Prestes a lançar um livro, estávamos considerando fazer um lançamento virtual no Second Life. Na troca de e-mails com a editora, confessei saber pouco do assunto.
Logo em seguida, por coincidência, abri o blog onde o Chris Anderson publica suas discussões sobre cauda longa.
O título do último post: Porque eu abri mão do Second Life. Para quem não sabe, além de autor consagrado, ex-jornalista da The Economist, etc, ele é hoje editor-chefe da Wired. O que ele fala tem peso. Leia alguns trechos selecionados a seguir:
“Como todo mundo, eu me diverti explorando o conceito [do SL] e admirando toda a criatividade. Então eu me entediei, e comecei a me maravilhar com outra coisa: com todos os edifícios corporativos vazios.”
“Eu não entendia porque companhias continuavam pondo dinheiro para ter presença nesse mundo. Eles estavam vendo alguma coisa que eu não estava?”
Contraponto
Segundo o principal evangelista do Second Life, Wagner James Au, o envolvimento do usuário é diferente do que acontece em outras mídias, em termos de “imersão na marca e reconhecimento; qualidade potencial de participantes, considerando a estatística dos residentes como criadores, blogueiros, etc.”
Referindo-se ao fato de apenas umas 30 pessoas terem aparecido na noite de autógrafos de seu livro Long Tail no Second Life, Anderson responde:
“Talvez [o que Au diga seja verdade], mas eu apenas gerencio o que eu posso medir. Em em relação às coisas que eu dou valor, como links, comentários inteligentes, tráfego para o meu blog, etc, o evento no Second Life poderia nem ter acontecido. Ele não deixou nenhuma marca no mundo em que eu vivo (a saber, a Vida Real).”
O SL tem coisas interessantes. Não exclusivamente ele, mas a possibilidade de segunda vida em ambientes virtuais. Especialmente quando ela vem relacionada a situações lúdicas, a jogos, a ambientes fantásticos.
O antropólogo Julian Dibbell explorou esse tema, que faz girar bilhões de dólares e está fora da economia tradicional. As regras do jogo mudaram, tanto dentro quanto fora do tabuleiro, inclusive para quem quer ganhar dinheiro com a internet, e nem tudo são flores lá dentro. [Webinsider]
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Juliano Spyer
Juliano Spyer (www.julianospyer.com.br) é mestre pelo programa de antropologia digital da University College London e atua como consultor, pesquisador e palestrante. É autor de Conectado (Zahar, 2007), primeiro livro brasileiro sobre mídia social.
18 respostas
Para que cantou aos quatro ventos que o Second Life acabaria em um ano, aviso que estamos em 2010 (os comentários são de 2007) e o SL está lá… junto com o SEBRAE, A Rede Globo, o Bradesco e outros e outros que mantém seus prédios vazios dentro do mundo virtual.
Pena que se fala muito do que não se sabe… desde dos tempos pré-históricos é assim. Aqui no Brasil, as pessoas só começam a vislumbrar o futuro quando este, o futuro, já virou passado nas nações mais avançadas.
Percebo que muitos brasileiros ainda não entendem o conceito de Second Life.
Primeiramente, gostaria de dizer que sou comunista, completamente contrário ao imperialismo e às ferramentas do imperialismo norte-americano e de qualquer outro imperialismo.
Porém, ao mesmo tempo, sou profissional da area de Tecnologia da Informação formado pela FATEC-BS e é preciso reconhecer o potêncial do Second Life.
Em primeiro lugar, Second Life não é um JOGO! Não é um video-game, o conceito não é esse! Por isso não tem certos atributos que alguns usuários esperam tais como: jogabilidade, desafio, força, vida, etc..
Quem chegou mais próximo do entendimento do que é e do potêncial do Second Life nesse blog foi o Leo Yamamoto.
Second Life é a evolução da Internet, um mercado virtual com cambio, inflação, e todo o mais.
Por que eles possuem uma quantidade limitada de terras para vender? Por que se fosse ilimitada, não teria valor de mercado!
Os administradores do Second Life expandem o mundo virtual de acordo com a demanda, mas tomando o cuidado e não terem oferta demais, nem de menos!
É mesmo um mercado. Pode servir para entretenimento como um chat, ao mesmo tempo, na mesma aplicação, funciona como um conglomerado de lojas virtuais, ao mesmo tempo e aidna no mesmo software, pode ser acesso à cultura, a shows, exposições, etc.
Lógico que ainda têm muito à evoluir, seus protocolos precisam ser refinados, o mundo precisa ter conexões de bandas maiores para poderem utilizá-lo confortavelmente sem ficar travando, etc…
Mas o potêncial existe.
Além do excelente exemplo da Americanas.OnLine no Second Life, podemos dar outros exemplo como de um show ao vivo, transmitido pelo Second Life, com telão e som original. O Second Life ainda não suporta esse tipo de funcionalidade, mas potêncial para isso têm.
