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Quem quer entender o que foi a famigerada bolha, veja este artigo do Michel e este da Maira Costa. Não quero escrever sobre ela. A bolha foi má e não merece nada, nem pobres linhas como as minhas. Mas quando nós falamos sobre web 2.0, sobre todo o investimento que está sendo voltado novamente à internet, logo cochicha uma irritante pulga mexeriqueira atrás da nossa orelha: estamos vivendo outra bolha? Será que estamos colocando dinheiro em coisas que não trarão nenhum retorno ?

Alguns dizem que sim, que há um certo comportamento de bolha por aí. A web 2.0 despertou novamente os investidores, e na correria para sair na frente alguns estariam investindo mais do que deveriam, mais do que o negócio realmente vale.

Mas há um certo consenso de que não, de que este segundo momento da internet é completamente diferente e o dinheiro semeado na web 2.0 dará frutos vigorosos. Há motivos para acreditar nisso? Eu creio sim, mas não me esqueço que investimento sempre inclui risco, e conseqüentemente, um misto de conhecimento, dúvida e fé. Com essa minha fé em pé, vou apresentar os motivos que devem estar trazendo esta nova boa maré de crescimento no mercado de internet.

Novas tecnologias

Agora estamos em outro momento da internet e uma das setas que melhor indicam isso são as novas tecnologias. O Ajax é o primeiro e maior exemplo. (É engraçado eu falar de Ajax como uma tecnologia quando escrevi este artigo, mas se compreendermos que tecnologia é, por definição, um conjunto de técnicas é exatamente isso que Ajax é.) De mãos dadas à maior importância dada aos estudos de usabilidade hoje em dia, o Ajax trouxe uma experiência mais rica ao usuário, que agora usa aplicações web como se fossem desktop. Isso não é pouca coisa.

Quem se imaginaria organizando todos seus eventos através de um aplicativo web em 2000? Quem teria – ou tinha, porque existiam – paciência de usar uma agenda na internet sem Ajax? O Ajax abriu as portas para que novos aplicativos pudessem existir na web de forma que os usuários que antes não tinham paciência de fazer certas coisas pela internet, agora têm prazer em ter tudo online. Eu mesmo escrevo isso a partir do Writely, e quem imaginaria que um aplicativo web poderia competir com o Word da Microsoft? Os exemplos poderiam continuar, ad infinitum.

Mas o Ajax não está sozinho nessa. A batalha do século é Ajax X Flash. Sim, o Flash, que antes era usado para toscas “apresentações” que antecipavam os sites institucionais que levavam horas para serem carregados, agora se tornou uma poderosa ferramenta. Flash, tanto quando o Ajax, trouxe uma experiência muito rica ao usuário. O único problema é que requer um plugin, enquanto o Ajax não.

Todo este avanço e amadurecimento tecnológico diminui as chances de um investimento fracassar? Bem, isso depende de muitas variáveis, mas me parece que diminui sim, e muito.

O aprendizado com a bolha

Como gato escaldado tem medo de água fria e errar é humano, mas insistir no erro é burrice (ok, chega de ditados) houve algum aprendizado com a bolha e isso conta muito a favor daqueles que estão começando uma empresa de internet ou investindo em uma startup.

Ninguém mais dá dinheiro a qualquer um. Aliás, as empresas que recebem investimento na web 2.0, normalmente já estão fazendo algum sucesso de público ou até mesmo gerando dinheiro. Menos dinheiro é investido hoje e com muito mais segurança, em relação à época que explodiu com a bolha.

Bases e modelos de negócio mais sólidos

Hoje tem muito mais gente na internet do que havia na prematura web 1.0. Isso muda tudo. Um exemplo são as redes de anúncios como o Google Adsense/Adwords. Uma iniciativa como essa só funciona se houver muitos anunciantes e muita gente para clicar nos anúncios. Se a maioria dos sites ainda ganha muito pouco com a exibição deste tipo de anúncio, as empresas de mídia (Google, Yahoo) estão ganhando dinheiro. Por que? Porque tem muita gente na internet, mas muita muita mesmo.

Não só mais gente, como mais anunciantes, mais consumidores, maior – e ainda pequena – quantidade de dinheiro sendo gasto com publicidade web. Enfim, a estrutura sobre a qual são construidos os negócios de internet é mais sólida e profunda hoje do que na época da bolha.

