seu visitante usa pode implicar? Só pra exemplificar (nada disso é comprovado, é apenas um exercício), uma pessoa que tem banda larga pode ser um usuário mais freqüente de internet. Logo pode ter um navegador mais atualizado, com mais plug–ins e usar uma resolução de monitor maior.
Uma pessoa que tem conexão discada, por sua vez, pode não ter a última versão dos plug–ins, assim como usar resoluções de monitor menores (por ser um usuário menos freqüente).
Este é um artigo que está propositalmente sem conclusão. Até porque ele não tem conclusão: é um convite para que você experimente a conexão discada e veja como pelo menos metade dos usuários residenciais brasileiros navega. Navegar com conexão discada torna a internet uma experiência terrível. Depois que você se acostuma com banda larga, então, fica pior ainda. Minha paciência durou três meses. Veja quanto a sua dura. [Webinsider]
7 respostas
o comentario da vania se torna muito arrojado e profunda conhecedora do assunto
gostei muito do comentario da srta vania lopes
É, enquanto tiver gentepagando até R$200,00 pela banda larga,não vai haver melhora em termos de valores.Muita gente ainda não aprende que se um produto está com o valor alto,não devemos comprar,até que se rendam.
Desejo fazer a conexão
internet discada é uma bosta!
o qui deu inteder e qui a banda larga possui muitos trabalho com energia ela tem muitos contatos com aparelhos como computador e em fim ela trabalha com varios tipos de coisas eu achei muito legal estuda sobre a banda larga ela fala muito sobre varios tipos de trabalhos
A conexão discada demora muito para garrega por isso os usuarios preferem banda larga que carrega com mais velocidade,o instituto de pesquisa chegou a conclusão que o navegador de banda larga navega mais do que o de conexão discada,por isso o banda larga é lider em assinantes no brasil por mais ou menos 1,7 milhão de pessoas,tanto por motivos tecnicos como economicos a popularização de banda larga vem crescendo etc.