Há algum tempo muitos empresários dedicam boa parte das suas reflexões às mudanças que o mundo corporativo presencia, embora esse fenômeno não seja percebido pela maioria das pessoas em função da velocidade em que essas transições ocorrem.
Para descrever esse fenômeno recorremos a uma metáfora que talvez explique porque a maioria de nós não se dá conta dessas mudanças no ambiente de negócios.
Se você colocar um sapo vivo dentro de uma panela com água fervendo imediatamente ele saltará em fuga, pois ele percebe a ameaça imediatamente na sua própria pele.
Porém, se você colocar esse mesmo sapo em uma panela com água fria e for esquentando-a gradativamente ele morrerá cozido, pois o sapo – assim como nós – não percebe as mudanças ocorridas no seu ambiente.
Essas transições acontecem muito rapidamente e mesmo os profissionais mais atentos às tendências do mercado algumas vezes também não se dão conta da velocidade em que ocorrem tais fenômenos.
Uma lição verdadeira
Em função de um acidente ocorrido comigo há dez anos, de repente me vi obrigado a uma inatividade forçada de seis meses e, ao final desse período, o ortopedista praticamente me obrigou a caminhar de muletas.
Na minha primeira saída a pé dirigi-me à padaria do bairro onde meses antes havia comprado gêneros para o café da manhã. Fui gentilmente atendido pelo balconista – o qual já me conhecia – e após adquirir café, pães e manteiga o questionei sobre a ausência do freezer contendo os sacos de leite.
Qual foi a minha surpresa quando o simpático atendente perguntou-me em tom de brincadeira: “O senhor estava doente ou estava preso? Não existem mais freezers para leite... o leite agora é em caixinhas”.
Essa mudança – prezado leitor – ocorreu “da noite para o dia” e, assim como eu, muitas pessoas talvez não a tenham percebido.
Na semana seguinte tive a minha segunda experiência sobre as mudanças ocorridas no ambiente de negócios.
Já podendo dirigir, minha esposa me encarregou de fazer as compras da semana e por isso encaminhei-me ao supermercado do bairro. Na minha lista de compras além dos tradicionais gêneros alimentícios também constavam refrigerantes e água mineral.
Como sempre, parei o automóvel no estacionamento bem perto do local de troca de “vasilhames”. Abri a mala do carro a fim de retirar as garrafas e trocá-las por uma senha, a qual seria entregue à caixa na hora de pagar pelas compras.
Porém, não consegui visualizar o local da troca de vasilhames e perguntei a um segurança pelo local. Novamente me surpreendi, pois o referido funcionário sorriu educadamente e perguntou-me se eu “era dali”, pois “agora os supermercados não vendiam mais refrigerantes com garrafa retornável”.
Em vão tentei explicar-lhe que meses antes eu mesmo fizera essa troca ali naquele local e novamente eu ouvi a sugestão de que eu estivera fora por muito tempo.
Diante disso convido você leitor desatento a refletir sobre essas mudanças que ocorrem rapidamente no ambiente de negócios, pois não gostaria que você fosse cozido numa panela assim como eu, o “sapo” da nossa história. [Webinsider]
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Julio Cesar Santos
Julio Cesar Santos (@profi59) é professor, consultor e palestrante. Autor do livro: “Qualidade no Atendimento ao Cliente” e coautor de "Trabalho e Vida Pessoal - 50 Contos Selecionados". Blog: Profigestão.