Os modelos de negócio também mudaram. Antes imagináva-se que para ganhar dinheiro na internet bastava ter um bom conteúdo. Aí gastava-se rios de dinheiro para produzir o conteúdo, e – o fluxo dos rios, como nós bem sabemos, é de mão única – o dinheiro não voltou. Hoje há centenas de bons sites que publicam conteúdo não necessariamente produzido por jornalistas, possuem boa audiência e se tornaram publicações reconhecidas.

É, de alguma forma, o caso do Webinsider, que no seu primeiro ano de vida era patrocinado por um portal, o Zip.net. Mas o portal morreu e o Webinsider precisou aprender a se virar. Subsistiu e continuou crescendo até hoje porque soube se apoiar na colaboração e criar um modelo de negócio seu. Não se pode nem dizer que o site vislumbrou a web 2.0 no horizonte, pois já era parte dela naturalmente.

Mais do que nunca, não há hoje a crença de que as startups da web 2.0 sairão em nova corrida do ouro. O natural é que o mercado escolha as melhores. Algumas morrerão, outras serão compradas e engolidas por empresas maiores, outras conseguirão sobreviver e crescer sozinhas. Há diversos novos mercados aparecendo, há todo um momento novo e muito interessante do ponto de vista de investimento.

Chega de blá blá blá

A Agência Click fez uma brincadeira que inventa termos “pseudo-descolados”. Entre eles, está estampado de forma bem clara “Weblá2.0”, passando uma idéia de que web 2.0 seria um destes termos inventados para uma coisa parecer legal. Eu ri quando vi, boa sacada. Quando, ano passado, comecei a falar sobre web 2.0, recebi diversos e-mails (o Webinsider ainda não tinha comentários) dizendo coisas como “eu e o pessoal da minha lista de discussão já desmistificamos a web 2.0, isso é só um termo bobo de marketing que não significa nada e não tem nenhuma importância”.

Hoje, depois que quase todos os jornais, revistas e autores importantes deram sua palavrinha chancelando a web 2.0, e depois que o Gartner incluiu a web 2.0 no estudo Hype Cycle for Emerging Technologies, 2006, como uma das três tecnologias que vão realmente crescer e aparecer nos próximos anos, eu pensaria duas vezes para considerar a web 2.0 um blá blá blá de marketing e veria, como o Gartner aconselha sabiamente, este como um bom momento para ganhar dinheiro.

Afinal nós já estamos crescidos para ter medo de bicho papão e bolha assassina não é? 🙂 [Webinsider]

Avatar de Gilberto Alves Jr.

Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.

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30 respostas

  1. Acredito que é possível que tenhamos de novo a bolha (bolha 2.0?!?), principalmente depois dos últimos negócios envolvendo empresas web, onde start ups foram compradas por muito dinheiro, sendo que os negócios foram motivados apenas pela quantidade de usuários que as empresas tinham (possibilidade de lucro) e não pelo real lucro que estariam proporcionando. Acho isso perigoso e me lembra muito o estouro da bolha ocorrido no passado nem tão distante.

  2. Meu Deus, acho que Manuel e Leandro estão precisando de umas aulas de interpretação de texto. Não conseguem ver que estão criticando o que o autor do artigo NÃO disse.

  3. Voltando ao artigo, não podemos esquecer de um grande diferencial dos dias de hoje: o hardware!

    Além das novas tecnologias, fatores como largura de banda, poder de processamento e a popularização de aparelhos móveis, por exemplo, constituem grande parte do conceito revolucionário da Web 2.0 na minha opinião.

    E isso envolve segmentos de mercado que vão muito além dos que estavam envolvidos na época da bolha. Eu concordo que essa maturidade diminui sim a chance de uma segunda crise.

  4. Gilberto, eu não discordo do Google, nem acho que eles estão errados. Apenas discordo da sua interpretação da filosofia pelo qual se rege o Google e todas as empresas que sobreviveram à bolha da Internet.

    Você acha que o presidente do Google iria divulgar antecipadamente à imprensa que serviços vão oferecer aos usuários e a estratégia de rentabilização desse serviços?

    Por que fariam isso, sabendo que todos concorrentes estão de olho em todos os passos Google? Acha que eles querem ficar dando ideias para os concorrentes os copiarem e ficarem depredando o seu mercado?