Podemos citar uma bancad e jornais que poderia vender unidades da CartaCapital, da Quatro Rodas e até da Playboy em edições virtuais. Revistas que atualmente, pela internet, só podemos comprar a assinatura anual ou semestral e ainda assim, o exemplar real.
Podemos utilizar nosso banco com mais facilidade, falar com nosso gerente On-Line e vê-lo. Lógico, novamente que para isso, a segurança teria que ser muito maior do que é atualmente.
Vejam, Second Life poderá por exemplo, substituir os Browsers e funcioanr, em um programa só como uma interface mais agradável, mais facil de utilizar, mais dinâmica e com mais opções.
Não resta dúvida que têm potêncial, que não é um jogo e que poderá no futuro oferecer milhares de ferramentas para facilitar a vida das pessoas.
Ao mesmo tempo, não discordo que seja um absurdo a venda de terra virtual quando muitos seres humanos não tem um pedaço de terra real para cultivar ou habitar.
Absurdo a venda de casas, carros e condomínios virtuais, enquanto existem seres humanos vivendo nas ruas, andando sempre a pé, vivendo às margens de uma sociedade capitalista e anti-social.
Quanto a isso, meus camaradas, só o mundo real, com a proposta comunista poderá corrigir…
Mas enquanto existirem pessoas só preocupadas com dinheiro no poder estatal de nossos países, precisamos seguir a onda para não acabarmos excluidos também…
A exemplo do Orkut, conheci o SL e não tive paciência para acesá-lo pela segunda vez. Meu avatar deve estar perambulando, abandonado, pelas ruas desertas ou voando (?!) por algum prédio abandonado da Ilha Brasil!!!
Bem, a exemplo do Orkut também, o SL não teve o efeito esperado pois, se fosse o contrário estariamos vendo, em publicidades reais endeços diferentes do simples e-mail ou URL (site). Mas não, vemos apenas ações isoladas que se você não estiver no SL não tem acesso, e como pode ser um sucesso se tanta gente NÃO ESTA LÁ?
Bem, posso me enganar, mas se alguém quiser procurar meu Avatar, depois me avise!!!!!
Bem entendido, o real a que me refiro é o prazer sexual. Ter de pagar para se masturbar na frente de um computador é simplesmente bisonho.
Pior ainda é ter que pagar (literalmente) pra ter um pinto virtual. Na falta do real, a velha bronha ainda é muito melhor que o SL.
Enquanto as empresas conseguirem tirar dinheiro do SL, legal. Só tenho muita dó de quem prefere gastar tempo brincando de se alienar nesse espaço irreal invés de arriscar uma conversa pessoalmente. Na mesma proporção que mais pessoas vangloriam o SL, Orkut e afins, me decepciono com a dificuldade de olharem no meus olhos quando converso com alguém. É triste…
Leo Yamamoto,
você está dizendo que o SecondLife vai se tornar o novo piscinão de ramos + sta efigênia informal do planeta?
É explícita a sua idea que o SL poderá dominar o mercado de entreterimento, eu digo a você o final dele vai ser leve e cru , igualmente o RedLight-Center, ou até menos veloz que o falecido the-sims online.
Tudo se passa como um vendaval de informações norte-americanas e muitos brasileiros enxem a boca pra se dizerem americanizados e propriamente micreiros high-level, ainda sou da moda antiga aonde Tetris e P.Persia reinavam e nem precisava colocar dinheiro na jogada pra ser feliz e ter uma casa confortável.
Modinha, futil gerada pela máquina-de-fazer-bosta-made-in-usa. Só isso, vai passar essa febre eu estou no Second Life desde Setembro de 2006, explorei muitas coisas por lá, mas com o tempo aquele tesão acaba, você no inicio do jogo acaba com a alusão que você realmente esta num mundo virtual , mas depois que vc passeia bastante vc persebe que só é uma evolução de Chat, aonde vc pode conversar (digitar ou falar) , até uns amassos virtuais podem ser dados.
Agora fica a critério de loucos entusiastas da modinha ficar investindo dinheiro num jogo que da aqui 1 ano vai desaparecer como foi com o jogo RedLight-Center primeiro protótipo de jogos virtuais igual o SecondLife, o sistema acabou depois que a concorrente LindenLabs lançou o monstro de 3 pernas.
Resumo : Investir em second life é pobreza intelectual, compre ações da petrobras e seja feliz ( só nao compra da boi-gordo ).
http://www.suspensa.info
A jogabilidade é ruim, não tem objetivo e nem dificuldades. É só um grande shopping 3D, vazio e sem graça querendo sem sucesso se fazer de jogo e, ou, simulador de vida. Os criadores falharam em não definir um objetivo real ao projeto, pois em mundo virtual onde vc não pode morrer, não pode matar, não pode ser mais forte que outro, escapar de situações perigosas, em resumo, não tem dificuldade, fazer coisas comuns como andar, conversar, ir a boites e lojas, na vida real é muito melhor.
