Retrospectiva: em 2002, estava me formando na faculdade de Desenho Industrial, mas já trabalhava com gerência de projetos de internet. Minha primeira idéia para o trabalho de conclusão de curso foi fazer uma vitrine digital e interativa, mas fui desencorajada por muita gente que me disse: a tecnologia é cara, é inviável, é impossível, você está viajando na maionese… e assim por diante.
Hoje, por vários motivos, dedico 80% do meu tempo às novas mídias. O primeiro dos motivos é que cansei de navegar na internet. Cansei de receber URL de sites ?muito legais? e clicar para conhecer.
Leio o que me interessa na internet e fecho a janela, assim como faço com jornal, revista ou com a televisão. Sim, há uma série de novos desafios, mas para mim a web caiu na normalidade e virou rotina por completo. Passo o expediente inteiro online, mas tudo que não quero em meu tempo livre é visitar sites.
As possibilidades de redação e comunicação são infinitas, não precisamos depender exclusivamente da web. E mesmo assim, se quiser, muito pode ser adaptado à internet. Temos SMS, Bluetooth, projeção digital com interatividade, sensores e coisas que conseguimos inventar todos os dias misturando tecnologias.
Em um passado não muito distante, escrevi para este site sobre SMS, incitando as agências a desenvolver ações e utilizar o meio. Nesses dois anos, muito aconteceu, mas o SMS é só um pedacinho do que pode ser feito. Nos últimos dois anos, tive que trabalhar demais com planejamento de ações digitais, o que me desafiou a sair do convencional ? que para mim é a internet.
Percebi que o céu é o limite. Basta inventar e ter coragem de misturar tudo. E a comunicação só tem a ganhar com isso. Porque, hoje, não é somente a web que é 2.0. As pessoas também se tornaram 2.0.
No Brasil, por mais que tenhamos inúmeros sites bacanas, o acesso à internet é por demais restrito. O que está nas mãos de 100 milhões de brasileiros é o celular, boa parte em modelos com câmera. Por que não explorar?
Um exemplo simples de que tudo pode ser integrado? Há diversos sites de notícias na internet que pagam cachês a usuários que enviam fotos tiradas com o celular. Quer mais? O último celular que comprei veio com ferramenta de RSS, Google pré-configurado e está integrado ao Blogger. Também veio com interface configurada para todos os mensageiros do mercado. Tive que comprar um pacote de dados da operadora, pois é claro que queria utilizar tudo.
E com todas essas novidades, ficar sentada na frente do computador para quê? Posso trabalhar de onde estiver.
Pode parecer futurismo alucinado, mas a grande vantagem das novas mídias ? não somente o celular ? sobre a internet é justamente esta: de ser extremamente democrática, inclusive com quem não tem um computador conectado à internet.
Efetivamente, é possível fazer o quê?
SMS ? Você sabia que é possível integrar o banco de dados de SMS a painéis digitais na rua? Que você pode montar um painel para recebimento de mensagens SMS dentro de seu evento, festa, inauguração… que as ferramentas de disparo de SMS emitem um relatório igualzinho aos relatórios de e-mail marketing?
Painéis eletrônicos ? Você sabia que hoje há tecnologia disponível para projeções digitais e interativas? E que as ferramentas de projeção geram relatórios de resultados de interatividade?
Bluetooth ? Você sabia que utilizando um disparador Bluetooth (beamer) é possível enviar diversos tipos de conteúdo para celulares com Bluetooth ativado, desde que o usuário aceite receber? Você pode enviar joguinhos, vídeos, imagens, ringtones, aplicativos… e que a ferramenta também gera relatórios de resultados?
Sensores ? Você sabia que através de sensores de movimento é possível fazer ações fantásticas de ponto de venda? Prateleiras que balançam ou acendem na presença do usuário, emissão de sons, ligar uma micro-televisão ao lado de uma prateleira…
Você sabia que é possível misturar tudo isso? E que dá para integrar tudo com internet, também. Fique atento, vale a pena sair da frente do computador e estudar essas novas máquinas. [Webinsider]
Maira Costa
Maira Costa (maira.costa@thinktwice.com.br) é Diretora de Planejamento da Thinktwice Marketing de Inovação.
11 respostas
Muito bom o artigo, parabéns! Realmente o que vemos na prática é pouca interação entre web e os outros dispositivos, até mesmo o nosso velho celular. Procuro estar atento as campanhas e ações de marketing e publicidade e tem se usado muito pouco esta integração.
Confesso ser meio preguiçoso em relação a tentas ferramentas para convergência, e filtrando o nivel de informação que preciso aliado ao fato de que me afasto da rotina de trabalho quando longe do PC para ter uma vida regrada entre a pessoal e a de trabalho, me interessei, neste artigo, no avanço de ferramentas para serem usadas nos PDVs em atividades de trademarketing.
A briga no consumo se resume, atualmente, na decisão da compra dentro do ponto de venda e fazer uma gôndola trrmer sempre que um potencial consumidor para em frente a ela, como monitoramento dessa ação é fantástico.