    Isso de implementar serviços hoje sem saber como os vão rentabilizar mais tarde é (falta de) estratégia de empresa da bolha de Internet que já morreram. Não existem mais. O Google podia ter sido mais uma dessas empresas que morreu se não tivesse adaptado a ideia dos links patrocidados da goto.com .

    Se existem serviços que o Google lança sem saber como os rentabilizar depois, que eu saiba esses são apenas aqueles criados pelos funcionários naquele dia da semana que o Google permite que eles trabalhem em projetos criados por eles, como foi o Orkut e o Google News.

    Nos outros 4 dias da semana, esses funcionários voltam à realidade e têem de trabalhar no quer que seja que vai gerar dinheiro agora ou num segundo momento.

    Se você disser que o Google não tem a certeza se a estratégia de rentabilização vai dar certo, ou que talvez precise ser ajustada de acordo com a aceitação dos serviços, isso é normal.

    Agora acreditar que não têem estratégia de rentabilização para todos projetos que lançam, para mim é o mesmo que acreditar em papai Noel.

    Dizer que a filosofia deles é agradar o usuário primeiro, é totalmente irrelevante. É óbvio que interessa agradar ao máximo de usuários que for possível porque mais tarde ou mais cedo vão se tornar alvo de publicidade ou eventuais clientes dos serviços pagos.

    Portanto é lógico que agradar o usuário faz parte da estratégia do negócio, e não é uma coisa independente ou que venha depois.

  5. Gilberto,

    Existem diversos artigos na internet com opiniões sobre diversos assuntos. O artigo que mencionou é algo deste gênero.

    Sugeri a leitura do livro pois neste livro, John Battelle, jornalista do Vale do Silício, utiliza o conteúdo obtido em mais de 350 entrevistas com executivos das principais empresas de busca na Internet – Google, Microsoft, Yahoo. Ou seja, é baseado em fatos, com gente que construiu o Google e com seus competidores.

    Posso listar diversos artigos que falam coisas completamente diferentes sobre o Google.

    Em relação ao respeito: não faltei em respeito em nenhum momento. Se achas que discordar de sua opinião é falta de respeito permita que outros comentem e assim exponham uma outra maneira de pensar bem como citar outras fontes de informação.

    A Internet disponibiliza muita informação, é impossível que uma pessoa tenha acesso a tudo. É normal que outras pessoas tragam coisas diferentes, percepções diferentes. Porém é importante separar FATOS de PERCEPÇÕES (opiniões).

    Meus comentários nesta coluna terminaram.

  6. Renato, quando eu falei:
    a filosofia do google é justamente pensar primeiro nos usuários e em segundo lugar no negócio Eu estava me referindo ao tempo, não à importância.

    Mas vejam o que o google diz sobre si mesmo:
    http://www.google.com/corporate/tenthings.html

    1. Focus on the user and all else will follow.

    From its inception, Google has focused on providing the best user experience possible. While many companies claim to put their customers first, few are able to resist the temptation to make small sacrifices to increase shareholder value. Google has steadfastly refused to make any change that does not offer a benefit to the users who come to the site:

    o The interface is clear and simple.
    o Pages load instantly.
    o Placement in search results is never sold to anyone.
    o Advertising on the site must offer relevant content and not be a distraction.

    By always placing the interests of the user first, Google has built the most loyal audience on the web. And that growth has come not through TV ad campaigns, but through word of mouth from one satisfied user to another.

    É a isso que me referí.

  7. Olá

    Acompanhando os comentários anteriores, não posso deixar de dar razão a ambos, tanto a Manuel como a Gilberto.

    Historicamente, a filosofia do Google foi sim o usuário em primeiro lugar, embora não acredite que seria correto dizer que os negócios ficam em segundo lugar. Vejo que os negócios estão em primeiro lugar sim. Mas o modo de fazer negócios do google é baseado nos interesses dos usuários. Todos aqui lembram da época em que o todos serviços de busca começaram a migrar para portais publicitários e o Google se negou a isso, alegando que isso atrapalhava o usuário. Naquela época o Google conseguiu firmar-se como um grnade serviço de busca, impulsionado também por seu algoritmo PageRank, enquanto outros portais, como o Altavista, perdiam-se ao ignorar os usuários. também vimos, anos depois, o crescimento da companhia, focando sempre conteúdo e sistemas que respeitassem os usuários. O próprio adsense, muito bem colocado por Manuel como o grande produto do Google, segue a essa filosofia: publicidade contextualizada, interessante ao usuário.