Bla, bla, bla….
Olá a todos,
Leo voce disse muito bem.
É lamentavel como brasileiros julgam sem conhecer a ferramenta, baseando-se em pessoas que não são de tecnologia e são revoltadas por não ter tido o retorno no SL. Não é a toa que somos um país de terceiro mundo e temos aquilo na presidência. Empresas vazias? Falta de planejamento de marketing desta determinada empresa. Agora porque a Nike e a Nokia dão certo?? Porque fazem uma campanha brilhante de marketing dentro do SL. Infelizmente o SL Brasil está infectado por um público horrível, onde tem muleques, pessoas de baixo calão, aproveitadores, revoltados por não ter conseguido retorno e empresários que descobriu a internet ontem. Aos poucos esse público vai saindo. Vamos dar tempo ao tempo pessoal. O SL é o começo da realidade virtual, de vez criticarmos, vamos aprender essa nova tecnologia.
Abraços
http://idgnow.uol.com.br/internet/sociedade_digital/idgcoluna.2007-06-06.9995126611
Olá a todos !
O Second Life lembra os primeiros videogames e navegadores de internet. Não pode ser compreendido pela situação atual, mas visto como um potencial ambiente mais fácil e divertido de manipular informações. Já reparou que as interfaces mais inovadoras e intuitivas são iconizáveis e 3D ? Você vê isso no i-Phone, naquela tela-mesa clicável da Microsoft (qual o nome mesmo ?), nas interfaces feitas em Flash e Ajax .
Tudo arrastável, muito fácil de mexer. Tudo baseado na internet, podendo compartilhar conhecimento ( à la Wikipedia ), arquivos ( YouTube, BitTorrent ), desenvolver em conjunto com uma equipe (Dosc.Google, antigo Write), de ter uma rede de amigos (Orkut).
E o Second Life pode ser tudo isso ! Um novo modo de navegar na internet, de disponibilizar arquivos, de interagir com outros usuários. Ao invés de ir no site da Americanas.com, vai na Americanas Mega Store ? no Second Life ! Lá, ache os produtos muito mais facilmente ! Pegue o liquidificador, veja os comentários dos clientes sobre o produto, assista o vídeo do anunciante, manipule a versão 3D. Envie o link para sua esposa, seus amigos, seus filhos. Talvez eles respondam com outro link, de uma loja argentina, em que um outro liquidificador é mais bonito e vale mais a pena. Pegue receitas feitas sob medida para esse aparelho. Depois de comprar, converse no fórum sobre as características. Diga se detestou ou amou, e onde o produto poderia melhorar.
É esclarecedor e surpreendente olhar para nossa história recente e ver como foi o início dos videogames, das interfaces interativas, dos navegadores de internet. A história se repete de uma forma incrível. Não vamos cometer os mesmos erros dessa vez, né ?
Leo Yamamoto
Sugestão de pesquisa:
– ?Surpreendente! A televisão e os games nos tornam mais inteligentes?, de Steven Johnson
http://www2.uol.com.br/entrelivros/noticias/seja_inteligente_jogue_videogame_imprimir.html
– ?Cultura da Interface?, de Steven Johnson
http://www.nahipermidia.com/blog/?m=200606
– ?A Era do Videogame?, documentário do Discovery Channel
http://br.youtube.com/results?search_type=search_videos&search_query=era+videogame+&search_sort=relevance&search_category=0&page=
Acho meio estúpida a ideia de gastar tempo, energia e dinheiro para conseguir bens virtuais em um jogo, podendo gastar esse mesmo tempo e energia no mundo real para conseguir bens materiais de verdade.
Enquanto isso empresas (e também revistas) especializadas fazem dinheiro com a modinha. E muita gente acredita (e paga).
http://www.crisdias.com/2007/07/17/descobriram-que-o-secondlife-e-uma-roubada/
É curioso quando se trata de algo digital com alguma propaganda o grande Buzz que isto gera. Porém, se não for realmente algo que vá mudar a vida de alguém (o que eu creio que não mudará de ninguém, exceto àqueles que fazem fortuna vendendo coisas dentro desta bolha virtual), a coisa não continua muito tempo.
Eu, curioso como sempre fui, entrei. Fiquei 2 dias e larguei mão para não entrar mais até hoje. Mas aposto que meu login está lá contando para as estatísticas de trocentos usuários que o SL tem.
Quantos destes são ativos, mesmo ?
Até aí, nenhuma novidade…
O SL para mim nunca foi nada tão absudo a ponto criar vícios nas pessoas…ele ainda tem muito o que evoluir no que diz respeito à criatividade.
Não gosto muito desse tipo de diversão de simular vidas como The Sims e SL…prefiro jogar mesmo…acho que há desafios mais interessantes do que ficar visitando e rodando as ilhas semi-vazias, ele poderia fazer bem mais sucesso, como o The Sims.