Este texto não discute o que os blogues são, mas sim como poderíamos ler aqueles de nosso interesse de modo mais efetivo.
Quem já é usuário da Last.fm sabe como um sistema de indicações é útil para que o usuário ouça, cada vez mais, músicas do seu interesse…:
“A Last.fm, aproveitando a inteligência coletiva dos milhares de usuários tagueando cada música, consegue definir com certa precisão aquilo que você gosta porque sempre ouve e aquilo que você nunca ouviu, mas vai gostar. O assinante do serviço conhece músicas novas que nunca ouviu mas que certamente tem grandes chances de gostar”, por Gilberto Jr, em Mecanismo da Last.fm é uma espécie de rádio ideal.
Agora imagine um sistema nestes moldes para agregar feeds de blogues:
Características desejáveis do ponto de vista do leitor
Você assinaria as tags, etiquetas ou assuntos do seu interesse. E diria quantas entradas com aquela tag, etiqueta ou assunto você deseja ler.
Um exemplo hipotético seria se eu desejasse ler, por dia, no máximo 200 feeds, assim distribuídos:
- Educação e/ou ciência – 25%;
- Software-Livre, open-source – 25%;
- Tecnologia – 10%;
- Brasil, internacional, notícias – 10%
- meu blogroll (qualquer coisa) – 30%.
Toda vez que eu lesse um feed eu poderia, se desejasse ou tivesse tempo, dar uma nota (um clique entre 1 e 5, por exemplo) para aquele conteúdo. Assim, leitores com gostos parecidos com o meu poderiam se beneficiar da inteligência da multidões.
Do ponto de vista do leitor: você recebe apenas os assuntos que interessam dos seus blogues preferidos, o que aumenta a probabilidade desta informação ser relevante. Pense em conteúdo personalizado pelo usuário.
Características desejáveis do ponto de vista do autor do blogue
Se o número de usuários for muito grande, a remuneração do blogueiro pode ser motivadora para que ele escreva conteúdos focados no leitor (e não em paraquedistas). O que, convenhamos, é bom para o blogueiro e para os leitores inteligentes.
Por questões legais, blogues distribuídos sob copyright só seriam agregados se inscritos por seus autores. Blogues sob licenças mais antenadas seriam agregados automaticamente
Assim, teríamos um agregador de feeds com foco em tags, etiquetas ou assuntos e não em feeds individuais.
Uma espécie de planeta, mas onde o usuário controla que tags, etiquetas ou assuntos quer receber.
Concluindo
Como você pode perceber, alguns sistemas atuais já estão muito próximo disto, como Rec6, Blogblogs e Wasabi, entre outros. Wasabi e Bloblogs são os que mais se aproximam, com Wasabi levando vantagem no item personalização e categorização.
Será que em breve teremos algo com estas características? Desenvolvedores e empreendedores web 2.0 poderão nos salvar. 🙂 [Webinsider]
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* “Blogues” é a grafia com acessibilidade linguística . No título foi usado “blog” por um critério de SEO (do bem, eu penso!)
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Sérgio Lima
<strong>Sérgio F. Lima</strong> (oigreslima@gmail.com) é professor de física no ensino médio, usa um PDA (com Palm OS) e usa a web 2.0 também como ferramenta de produtividade.
11 respostas
Olá Fabiano!
Eu considero que a premissa de que sobre a mesma tag virá muita coisa ruim verdadeira. Para minimizar este efeito, os usuários poderiam dar notas a cada texto/post. Assim, o leitor poderia ter a capacidade de organizar as entradas por notas, dentro de uma TAG.
A idéia é que a inteligência coletiva ajude a filtrar o bom conteúdo do lixo!
[]s
Um feed de um blog é para se fazer parte da conversação com um autor sobre determinado assunto. Ou seja, assina-se um blog em que você confia no conteúdo.
Quando substituem-se a assinatura dos feeds, pela assinatura de tags, significa que você irá receber uma pequena parcela de informação interessante e uma grande parcela de lixo publicado sob determinada palavra-chave.
Evidente que em casos especiais é interessante fazer uma assinatura por tags. Por exemplo, tags que se referem a publicação de informações, fotos e etc, de diversos participantes sobre um determinado evento.
Opa Neto!
Não conhecia este feed rinse! Vou testar! Valeu pela dica!
[]s
Pra isso existe o feed rinse (http://netocury.com/?p=1228) você só ler o que deseja, pois ele filtra, exatamente por tags e expressões.
Abraço
Oi Walter!
Não conhecia não! Vou dar uma espiada!
Valeu pela dica!
[]s
Já deu uma olhada no infoblogs? É restrito a tecnologia, mas lembra um pouco o que você quer.
http://infoblogs.com.br
Acho que os planets chegam perto também.
@ Lu
O Jabá poderia ser combatido com um sistema de notas dado pelos leitores… assim, textos ruins ficariam com notas baixas e textos bons com notas altas… ou seja, inteligência coletiva tentando filtrar o mau uso do sistema de tags!
Sobre o link para seu texto, quem mandou você escrever um texto didático 🙂
bjs
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@ Alexandre
Sem dúvida Alexandre, por isso um sistema de notas… Se eu assinei a tag ciência e alguém escreveu sobre novela, aquele feed receeria nota baixa… com o tempo os usuários iriam indicando quem faz mal uso das tags ou tags com conteúdo ruim (ainda que isso seja subjetivo!)
[]s
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@ Tigo!
É por aí mesmo! Só que seriam todos os usuários do sistema filtrando estes blogueiros sacanas
[]s
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Mas Alexandre, hoje em dia blogueiro sacana não tem feed assinado e ele não vai parar no teu agregador a não ser que tu concorde ou aceitei o modo como ele usa tags.
Sérgio,
eu leio por tags meus feeds. Assino os feeds no Google Reader e coloco uma tag. Daí quando quero ler sobre determinado assunto, ao invés de entrar em cada feed, clico na tag geral. Por exemplo, Apple é uma tag geral que estão inclusos todos os sites sobre Apple.
Entendo que não é exatamente o que vc descreveu. Pelo que entendi as tags seriam definidas pelos blogueiros e vc assinaria aquelas que provavelmente estão relacionadas ao seu interesse.
Mas aí fico pensando, será que não vai ter gente colocando tags nada a ver com o post só pra ser lido?
Abraços!
Racionalização de feeds – e do tempo gasto com a sua leitura – é assunto complicado para mim. A melhor forma que encontrei de me organizar foi criando diversas pastas no Bloglines e checando-as segundo meu tempo e interesse.
Acredito que o sistema de tags fosse mesmo uma boa, especialmente para descobrir conteúdo novo e de qualidade no oceano da web, mas como evitar o jabá? (Que, por exemplo, já atravanca o Rec6 e o Linkk de textos de qualidade duvidosa.)
Ah, valeu pelo link. 🙂