    Não acho que o google agrada usuários para aumentar carisma. Isso não existe. O google coloca os usuários em primeiro lugar como filosofia para impulsionar seu negócio. É nisso que eles acreditam.

    Há quem diga que, atualmente, o Google está se perdendo. Vejo que talvez seja verdade.

  8. Leandro, não tome uma unica leitura como verdade. Leia isso:
    http://www.fastcompany.com/magazine/69/google.html

    É muito feio dizer que eu estou tomando opiniões pessoais como verdades universais, eu seria muito leviano se fizesse isso sem dizer um eu acho antes.

    O que eu disse se baseia em relatos dos diretores do google. Veja este trecho do artigo que eu estou citando:

    Rule Number Five: If Users Come, So Will the Money

    Google has no strategic-planning department. CEO Eric Schmidt hasnt decreed which technologies his engineers should dabble in or which products they must deliver. Innovation at Google is as democratic as the search technology itself. The more popular an idea, the more traction it wins, and the better its chances.
    […]
    But at Google, building and then following the traffic makes perfect sense. Its central to the companys culture and its operating logic.
    […]
    Could it be any simpler? Build great products, and see if people use them. If they do, then you have created value. And if youve truly done that, then you have a business. Says Mayer: Our motto here is, Theres no such thing as success-failure on the Net. In other words, if users win, then Google wins. Long live democracy.

    Veja que eu citei o ganha-perde, que acima a gerente de projetos do google, Marissa Mayer, chama de success-failure. Eu não estou inventando coisas, tudo que eu falo é com uma base. Só não achava que seria necessário me defender a este ponto.

    Quando eu recebia comentários nos meus e-mails ninguém chegava ao ponto de me dizer coisas deste nível, não entendo porque agora que os comentários são públicos o nível (de respeito) dos comentários caiu.

    Manuel, Como já disse acima, segundo o próprio google, a forma deles de fazer negócio é fazer primeiro o produto com foco no usuário (ainda em faze beta, normalmente) e depois pensar no modelo de receita, leia o artigo que eu citei acima.

    Agora, se você discorda deles ou acha que eles estão errados ou acha que o google está mentindo, eu respeito sua opinião. Eu só citei, como vc bem poderá ver no meu comentário, o que o google diz sobre sí mesmo, não o que eu acho que ele é ou o que acho que deve ser.

    Obrigado a todos,
    Gilberto Jr

  9. Aconselho ao Gilberto ler o livro BUSCA, A – COMO O GOOGLE E SEUS COMPETIDORES REINVENTARAM OS NEGÓCIOS E ESTAO TRANSFORMANDO antes de citar uma percepção pessoal como verdade.

    Manuel foi muito feliz com suas colocações! FANTASTICO!

  10. Gilberto, não concordo que essa seja a filosofia do Google. Talvez você não se lembre bem da história, mas a ideia do links patrocinados foi adaptada pelo Google, originalmente da goto.com (que depois virou Overture e hoje Yahoo). Teve até processo e o Google pagou indenização.

    Se não fosse a ideia adaptada, muito provavelmente o Google não teria sobrevivido ao fim da bolha porque a grana dos investidores já teria acabado e eles não tinham fontes de receita suficientes para manter a empresa.

    O mérito do Google não está na ideia adaptada do Adwords, mas sim no AdSense. O AdSense expande o uso do links patrocinados a sites de conteúdo parceiros. A receita do AdSense tem grande peso no faturamente do Google.

    A filosofia principal do Google é automatizar tudo para depender apenas o minimo de intervenção humana. É assim que o Google consegue colocar links relevantes nos sites de terceiros. Envia robots que fazem a análise do conteudo.

    Em contraste, a Overture/Yahoo funciona essencialmente na dependência de gerentes que ficam praticamente escolhendo os links que vão pôr em cada site. Assim não conseguem atender o grande mercado de pequenos sites como faz o AdSense, dado que dependendo de intervenção humana fica muito caro e não compensa usar o tempo dum gerente em sites que faturam pouco.

    O Gmail foi outra sacada comercial. O uso de AJAX e oferta de grande caixas de correiro de capacidade foram sacadas para atrair os usuários de serviços concorrentes. Porém desde o principio o Google pensou em faturar pondo links patrocinados nas páginas do Gmail, tal como punha nas páginas de resultados de pesquisa.