Hoje também não me interesso mais em apenas navegar. Procuro cada vez mais a mobilidade e a capacidade de unir pessoas com a tecnologia.
Penso em um grande desafio. Conseguimos encontrar centenas de milhões de pessoas pelo mundo com a tecnologia que temos hoje em mãos. O interessante seria mais do que apenas encontrar pessoas, seria fundamental essas pessoas colaborarem, trabalharem, independente de espaço, cultura e lugar.
Um bom exemplo? Um grande projeto, sendo desenvolvido por 3 equipes: 1 brasileira, 1 Alemã e outra Chinesa. Não precisamos sair do nosso território e tão menos aprender Chinês para desenvolver esse projeto. Deixe a tecnologia resolver isso!
Acredito que esse é o desafio da tecnologia centrada ao homem.
Muito bom o artigo. Parabéns Maira!
Sempre penso em projetos que possam interagir com pessoas/produtos/momentos. Foi muito bom ler isso pois acho q a web, por mais que inove, sempre cai em rotina ou modelos copiados de sucesso.
Não tem como fugir desse futuro conectado e temos que aproveitar isso logo para sermos os pioneiros. Quem vislumbrar projetos interativos só terá a ganhar… e porque não usar o celular, afinal o futuro dele é convergir e ser o nosso PDA, nosso iPod e nosso notebook.
SPAM sempre existirá, que nem camelô, vendendor da Avon (desculpem) e ações de telemkt das operadoras de celular. Basta vc se precaver e saber onde vc está colocando suas infos.
Leiam o artigo a Best Buy (http://webinsider.uol.com.br/index.php/2007/05/14/o-cliente-online-elevou-o-seu-nivel-de-exigencia/) que agora unem ações de MKT online e offline nas lojas físicas. Isso é inovar e quebrar barreiras.
[ ]s
Rafael Xavier
A autora foi brilhante em convergir todas tecnologias, assim como o universo mobile e uma grande convergencia.
Hoje estamos cada vez mais adeptos as tecnologias moveis, cada vez mais aprendemos e interagimos com elas, querendo ou nao.
Discordo da opiniao de Sandro Mucio que refere a utilizacao do proximity marketing como forma de spam. O conceito principal do proximity marketing, que nada mais e do que distribuicao de conteudos mobile por Bluetooth, e a obtencao da permissao de seus usuarios.
Sempre ao interagir com o usuario o equipamento beamer envia uma mensagem perguntando se o usuario quer ou nao receber tal conteudo. Se o usuario clicar em SIM o conteudo e transferido, se clicar em NAO , o usuario nao recebe.
Parabens a autora pelo seu brilhante texto
É muito bom utilizar um micro para ficar a par de noticias como essa, mas se há tecnologias dessa amplitude no mercado, porque não divulgar em todos os meios de comunicações possíveis? espero que as empresas invistam, e proporcione essas novidades para nós usuários de micro, à um preço assecível. Ótima notícia, espero estar constantemente bem informado sobre esses assuntos, e de agora em diante sem o micro, talves. rsrs.
Essa coisa toda está me parecendo um novo modo de disseminar Spam, num é não? Disparar mensagem para os Bluetooth que estão por perto… sms prá todo lado. Seu trabalho é disseminar vírus??? Essa é uma nova forma….
Interessante este artigo. Toca em tecnologias das quais pouco se ouve (ou lê).
No entanto, creio que a autora quis se referir aos desktops. Não a computadores em geral.
Mas de qualquer forma, muitas das tecnologias citadas (Bluetooth, SMS) dependem de computadores em sua infra-estrutura, não estando assim livres e longe dos computadores.
O ponto é que são menos pessoas que tem um celular ou PDA, com tecnologia bluetooth e que efetivamente saibam utilizá-la, do que pessoas que têm acesso à internet via um desktop (sem restrição aqui a apenas usuários de banda larga doméstica).
Acho que novas mídias são legais e têm um potencial muito grande a ser explorado. No entanto, atualmente isso ainda está longe de ser uma realidade contundente e que represente um campo tão largo quanto o das mídias tradicionais (inclua aqui a internet acessada via desktop ou notebook).
té+
eu ficou mais doido a cada instante.. e me vem tu, pra confirmar meus pesadelos interativos!!
oO
Não fale esse tipo de coisa pra mim, eu sou viciado em tecnologia, especialmente telefones celulares.Desde que adquiri meu atual aparelho venho tentando testar todos os recursos dele, entre voip, video conferencia e rss. É tanta coisa unida a mobilidade que dá pra pirar. Hoje um computador é totalmente dispensável, desde que se tenha as ferramentas certas por perto.
Interessante esse artigo. Ele me fez parar para pensar o que seria de mim se, de uma hora para outra, os computadores e a internet sumissem. Decerto, eu estaria perdido por um longo tempo.
Parabéns pelo artigo. Vale prestar atenção nessas novas tecnologias.