TrapWire: você pode ter caído na rede de vigilância

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Os já distantes anos finais da década de 1990 trazem-me à lembrança uma teoria da conspiração que dizia ser o governo dos EUA o grande usuário do sistema CARNIVORE que mundialmente vasculhava a internet e as redes das empresas em busca de fragilidades contratuais que pudessem se voltar contra si próprias e assim beneficiar as empresas do Tio Sam nas disputas e concorrências globais. Nada foi provado.

Mas se vocâ acha que a sua privacidade está a salvo nas ruas e na internet, saiba que está bem enganado.

Hoje o Wikileaks de Julian Assange bate a nossa porta com fatos e documentos praticamente irrefutáveis. Também existe o grupo hacktivista Anonymous que diz conseguir entrar em qualquer site de qualquer empresa ou governo. Um opera através de vazamentos e o outro via invasões cibernéticas. Mas ambos dizem que TrapWire existe sim. Vejamos:

Oficiais de alta graduação do Departamento de Inteligência criaram um sistema bem mais apurado e detalhado baseado em reconhecimento facial que foi instalado em praticamente todas as principais cidades dos Estados Unidos. É o que diz o Anonymous.

A cada segundo que passa, fotografias e vídeos são feitos, encriptados e enviados para um banco de dados central para tratamento. São agregados a outros dados documentais de inteligência principalmente de combate ao terror e atividade suspeita. Este programa é denominado TrapWire que por sua vez é um braço da comunidade de inteligência governamental norte americana.

Os hackers do Anonymous dizem ter conseguido acessar mais de cinco milhões de e-mails  ao final do ano passado. Já ao Wikileaks coube a missão de publicar tais documentos através do que eles chamam de Global Intelligence files (GIF) ao longo deste 2012 ao mesmo tempo em que sofrem pesados e diários ataques DDOS que fazem tirar o serviço do ar. Como se já não bastasse a caça empreendida ao seu mentor.

Na quinta-feira e sexta-feira passadas os sites espelhos do Wikileaks foram bombardeados com ataques da ordem de até 40 gigabits de tráfego por segundo. O que impossibilita a sua operação na medida em que ele “sai do ar” por overload.

Mas quais são as pessoas responsáveis por TrapWire?

Segundo os ativistas, juridicamente duas empresas respondem pela iniciativa TrapWire além do próprio governo. São elas a Stratfor (http://www.stratfor.com/) e a Abraxas Corp. (http://www.abraxascorp.com/). De acordo com um release direcionado à imprensa em 06/06/2012, o TrapWire é desenvolvido para prover simples e poderosos meios de coletar e armazenar traços e dados de atividades suspeitas. Um sistema de nós interconectados que analisam e comparam informações de diversas origens com o propósito de identificar padrões de comportamento que caracterizem um planejamento de pré-ataque terrorista.

Em um dos e-mails vazados pelo Anonymous o vice-presidente da Stratfor, Fred Burton, diz que o TrapWire foi concebido de forma a identificar padrões comportamentais em zonas pré-definidas de vigilância. Burton serviu no US Diplomatic Security Service.

Em 2005 o fundador da Abraxas, Richard Helms, disse em entrevista que seu software poderia coletar informações sobre pessoas, veículos e realizar reconhecimento facial em áreas onde existam suspeita de existência de células de terror que possam se voltar contra a infraestrutura nacional. O sistema ainda é provido de mecanismos PUSH que alimentam automaticamente autoridades locais que podem dar a resposta imediata a qualquer tipo de incidente de segurança.

Acredita-se que Stratfor e Abraxas possuem um acordo operacional de compartilhamento de informações costurado pelo próprio governo.

Desde que o programa TrapWire foi implementado alguns sistemas de vigilância públicos e privados baseados em câmeras já estão conectados. Por exemplo, o da polícia de Los Angeles, Columbia, Nova York, Texas, Nevada (o que inclui as câmeras dos cassinos), etc.

Em outro e-mail vazado em 2010, Fred Burton escreveu: Deus abençoe a América. Temos pontos do TrapWire aqui (USA), Inglaterra (UK) e Canada.

Arquivos do site da transparência do governo Obama (http://www.usaspending.gov/), revelam que o Department of Homeland Security e Defense Department receberam o TrapWire gastando em registro de licenças de software mais de US$ 1MI nos últimos onze meses.

Voltando a nossa realidade do Brasil, parece que ainda estamos engatinhando. E assim mesmo o Guardião já registra muita coisa do que é falada. Imagine então quando os Cachoeiras da vida forem pegos por algo do tipo deste TrapWire. Cadeia vai ser pouca.

trapwire

http://www.usaspending.gov/search?form_fields=%7B%22search_term%22%3A%22trapwire%22%7D

[Webinsider]

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Leonardo Cardoso de Moraes (leonardo@cardosodemoraes.com.br) é diretor comercial da TI Safe e perito forense.

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