    Resumindo, não se iluda. O Google é uma empresa, não é uma instituição de caridade. Agradar os usuários ajuda a aumentar o carisma. Porém, as empresas não vivem do ar. Se num primeiro momento não cobram por um serviço, não quer dizer que não planejaram antes como faturar em um segundo momento.

    Um exemplo disso é o Google for your domain recentemente anunciado. Todos aqueles serviços que aparentemente eram de graça, dentro de algum tempo vão ser cobrados para empresas maiores. Muito provavelmente vão mostrar anúncios para usuários individuais e empresas menores que não pagam pelo serviço, como foi feito com o Gmail.

    https://www.google.com/a/

  11. Ótimo comentário, Renato! Só pra complementar: a filosofia do google é justamente pensar primeiro nos usuários e em segundo lugar no negócio. Segundo eles, não existe na internet uma relação ganha-perde, onde vc tem muito usuário e nao ganha dinheiro. Segundo eles, se vc tem muito usuários, haverá um modelo de negócio para tirar dinheiro daquilo.

    Obrigado,
    Gilberto Jr

  12. O momento em que passamos agora, com a explosão da Web2.0 é essencialmente diferente da época da bolha. Naquela época os investimentos ocorriam de forma aleatória e irracional. Nenhum investidor queria estar fora da Internet e, por isso, investia em qualquer aplicação. Hoje, temos um volume de investimentos muito grande também, o que nos remete àquela época. Enfim, há semelhanças e diferenças.

    A grande semelhança é que existe sim uma onda que diz no ouvido do investidor: Se você ficar de fora, você está perdido. Todos os outros estão dentro. Existe, então uma procura dos investidores por bons projetos de Web2.0. E isso tem uma razão muito interessante: a Web2.0 chegou e abocanhou grande parcela do tráfego na Internet, de modo jamais visto.

    Dizem também por aí que agora os investimentos ocorrem realmente em modelos de negócios rentáveis. É claramente uma ilusão. Os investimentos continuam sendo feitos em modelos que ainda estão longe de estarem comprovados como rentáveis. Mas uma coisa é muito peculiar hoje: os investimentos ocorrem em um outro ativo, cultura de acesso, que na verade é o maior ativo de uma aplicação web. E isso tem muito valor já que com ele é possível então montar modelos de negócios consistentes (ou não). Quem não se lembra do google quando não tinha nada a não ser cultura de acesso? Ele conseguiu alavancar disso uma coisa boa, copiando o modelo da Overture de links pratocinados. Há quem não consiga nada.

    Existe sim uma bolha, mas muito diferente da que houve há 5 ou 6 anos atrás. Agora ela está crescendo em modelos mais consistentes, com algum propósito, que ainda não é o melhor modelo de negócios. Não acredito que essa bolha vá estourar, mas deve murchar sim. Sobreviverão os que chegarem em seu objetivo final: conquistar usuários cativos.

  13. Gilberto, eu me referenciei ao ano 2000 como sendo a época anterior a web 2.0, não a época que você utilizava a agenda.

    O que quis levantar é , como web 2.0 é o conceito de várias tecnologias inclusive ajax, o ambiente atráves do qual o usuário iri interagir com o site, vai possuir suporte e se a versão alternativa do site não vai intimidar o seu uso .

  14. Gilberto, já que você nunca teve o costume de utilizar agenda na vida, sua opinião é irrelevante.

    Eu sempre utilizei agenda, tentei por várias vezes utilizar agendas online, sempre sem sucesso.

    Com o Google Calendar foi diferente, sucesso absoluto. E porque deu certo: AJAX!

    Aplicacoes Web não podem ser resumidas apenas a sites. Existem muitas aplicações, que não deixam de ser um website, mas que são na verdade softwares online (writely, google calendar, netvibes,…) onde é essencial o uso de AJAX.

    Se a WEB 2.0 é a internet feita de gente, é preciso facilitar ao máximo a intereçaõ do usuário com ela. AJAX permite isso, mas não é único responsável pela web 2.0.

  15. Marco,

    Eu nunca usei agenda fisica na minha vida, talvez por preguiça. Comecei com o do yahoo (difícil de usar e sem ajax), depois fui para o 30boxes (q ateh hoje eh mt bom), depois passei para a agenda do google. Em 2000 eu nao usava agenda nenhuma 🙂

  16. Manuel,

    Muito obrigado pela colaboração com este artigo.

