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Quando a gente fala de comunicação na internet, ainda estamos muito viciados. Ainda somos incrivelmente preconceituosos, preguiçosos, covardes e protecionistas. A internet ainda é assunto à parte, uma espécie de graal ou penico ? depende do ponto de vista – da modernidade.

Vejamos a cobertura que a mídia dá ao assunto. Quase sempre se trata de um tema de especialistas, pessoas que só fazem isso e ? pior ? só sabem fazer isso. E são quase sempre os mesmos que dão opinião. O resultado é que os temas são assustadoramente repetitivos, entrópicos e chatos. Será que ninguém percebeu que não existem ?consumidores de mídia?, mas ?consumidores de marcas??

E, por isso mesmo, será que ninguém percebeu que não existem ?especialistas em mídia?, mas ?especialistas em propaganda?? Já está mais do que na hora de ouvir outras pessoas e não apenas e tão-somente os ?pretensiosos? especialistas, os voluntária ou involuntariamente ?segregados?. Nada contra eles, mas vamos ouvir os outros. Até porque, dessa interlocução, a gente vai descobrir também quem pensa o assunto, quem sabe raciocinar sobre ele e vai desnudar os ausentes e os que enrolam.

Vejamos como os prêmios de propaganda tratam do assunto propaganda na internet. São prêmios separados, cheios de confusões para dividir as categorias e julgados pelos mesmos ?especialistas?, os mesmos de sempre que só fazem isso. É insuportável ver o resultado, pois uma boa idéia é boa idéia, qualquer que seja a mídia, quem quer que seja quem a julga. Isso não significa, é claro, que não deva haver ?categorias?. Ajuda a organizar um pouco e a comparar. Só significa que não deveria ter especialistas em internet que criam para especialistas julgarem, especialistas verem e especialistas escreverem sobre.

Ou melhor, não deveria ter só especialistas. Nem em internet, nem em qualquer outra mídia. Devemos ter especialistas em propaganda e pronto. Ou em criação. E quem sabe, talvez, alguns especialistas em internet também sejam especialistas em propaganda. E, quem sabe, especialistas em propaganda que julgam outras categorias não sejam assim tão especialistas assim em propaganda, porque não entendem nada de internet.

Esses dois exemplos periféricos demonstram talvez também ? e revelam ? que as empresas de comunicação, as agências, não estão tão integradas assim, embora elas tenham o costume de discursar com criativas retóricas sobre o tema.

Mas é possível imaginar que exista um esforço para se rebelar contra o apartheid retrógrado, estéril e mal-assumido que acomete os profissionais do meio. [Webinsider]

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Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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7 respostas

  1. Fernand,
    aplaudo de pé esta sua coluna. Infelizmente grande parte dos empresários do país ainda dissocia a tecnologia da comunicação, achando que ela só serve pra prestar serviços, e não pra criar um elo emocional entre a empresa e o cliente. É por conta disso que eles consideram o MSN, Orkut, blogs, fotologs, etc, como lazer e não trabalho, por pura falta de conhecimento das capacidades que estas mídias têm de estreitar o laço com o público-alvo das empresas, além de ajudar a arrecadar novos clientes.
    É claro que existe o risco de estas mídias sujarem o nome da empresa, mas este é um risco ao qual TODOS os meios de comunicação estão propensos, não concorda?
    Um abraço 😉

  2. Fernand, parabens pelo titulo da materia,
    quando se fala de apartheid nao ha como fugir do conceito da discriminacao.
    E isso eh corrente no chamado convencional e below the line (?!?!) departamentos/agencias.
    Como dizia meu avo, isso tem conversa pra mais de hora.
    Nao eh simplesmente o fato da agencia ter ou nao um departamento, a discussao eh mais complexa.
    As agencias sairao de um modelo milionario de comissao 20% midia pra 10% em CPC-Google?
    Os dinossauros da propaganda brasileira abaixarao a cabeca e assumirao que terao que se recilcar e aprender a lidar com uma nova midia?
    Fernand, sera mesmo que as pessoas nao devem ser bons entendedores de comunicacao de forma geral e serem especialistas em sua area? Porque ate hoje foi assim com RP e nunca ninguem se rebelou?
    Como eu disse, nao estou afirmando nada aqui, nem quero ofender nenhuma linha de pensamento mas como eu escrevi antes, isso eh um discussao bem delicada.
    Abracos
    Lucio Dias Ribeiro

  3. Sou jornalista recém formado e sempre visito esse site. Sou pós graduado em jornalismo empresarial e comunicação corporativa e um defensor da comunicação online. Estudando muito essa tal comunicação digital percebe-se o quanto ela pode ser útil para uma empresa e contato dela com seus clientes ou público em geral.

    Fugindo um pouco do assunto propaganda, o que vejo como jornalista é que as agências de comunicação, especialmente falando em assessoria de imprensa, salvo algumas boas excessões, entendem comunicação online como correio eletrônico para se comunicar com clientes e só.
    Não vêem as oportunidades que ela pode oferecer como podcasts, blogs, websites como canal de relacionamento e todas as inúmeras ferramentas que a internet pode ser utilizada a favor da empresa.

    Mas em um mundo que há muita desconfiança sobre a internet e que muitas pessoas acham perda de tempo utilizar o Messenger, nós que acompanhamos a comunicação digital e seu avanço saberemos quem vai ficar para trás.

    Desculpe se fugi um pouco do tema proposto, mas senti a necessidade de desabafar.
    Obrigado.

  4. Leandro,

    Esse é uma enorme discussão. As pessoas não podem e não devem ser especialistas em mídias e sim em comunicação.

    Fernand

  5. Deixa a coisa rolar que isso logo melhora. Como ouvi numa certa edição do Podcrer, a tendência da internet é acabar (da forma como ela é hoje). E quando isso acontecer – e pode não demorar muito – talvez a gente nem lembre mais desse post.

  6. Concordo com sua opinião em relação a propaganda ser universal sim;
    mas fico meio desconfiado destas agências de pub/propaganda que querem atirar para todo lado e fazem, além de propagandas comuns: sites, eventos e etc..

    Acredito que designer faz design e publiciatário faz publicidade independente do meio..

    Na internet: designer tem que fazer sites e os publicitários tem que fazer banners, estratégias de links patrocinados e etc..

    Percebe-se que as agências de publicidade que coloca o diretor de arte para fazer sites, não fazem coisas boas. e agências web quando vão fazer propagandas (banners e etc) ficam comum e pouco criativo..

    Nota-se: as grandes agências de publicidade não fazem sites, as pequenas e desesperadas por novos jobs deveriam seguir o exemplo e se especializar em design, eventos, mkt ou publicidade… mas nunca querer abraçar o mundo pois acaba fazendo tudo mal feito..

    grande abraço

  7. Creio que a grande dificuldade de haver essa integração e aceitação das agências com Internet é a dificuldade com que esse pessoal tem de enxergar todas as disciplinas que estão envolvidas num projeto web… e parece que não se esforçam para isso, há preguiça demais em aprender o que é acessibilidade, usabilidade, o ambiental da coisa e tudo o mais? Parece que quando a coisa foge do photoshop-notepad-do-dia-a-dia, olhar para a Internet se torna um caos para essas pessoas e, por padrão, Internet = tecnologia (antes mesmo de comunicação), o que faz com que achem que tudo é coisa de especialista mesmo.

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