Vivemos em um período de rápidas transformações em que o mundo virtual tem um peso cada vez mais significativo no mundo real. O mercado – globalizado, virtualizado e hiperconectado – obriga empresas e profissinais a adotarem cada vez mais estratégias digitais como elemento chave para sobrevivência em um cenário povoado de incertezas, de novos concorrentes e de clientes com elevado grau de expectativa e de exigência.
A discussão sobre estar ou não nas mídias e redes sociais é questão ultrapassada, hoje em dia prevalece o senso comum de como obter valor por meio delas e principalmente como não transformar sua empresa em spam.
Muitos analistas de marketing têm afirmado: itens tradicionais como os modelos lógicos de tomada de decisão ficaram no passado. A preocupação hoje se volta para obter a sustentação por meio de vantagens competitivas e situações em que a visão e a intuição passam a ser mais valorizadas. E a palavra-chave para que isso seja alcançado chama-se estratégia.
Dada à complexidade de se definir estratégia, pois é grande a sua similaridade com outro conceito importante que é o planejamento, fico então com a dada pelo professor Raymond Alain Thietart, como o conjunto de decisões e ações relativas à escolha dos meios e à articulação de recursos com vistas a atingir um determinado objetivo. Ou seja, antes de criar perfis, páginas e canais é preciso planejar as ações estratégicas para que os resultados saiam como o esperado.
O analista de mídias sociais e CEO da Mídia Four2, Alessandro Scattena, ensina que existem quatro passos básicos para fazer a estratégia no mundo digital virar vantagem competitiva.
O primeiro, na opinião dele o mais importante, é avaliar. Avalie se a empresa tem ou não condições de estar nas redes sociais. Deve-se analisar não só as condições estruturais e financeiras, mas principalmente se há na instituição uma cultura de rede social, ou seja, de liberdade, de engajamento e de participação. Caso contrário são tempo e dinheiro jogados fora.
O segundo é traçar as metas e os objetivos claros que se deseja obter com a iniciativa. Isso pode ser engajamento, colaboração, mercado, satisfação pessoal ou até mesmo suprir a vaidade. Ele já perdeu a conta do número de projetos digitais, cujos contratantes afirmaram que o objetivo da iniciativa era nada mais do que ter algo bacana para acrescentar ao portfólio da organização.
Já o terceiro é socializar – o cerne de toda a estratégia digital. É necessário estimular as discussões com clientes e stakeholders, fazer-se presente, ouvir e aceitar as críticas. É a prática da boa e velha comunicação de duas mãos, aquela ainda ignorada por muitas empresas.
Por fim, o quarto e último passo é analisar. É necessário avaliar constantemente se as estratégias adotadas estão dando os resultados esperados ou apenas se tornaram fontes de problemas. Scattena finaliza lembrando que a empresa ao aderir ao mundo digital deve ter em mente que ela precisa oferecer algo de valor aos usuários
Consumidor impõe mudanças
Um aspecto que ressalta a mudança de paradigma nesse mundo virtualizado e influencia fortemente a construção de estratégias nas empresas é: a pressão da mudança, no campo das novas tecnologias de informação, vem do consumidor e do mercado e não mais de decisões corporativas em adotar uma nova tecnologia.
A analista de marketing digital, da Mídiabrain, Fedra Fernandes de Souza, explica que para as empresas, a tecnologia deixa de ser uma solução e passa a ser o problema, pois, quanto mais inovadora e competitiva ela é, mais transformações rápidas ela terá que promover. Para ter sucesso no mundo digital, ela decreta ser necessário comer, dormir, respirar e pensar digitalmente.
Fedra ainda explica que todo o posicionamento estratégico no mundo digital não terá validade se a empresa não possuir mecanismos eficientes de monitoramento. Eles devem permitir a percepção contínua do ambiente, e possuir estruturas organizacionais flexíveis que deixem fluir essas percepções de forma antecipada para a melhor tomada de decisão.
No mundo virtualizado um dos fatores mais importantes no processo estratégico é a inclusão da incerteza. Na opinião de Fedra, as incertezas são ferramentas valiosíssimas para desenvolver a melhor capacidade de uma empresa, sobretudo em um mercado tão volátil: a compreensão rápida de alternativas e possibilidades, antes de decidir, para depois agir.
Para finalizar, Fedra afirma que outro ponto fundamental é que toda e qualquer estratégia digital de uma empresa deve partir de um conceito claro do que é a internet para o negócio. A internet não é apenas mais um meio de comunicação como outro qualquer. Ela é o sistema de circulação da nova economia. [Webinsider]
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Marcelo Rebelo
Marcelo Rebelo (@mrebelo71) é jornalista, relações públicas e pós-graduado em e-commerce. Integra a equipe da Viroze web/conteúdo.