    Muitos aplicativos web feitos em ajax utilizam links patrocinados para gerar renda. Mas eu não estou propondo que todos os sites usem ajax, nem que todos usem adsense, nem que se use os dois juntos ou separados. Só estou dizendo que o ajax é uma coisa que contribui para que um aplicativo hoje seja mais bem sucedido em termos de *negócio* do que antes e que o adsense é um novo modelo de negócio, muito lucrativa – ainda falando de investimento.

    Você tem TODA A RAZÃO ao dizer que não é preciso ajax para ser web 2.0. Não é preciso mesmo. Mas eu não estou defendendo o ajax como principal fator que caracteriza a web 2.0, mas como um fator que contribui para que um investimento na web de hoje tenha mais chances de ser bem sucedido do que há 7 anos atrás.

    EU CONCORDO COM VC, que é complicado usar ajax e adsense ao mesmo tempo. Mas muitos aplicativos usam. E eu não estou propondo no meu artigo que se use as duas coisas juntas, apenas enumerei vários motivos porque um negócio hoje tem mais chances de dar certo do que na web 1.0.

  17. Quando li essa parte do artigo Quem teria – ou tinha paciência de usar uma agenda na internet sem Ajax?, uma coisa me veio em mente:

    Um site ou sistema web feito conforme os padrões webstandards deve ser útil em qualquer dispositivo e situação, por isto que em situações onde o javascript não funciona, utiliza-se o funcionamento tradicional de interação, mas desabilitando o ajax resta-nos em um serviço de baixa qualidade e difícil de se utilizar, um site web 1.0, que vamos evitar sempre que possível !!

    Ou seja , só vou querer organizar meus eventos naquele aplicativo web quando estiver na frente do micro com ajax funcionando, por que a outra opção ( celular, pda, geladeira…) ainda funciona como em 2000 !!!

  18. Gilberto, se você prestar mais atenção poderá notar que quando digo pode ajudar significa que não é necessário.

    A Web 2.0 tem essencialmente a ver com o aproveitamento da participação das pessoas nos sites, de forma a prover informação ou serviços úteis a outras pessoas. Vou-lhe dar apenas 2 exemplos:

    1. Amazon – desde o iniciou usou cruzou dados de vendas para fazer recomendações sobre produtos que uma pessoa pode querer por se interessar por outros relacionados.

    Obviamente isto ajudou a Amazon a vender muito mais e sobreviver, ao contrário de outras que faliram com o fim da bolha.

    2. Slashdot – usa um sistema de classificação de comentários votados pelos usuários que permite dar destaque apenas aos comentários interessantes, mesmo quando existem centenas ou milhares de comentários para o mesmo artigo.

    Isto permite tornar o site mais interessante para os usuários que não querem perder tempo achando comentários relevantes no meio de tanta coisa que foi dita sobre cada artigo (um dia o sistema de comentários do Webinsider vai ser bom como o do Slashdot).

    A Web 2.0 não é uma coisa nova. Apenas a sua percepção (e doutras pessoas) sobre o que é Web 2.0 é que é a novidade.

    Tim OReilly criou o termo Web 2.0 em 2003, mas estava a referir-se uma série de práticas de sucesso muito antigas de sites que sobreviveram à bolha, como por exemplo os sites que mencionei acima. Ele não inventou a Web 2.0, apenas batizou o conjunto de conceitos.

    A contradição no seu artigo é propor o uso de AdSense para rentabilizar os sites e ao mesmo tempo usar AJAX como se fosse algo necessário, quando na verdade atrapalha geração de renda dado que limita a exposição de anúncios.

    Isto é apenas a minha opinião. Acredite, estou há muito tempo neste barco de rentabilizar sites de conteúdo e ao mesmo tempo tornar o sites mais interativos e agradáveis para os usuários. Muitas vezes uma objetivo atrapalha o outro. A solução mais óbvia é com AJAX para usuários pagantes, e com pouco ou nenhum AJAX para usuários não pagantes.

    Já escrevi muito sobre o assunto. Se lhe interessa leia estes artigos:

    http://www.phpclasses.org/blog/post/53-Is-PHP-ready-for-Web-20.html

    http://www.phpclasses.org/blog/post/56-Search-20-a-site-search-better-than-Google-could-provide.html

    http://www.phpclasses.org/blog/post/51-PHPClasses-20-Beta-AJAX-XMLHttpRequest-x-IFrame.html

  19. Agora esquecendo um pouco dos termos, estamos falando de experiência rica aqui.

    A fórmula é simples, independente dos recursos tecnológicos que a viabilizam. O fato é que quanto mais produtivas, fáceis de usar e centradas em seus usuários forem às interfaces RIA que projetamos, maior o seu potencial de sucesso entre os usuários e o dinheiro é conseqüência disso.

