Por incrível que pareça, seu computador, neste exato momento, pode estar enviando seus dados pessoais, inclusive senhas, e até informações sobre o que se faz no micro para alguém em algum lugar.
Os spywares, cuja tradução – software espião – não deixa dúvidas sobre como agem, estão entre as pragas virtuais mais disseminadas pela internet, exigindo que as corporações adotem políticas mais austeras.
Estes programas espiões roubam informações, sem que o usuário sequer saiba que estão instalados em sua máquina. Depois, se auto executam sempre que o usuário se conecta à web, monitorando, capturando e enviando dados para servidores onde são armazenados para fins criminosos ou comerciais.
O resultado em qualquer um dos objetivos é pernicioso. Quando as informações são utilizadas para fins comerciais ou publicitários, em que os programas são conhecidos como Adwares, mas que funcionam da mesma forma que os spywares, o volume de e–mails enviados em forma de spam (envio de informações não solicitadas) cresce vertiginosamente.
Esta prática, quando se trata de uma corporação, torna os servidores de mensagens mais lentos e, obviamente, reduz a produtividade dos funcionários. Já quando os fins são criminosos, a praga expõe dados sigilosos, causa prejuízos financeiros, viola e vasculha a privacidade alheia.
O setor corporativo, especialmente bancos e empresas que trabalham com informações críticas, é o que mais sofre. Tendo que lidar com vários colaboradores, com níveis diferentes de conhecimento sobre os perigos que circulam na rede mundial, precisam adotar políticas de segurança mais austeras para evitar que dados críticos caiam nas mãos de pessoas com intenções suspeitas.
De fato, o problema é muito grave. O sistema de espionagem spyware é uma das ameaças que mais cresce na internet. Pesquisas do IDC revelam que 67% dos PCs apresentam algum tipo de software espião e que o spyware está na quarta posição entre as maiores ameaças à segurança das redes, à frente do spam, dos hackers e até mesmo do ciberterrorismo.
Recentemente, a Info Exame Online divulgou uma pesquisa da Pew Internet & American Life Project que mostra que, dos 93 milhões de internautas americanos, 68% tiveram, no ano passado, algum problema em suas máquinas por spyware ou vírus. É um índice muito alto.
Além disso, houve uma visível sofisticação nos modos de instalação do spyware, principalmente para usuários desavisados. A solução mais inteligente de combater esta praga é partir para o apoio tecnológico. É preciso buscar no mercado soluções mais avançadas que os tradicionais softwares anti–spyware.
Vale lembrar que já existem soluções de baixo custo, que acopladas à rede bloqueiam qualquer tipo de spyware. Não são apenas os desenvolvedores de pragas que evoluíram.
Alguns sistemas chegaram a um grau de sofisticação impressionante, evoluindo do formato de software para appliance, dispositivos de rede que permite gerenciamento centralizado.
Desta forma, não é preciso mexer na máquina do usuário, mas somente na caixa da solução. Além disso, este tipo de appliance combina medidas preventivas, reativas e proativas. Neste sentido, todo o tráfego da internet passa por ele, o que garante um alto nível de eficiência nos bloqueios.
Os e–mails contendo spyware são eliminados antes mesmo de chegar à caixa de mensagens do usuário. Além disso, impede também o acesso a sites de spyware e consegue remover os já existentes numa rede, além de proibir download de vírus, bloquear mensagens por extensão e websites por categoria.
Há também alguns cuidados que ajudam os usuários não corporativos a evitar o “contágio”: Não abra arquivos anexos e não entre em links enviados por e–mails cuja procedência é desconhecida; não seja curioso, já que algumas mensagens dizem que você está sendo traído, que recebeu um cartão de um admirador secreto ou que seu nome está no SPC. E, também, desconfie sempre de mensagens com promoções comerciais muito vantajosas.
Daqui para frente, só vai trabalhar com o “inimigo”, quem quiser. [Webinsider]
Francisco Camargo
Francisco Camargo (fcamargo@clm.com.br) é engenheiro, especialista em marketing de serviços e presidente da CLM Software.