O que mais me impressiona no novo Browser do Google, o Google Chrome, o que ele tem de mais inovador na minha opinião, é a sua interface limpinha.
O grande segredo de uma interface limpa é ter o menor número de elementos visuais possível, sem com isso ter menos funcionalidades. A Apple é craque nisso, o Google também.
Porque menos (elementos na interface) é mais (tecnologia).
O Chrome tem só quatro elementos: abas, controles de navegação (voltar, avançar e recarregar) a “OmniBox” e dois botões de configurações. E com toda a tecnologia que ele tem, o usuário realmente só precisa destes elementos para ter uma experiência riquíssima.
Como o OmniBox serve como searchbox, eliminamos aquela outra caixa de busca que o Firefox e o IE7 têm. Como as abas estão acima de tudo, com total ênfase no design, não precisamos de uma barra de título.
Como o Omnibox se lembra dos endereços que você mais visita, buscando não só no texto do endereço mas também no próprio conteúdo das páginas que você visita, com boa relevância, e a “página nova guia” mostra suas páginas mais visitadas e favoritas, eliminamos a necessidade de uma barra de favoritos.
Assim as inovações tecnológicas foram possibilitando um design mais limpo para o browser. Depois de pouco tempo navegando a gente pára e pensa: uai? cadê aquele monte de coisa que vinha com o browser? Está tudo lá? só que de maneira mais elegante e inteligente.
A idéia é dar melhor experiência de uso para aplicativos web.
Outra coisa que diferencia a experiência do usuário com o Chrome é que ele usa um engine de JavaScript totalmente novo e, de acordo com várias comparações, mais rápido do que qualquer outro navegador.
Além disso, nele, cada aba é tratada no sistema operacional como se fosse um browser separado. Se o site ou aplicativo web que você está usando tem um bug que trava o navegador, só aquela aba trava, todas as outras ficam como estavam. O uso de memória também foi otimizado para melhorar a performance.
Isso tudo o torna perfeito para o uso de aplicativos que fazem uso pesado de JavaScript e Ajax, como o Gmail, Google Docs, Google Calendar. O Chrome também tem uma função bem específica para o uso de aplicativos assim, que cria uma aba especial, sem nenhum controle de navegação, aba, nada, só com o conteúdo do aplicativo dentro da janela.
O Chrome cresce rápido, mas ganha mercado do Firefox e do Safari, não do Internet Explorer.
Por mais que alguns analistas digam que o Chrome é uma grande ação do Google contra a Microsoft, por enquanto, segundo algumas análises, ele está ganhando mercado do Firefox e do Safari, porque seu uso por enquanto é restrito aos chamados “early adopters”. No entanto, em apenas um dia ele ganhou mais de 1% do mercado de navegadores. Isso é um feito e tanto!
Talvez seja até bom que a adoção seja restrita aos usuários mais avançados, já que o navegador ainda está em fase beta. Uma das funcionalidades mais pedidas para as próximas versões é aceitar extensões como o Firefox, e o Google já disse que isso virá logo.
Pena que ainda não existem versões para Linux e Mac. Como o Chrome é open source, há grandes possibilidades de que essas inovações, principalmente o V8 (o engine de JavaScript do Chrome) e o jeito dele lidar com threads e processos, sejam incorporadas nas próximas versões do Safari e do Firefox. Veremos. [Webinsider]
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Gilberto Alves Jr.
Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.
3 respostas
Realmente, o Chrome vai tirar o espaço do FireFox, por que é mais leve e renderiza as páginas da mesma forma, ele parece uma melhor opção ao Internet Explorer do que o FireFox.
Eu acredito que a simplicidade é mesmo a alma do negócio, inovação é você fazer um botão ter 10 funcionalidades e o usuário entender como usar cada uma.
A principio achei estranho, bem diferente dos modelos tradicionais, do qual nós estamos acostumados. Até desinstalei da maquina, acho que vou precisar experimentar mais um pouco para me acostumar.
Gilberto,
É interessante a sua afirmação, mas embora tenha entendido o jogo de palavras, receio que seja o contrário. É com mais tecnologia que podemos tirar elementos da interface. (É possível deixar o Firefox só com 3 botões e a barra de endereços sem mexer em nada no seu código).
Agora deixando de se chato com as palavras, hehe, eu acho que a adição do melhor processamento de JavaScript é válida no Chorme embora o Firefox já está se aprimorando com TraceMonkey (http://news.cnet.com/8301-1001_3-10023723-92.html).
Quanto à interface limpa vs. funcionalidades, talvez porque o Chrome está na primeira versão, mas ele esqueceu de incluir simples, mas importantes recursos, como a indicação de quando a página tem um Feed RSS ou até mesmo um alerta para quando vai fechar várias abas e a possibilidade de salvar a sessão de navegação.