  20. Quanto ao problema no AJAX nos casos em que o javascript esta desabilitado existem soluções pra isso… experimente o gmail com o javascript desabilitado…

    Quanto ao fato da Bolha… temos que tomar cuidado para não repetir os erros do passado, a Web da retorno sim mas tem limites, não adianta investir milhões que se você não tiver publico suficiente para gerar renda não adianta.

    Um pouco de precaução não faz mal… 😀

  21. Manuel,

    Você disse que Ajax ajuda a viabilizar a Web como plataforma de aplicações e AJAX não tem nada a ver com Web 2.0. Isso não te parece contraditório ?

    Web 2.0 é hoje. Você se refere aos sites que na 1.0 agiam corretamente como se a web 1.0 não tivesse nunca existido.

    Eu não disse que todo site deve ser feito em ajax. Apenas fiz uma comparação entre a web antiga e a de hoje em relação ao investimento. E Ajax é uma mudança muito séria no que se refere a investimento na web 2.0.

  22. Ajax só tem um problema…

    Desabilite o javascript e o usuário não tem acesso a todas as funcionalidades do site.

    Isso pode ocorrer devido a má configuração do firewall, opções do navegador, vírus e outras possibilidades.

    dependendo do caso ajax é uma fria!

  23. Este artigo parece-me confuso e contraditório.

    AJAX não tem nada a ver com Web 2.0 . O uso de AJAX em sites ditos da Web 2.0 é mera coincidência temporal.

    Web 2.0 é apenas o termo criado para associar às boas práticas de sites que lhes permitiram sobreviver à bolha. Durante a bolha, AJAX nem existia.

    AJAX permite de fato tornar os sites mais interativos. Isso ajuda a viabilizar a Web como plataforma de aplicações, mas isso não tem nada a ver com as boas práticas que definem os sites Web 2.0.

    O que me parece contraditório neste artigo é dizer que os sites são viabilizados por anúncios AdSense quando isso não é viável usar em sites que apenas usam AJAX. AJAX serve para evitar recarregar páginas para atualizar conteúdo. Mas se não mostrar novas páginas, não pode mostrar novos anúncios.

    Forçar o carregamento de páginas e frames para mostrar novos anúncios é contrário aos termos de uso do AdSense. Para além disso, apenas é viável por anúncios AdSense em páginas que os robots do Google possam indexar. Caso contrário, não tem como esses robots possam analizar o conteudo para pôr anúncios relacionados. O uso de AJAX inviabiliza a determinação da URL para os robots indexarem a página, porque não existe mais a relação fixa entre conteúdo e URL página.

    O uso de AJAX é interessante para desenvolver aplicações Web para usuários que pagam assinatura. Para quem não quer pagar, os sites podem-se viabilizar mostrando anúncios em páginas sem AJAX.

    Agora relação a Flash, lamento informar os seus fãs, que Flash não morreu, mas está em vias de extinção. Existem cada vez menos coisas que se pode fazer com Flash e não com DHTML+AJAX (HTML+Javascript).

    Sentindo esta realidade, o OpenLaszlo, alternativa Open Source ao Macromedia Flex, agora tem uma nova versão OpenLaszlo Legals que gera DHTML a partir da mesma definição de aplicação Laszlo, como alternativa à versão de Flash.

    http://www.openlaszlo.org/

  24. Sei que não tem a relevância para o conteúdo do texto, mas gostaria de fazer uma pequena correção: AJAX e Flash não são diferentes, é possível, inclusive, usar Flash e JavaScript juntos.

    Eu já usei o Flash como motor de requisição de XML, passando os dados para o JavaScript exibir na tela em formato HTML. Fiz isso porque, no caso especificamente o Flash tinha uns controles de carga que eram necessários e dariam muito trabalho para serem desenvolvidos em JS.

    Mas quanto ao texto como um todo, eu acredito que a Web 2.0 vai dar uma desinflada em breve, mas o que é bom resiste a qualquer crise, Amazon.com e eBay que o digam.

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