Porque é feito um site? Qual é a relevância dele para a empresa? O quê ou quanto exatamente a empresa ganha com ele?
A respostas a estas perguntas devem estar na ponta da língua das pessoas que trabalham para fazer um site. Mas não são fáceis. Mensurar os resultados de projetos na internet costuma ser relativamente complicado.
De qualquer forma, é extremamente necessário que todos os envolvidos no projeto de um site saibam qual é o objetivo final. Quando isso não acontece é como se um time de futebol não soubesse onde está o gol.
O designer acha que o site deve ser mais bonito e trabalhado graficamente, o programador diz que deve ser funcional e leve, o cliente diz que deve ser igual ao do seu principal concorrente, cada um chuta a bola para onde quer e muitas vezes poucos gols são marcados. Este gol chama–se “conversão”.
A conversão acontece toda vez que uma visita ao site se transforma, se converte, no objetivo do site. Por exemplo, uma loja virtual tem o objetivo de vender seus produtos. Quando um usuário entra no site e compra, a visita dele foi convertida na venda de um produto.
O foco na conversão muda tudo. Quando todo o time sabe para onde correr, o entrosamento entre os departamentos fica mais fácil. O próprio designer, que antes queria encher o site de imagens e animações somente para demonstrar habilidade e ganhar portfólio, agora vai querer deixar o site mais leve como o programador desejava.
O programador, que queria fazer um sistema sofisticado em uma área e deixava outra de lado, talvez enxergue a necessidade com mais clareza, e o cliente, talvez, se Deus quiser, vai se esquecer um pouco do concorrente e pensar no usuário e no objetivo do site.
Esse conceito de conversão se aplica a qualquer tipo de site. No Webinsider, por exemplo, site de conteúdo, a conversão acontece quando o usuário lê um artigo, aprende algo novo e interessante e, ao sair, clica em um banner relevante e assim geram renda para o site se sustentar. Se o usuário entrar no site e ficar perdido nas chamadas, não entrar em nenhum artigo, não se interessar pela publicidade, a conversão não terá acontecido.
Mas como saber quantas conversões aconteceram de fato?. O nosso problema começa quando nos fazemos esta pergunta. Se o objetivo do site não é somente receber visitas, mas transformar estas visitas em vendas, transmissão real de conhecimento, contatos por telefone, contatos por e–mail ou qualquer outro propósito, é necessário ter ferramentas que nos ajudem a saber quantas conversões aconteceram e quais são os hábitos do usuário no site.
Google Analytics é novidade
Para isso existem diversas ferramentas como WebTrends, Predicta e NetTracker. Muitos conceitos sobre elas já foram ensinados pela Virginia Carcavallo aqui neste site (veja ao lado). A novidade, que ainda não havia quando a Virginia escreveu seus artigos, é o Google Analytics.
Diferentemente dos outros softwares citados por ela, este é grátis. Com isso, um site pequeno e simples como o blog (de mensagens cristãs – gilbertojr.blogspot.com) que eu comecei semana passada, pode usar uma poderosa ferramenta de análise que antes de ser oferecida pelo Google custava 500 dólares por mês.
Com esta ferramenta qualquer pessoa pode saber bastante sobre os hábitos do usuário no seu site. Entre muitas outras coisas é possível:
Saber de onde o usuário veio. Assim é possível medir com precisão a eficiência da publicidade que você está fazendo. No meu bloguezinho, por exemplo, eu sei que eu estou recebendo um número superior de visitas através dos meus esforços de publicidade por e–mail, pelos quais eu não pago nada, do que pelo anúncio (de um orçamento simbólico de 22 reais por mês, para testar o serviço) que estou fazendo no Google AdWords.
Saber quais palavras–chave trazem mais usuários. Com este recurso você pode aumentar a produção de conteúdo do seu site a respeito daquilo que os usuários mais procuram e aumentar as visitas do seu site. Se você faz um anúncio em qualquer sistema de busca – não somente no AdWords do Google – você poderá saber em quais palavras chave vale mais a pena investir porque você saberá quais as que geram mais conversões e não somente visitas.
Saber de onde são os usuários. Eu sei, por exemplo, que uma pessoa que mora no município de Tanquinho/SP entrou no meu blog. Vamos supor que em vez de mensagens cristãs fosse o site de uma loja e em vez de um, muitos usuários de Tanquinho/SP entrassem no meu site. Seria uma boa oportunidade para pensar em abrir uma filial da loja em Tanquinho não é? No Google Analytics você sabe de onde veio cada um dos usuários do seu site. Eu sei também que, embora meu site seja em português, uma parte considerável dos usuários é dos EUA. Seria a hora de fazer uma versão em inglês do meu site?
Configurar e analisar conversões. É o recurso mais interessante para este artigo. No Analytics você pode configurar os passos que o usuário tem que dar para que haja a conversão. Por exemplo, o usuário
1) entra na primeira página do site,
2) vê um produto,
3) se cadastra como usuário,
4) fecha o pedido,
5) paga,
6) vê uma tela de agradecimento.
Estando configurados estes passos, o programa mostra quantas pessoas foram até cada um dos passos. Você saberá, através de um gráfico ilustrado, se muitos usuários estão parando na tela de cadastro e assim poderá tomar uma medida prática para gerar mais conversões, como diminuir os campos do cadastro ou melhorar o design gráfico desta tela.
Assim, sabendo onde é o gol e podendo olhar o placar para saber quantos gols foram feitos e podendo rever os lances para saber se o problema está no meio de campo, na zaga ou no goleiro, será muito mais fácil mostrar ao seu cliente a importância do site para a sua empresa, ou o quão eficiente está sendo a campanha de publicidade para o site e exatamente onde o site precisa ser melhorado para obter mais conversões.
Esta minha análise não como finalidade fazer propaganda do Google, só estou citando o Analytics porque é a única ferramenta gratuita deste tipo, e com esta competência, que eu conheço.
Além disso, a minha intenção é levar as pessoas envolvidas no desenvolvimento de sites (que ainda não estejam familiarizadas com este assunto) a pensarem nos objetivos de suas ações (a conversão) e mostrar ferramentas práticas para a análise da eficiência na busca destes objetivos.
Ou seja, muito mais poderá ser dito, por especialistas nesta área como a Virginia Carcavallo, por exemplo, sobre o Google Analytics, eu só dei algumas dicas do ponto de vista da minha especialidade, que é design de interfaces. [Webinsider]
Gilberto Alves Jr.
Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.
4 respostas
Gostei muito sobre todo o tema abordado do Google Analytics. Vou me registrar nesta ferramenta gratuita.
É uma pena que todos os dados do cliente ficam na base do google. Assim sites restritos fica complicado fazer o controle com o google.
Muito bom, parabens
Bem legal! Eu estava procurando no google algo sobre o Google Analytics e qdo apareceu o link pro Webinsider fui direto.
Valeu!