Falar de publicidade dentro de games muitas vezes se confunde com falar de publicidade na internet – as dúvidas são parecidas e as respostas, muitas vezes, também. As pessoas que verão o anúncio são verdadeiramente qualificadas? A segmentação e o direcionamento da mensagem de acordo com o perfil do usuário são uma realidade? As métricas para cálculo de retorno são mesmo mais confiáveis?
Mesmo com quase todas as respostas acima positivas, o grande impulso à publicidade online só foi dado quando alguns veículos assumiram o risco: o anunciante desenvolve o produto; seleciona o meio, os canais e os filtros para a segmentação; desenvolve a criação, redige a mensagem. E o veículo de comunicação – o site – aposta. Só lucra com o uso de seu espaço e de seu acesso a determinado perfil de consumidores se o publicitário convencer o usuário a clicar.
Apesar do sucesso dessa fórmula, a publicidade nos games vem caminhando mais próxima da publicidade tradicional e dos grandes portais da web, que vendem não só o espaço, mas o acesso ao consumidor. O uso que o anunciante vai fazer desse acesso e a eficácia da mensagem, não entram na conta. Difícil afirmar se há um modelo certo e outro errado. Em tempos de caudas cada vez mais longas há espaço para todo tipo de iniciativa no mercado.
Artigo recente publicado no Advertising Age (para cadastrados ou assinantes) aponta os games online como o novo filão da publicidade na internet. Segundo o artigo, foram investidos US$ 150 mi para veiculação de publicidade dentro de jogos online no ano de 2006. Em 2005 esse número chegava a US$ 124 mi.
Com o crescimento, alguns fabricantes de jogos alteraram seu modelo de negócio. Antes, publicavam na web demos jogáveis para gerar interesse na compra do jogo. Agora, publicam o jogo na íntegra buscando aqueles que só querem jogar, não comprar um jogo. Neste modelo de empresa, a viabilidade financeira do negócio vem do dinheiro dos anunciantes.
Outro estudo, esse da Screen Digest, afirma que o mercado ocidental de jogos online atingiu seu primeiro bilhão de dólares em 2006, com quase 60% vindos dos Estados Unidos, 30% da Europa e 10% do resto do mercado ocidental. A pesquisa mostra que 87% do faturamento ainda é proveniente de mensalidade paga pelos gamers, mas que ganhos com publicidade e com a venda de itens virtuais tem mais destaque a cada ano.
O uso da internet como uma grande plataforma para serviços permite à indústria dos jogos eletrônicos oferecer aos seus consumidores e usuários o que era a grande promessa de anos atrás, a realidade virtual. Não é a intenção falar aqui de questões sociais e psicológicas inerentes às experiências em MMOG, mas sim lançar luz sobre as iniciativas da indústria no uso desse formato. MMOG vem de Massive Multiplayer Online Game, onde muitos jogadores (centenas, milhares) podem atuar simultaneamente dentro do mundo criado pelo jogo, no mesmo servidor.
No início de março a Sony mostrou na Game Developers Conferece o Playstation Home, uma espécie de MMOG para PS3. Mais que um simples espaço para encontro e confronto, como já há hoje para quase todos os consoles no mercado, o Playstation Home é uma comunidade virtual que se pretende um grande jogo metalingüístico. Vale uma conferida no vídeo de apresentação para entender melhor do que se trata. É mais que o Second Life.
Integrado ao console da fabricante, tem tudo para ser não só uma plataforma de serviços, mas uma grande plataforma de negócios. Distribuição de conteúdo digital como se fosse uma experiência real. O Playstation Home dependerá da internet como base para seu desenvolvimento, mas venderá acesso ao consumidor como em veículos tradicionais. [Webinsider]
.
André Ursulino
<strong>André Ursulino</strong> (aursulino@espm.br) é professor universitário, atua com desenvolvimento de produtos para uma emissora de TV e é colunista do <strong><a href="http://www.gamecultura.com.br" rel="externo">Gamecultura</a></strong>.
5 respostas
eu acho que o second life é muito mais legual :B
Vai ter Armário?
=B
vi os trailers desse jogo e é bem melhor do que o second life.Apesar de ter os graficos muitos bons porque éo playstation 3.
second life para mim fica em segundo lugar porque o playstation home tem muitas atividades para fazer.
esse é o meu comentário
vlw!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Second life é um game que tem muito oba-oba por trás que pode não ser tudo aquilo que esperamos. Que é uma tendência podemos até achar que sim, é um Orkut 3D, mas que precisa ser ampliado e melhorado, com certeza. Tomara que melhorem tudo isso no Play.
Com certeza, a plataforma da Sony é bastante promissora! De repente a idéia de mensalidade pelos jogos consiga reduzir/combater a pirataria.
(Ei, mas não seria Playstation Home? Está escrito House, no título e no último parágrafo…)