A forma como as pessoas se relacionam está evoluindo, moldando-se e modificando-se. Mas não se enganem, isso não é reflexo dos avanços tecnológicos e sim o contrário. A tecnologia evolui para acompanhar as necessidades interpessoais de nossa sociedade moderna e conectada. Presenciamos um momento no qual interagir, compartilhar e distribuir está consolidado no cotidiano e vemos claramente o efeito disso na tecnologia.
Por exemplo, os smartphones surgiram como um dispositivo pessoal capaz de realizar ‘n’ tarefas e o mais importante, possibilitar a interação com outras pessoas de qualquer lugar e a qualquer momento. Com eles, as telas começaram a ficar cada vez maiores até um ponto que foi preciso lançar um novo produto: os tablets, ferramentas mais voltadas para o conceito de entretenimento.
Outras duas tecnologias com as quais a conectividade começa a se integrar são os televisores e geladeiras que dão os primeiros passos, permitindo o acesso a redes sociais ou, no caso das geladeiras, também a receitas. A internet começa a se integrar com os objetos de nosso cotidiano, para suprir e se aproveitar desse novo modelo de relação estabelecido.
Você já deve ter ouvido falar de “A internet das coisas”, é exatamente isso.
Mas o que isso representa? Representa uma necessidade da redução de ruído na interação das pessoas com os objetos. O Kinect é o maior exemplo disso: agora já não é preciso o controle, que pode ser visto como um elemento mediador entre as ações e as reações causadas no jogo. A interação acontece quase que diretamente com a máquina, ou seja, a tecnologia se esforça para entender nossos gestos. Não é mais preciso se habituar com um conjunto de direcionais, botões, fios para realizar determinada ação.
Outro exemplo disso é o termostato Nest que aprende como o usuário gosta do clima em determinados dias, horas e épocas do ano e vai se aperfeiçoando, exigindo o mínimo de interferência humana.
Enfim, esse cenário está cada vez mais consolidado. Precisamos de experiências que facilitem o uso das coisas e permitam imergir em conteúdos cada vez mais interativos e tudo isso a partir de hardwares menores e, por vezes, imperceptíveis. A tecnologia caminha para esse momento e eu não me assustaria se os smartphones, nosso primeiro exemplo, começassem a passar por uma transformação de formato e dimensão para se tornarem menos incômodos, menos perceptíveis.
Dizer que as interfaces serão invisíveis não quer dizer que elas não existirão mais, mas começamos a substituir comandos por meio de botões, interruptores para gestures e comandos de voz. As interfaces vão estar nas coisas e elas serão muito mais competentes em entender o que queremos fazer, trazendo um novo universo de interatividade e possibilidades. [Webinsider]
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Gabriel Pinheiro
Gabriel Pinheiro é designer de interfaces. Atualmente trabalha na Highlan Soluções Inteligentes com o planejamento e desenvolvimento de interfaces desktop, web e mobile. Mantém o blog Café Interativo e o Twitter @gabrielboco.