O Facebook acabou de começar uma nova guerra na web, lançando seu sistema de buscas. Em vez de bater de frente com o que o Google faz de melhor hoje, Mark Zuckerberg quer acabar com aquilo que o Google pretende ser no futuro.
Já foi dito que o Google Plus não era uma rede social do Google, tentando fazer isso melhor que o Facebook; em vez disso, era uma tentativa de saber o que você e seus amigos gostam justamente para melhorar sua busca, não necessariamente para te ajudar a manter contato com eles.
Pois foi exatamente isso que o Facebook fez, e mais, conseguiu fazer rapidamente contratando engenheiros muito importantes do Google, como Lars Rasmussen, que foi o responsável pelo Google Maps (grande sucesso) e Google Wave (grande fracasso).
Como funciona o Facebook Graph Search
Usando linguagem natural em vez de palavras-chave, você pode fazer uma busca como: “Amigos que moram na mesma cidade que eu e gostam de O Senhor dos Anéis” e convidá-los para assistir O Hobbit com você. Ou ainda: “fotos dos meus amigos em São Paulo antes de 1995” e vai ver imediatamente uma página com todas as fotos que foram compartilhadas com você que se encaixam neste critério.
Com cuidado com a privacidade, o sistema do Graph Search faz uma busca nas postagens que você já poderia ver no Facebook, mas não tinha como encontrar. Não somente dos amigos, mas suas informações também, como por exemplo: “todas as fotos que eu curti”.
Quais podem ser os impactos da novidade
Para profissionais de Recursos Humanos, para achar um diretor de arte, por exemplo, bastará procurar: “diretor de arte em são paulo que trabalha na (nome da agência tal) e tem amigos na (nome da minha empresa)” e pronto, você terá uma lista de potenciais candidatos prontinha.
Para quem quer começar um novo relacionamento, pode buscar “mulheres solteiras que gostam de gatos e de rock e moram perto de mim” e começar a flertar mostrando uma foto do seu gato tocando guitarra, convidando para ir a um show em seguida.
Para quem quer descobrir novidades, é um prato cheio, com buscas como “músicas que meus amigos gostam”, ou ainda “músicas que meus amigos que gostam de björk gostam”. O mesmo pode-se aplicar a restaurantes, filmes, etc.
Um novo ramo para profissionais de SEO ou social media?
Se a busca do Facebook tornar-se realmente importante, logo será necessário contratar especialistas que realmente entendam de como funciona a ferramenta para orientar a estratégia de redes sociais das empresas.
Se eu vou encontrar seu restaurante procurando entre “meus amigos que gostam de comida mexicana”, será preciso criar campanhas para atrair estas pessoas às categorias com as quais a marca quer se relacionar, em vez de somente anunciar e ceifar os likes. Eu posso até imaginar promoções como: “para concorrer, é preciso curtir a página da (marca) e também curtir comida mexicana”.
E é claro que esta busca também trará anúncios no futuro, abrindo novas oportunidades de mídia sociais.
Uma nova corrida por prestígio e visibilidade pessoal
Outra mudança de comportamento que pode acontecer tem a ver com o motivo que leva as pessoas a compartilhar.
Hoje eu vou postar um link ou uma foto se achar que neste dia e neste horário os meus amigos vão se interessar por aquilo, pensando também se todos já viram ou ninguém viu. Mas, caso esta busca seja um sucesso, as pessoas vão querer compartilhar muito mais informações e curtir muito mais páginas, pensando: se um dos meus amigos procurar isso aqui, vai encontrar através de mim.
Enfim, o potencial é tão grande que certamente hoje o pessoal do Google ficou, no mínimo, com um frio na barriga.
Sua opinião
Você acha que isso vai ser mesmo muito importante, ou pode ser mais um Google Wave na carreira do Rasmussen? E quais outros impactos o Facebook Graph Search pode trazer para o nosso mercado e o comportamento dos usuários nas redes sociais? É mesmo uma ameaça ao Google?
http://youtu.be/SD951tHz38g
[Webinsider]
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Gilberto Alves Jr.
Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.
3 respostas
Excelente artigo. Realmente, a ferramenta tem bastante potencial. Espero que ela alcance o sucesso!
Assim como você, Gilberto, já consigo enxergar todo um potencial nesta nova ferramenta, mas no meu caso, voltado ao jornalismo. Nos resta esperar como o público em geral irá reagir a ela, pois do mesmo jeito que podem se empolgar e publicar ainda mais informações como podem se assustar e tentar fugir (de ser encontrado) no Graph Search a todo custo. Espero que haja um equilíbrio entre as duas. Parabéns pelo artigo!
Fiquei surpreso com a enorme quantidade de comentários negativos, muitos considerando essa novidade pequena demais para merecer um evento especial.
Eu particularmente, fico na mesma linha de pensamento deste artigo. Após o IPO a empresa vinha investindo em ações que aumentassem o faturamento da empresa.
O Graph Search é uma ferramenta excelente para o usuário, ao mesmo tempo que permite a criação de novos formatos publicitários extremamente valiosos.
A busca aliás sempre foi o calcanhar de aquiles da maior parte das redes sociais. Alguém lembra o caos que era a busca do Orkut? O Graph Social é um grande passo pra tornar o Facebook mais útil.
Abs,
Eder