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O que seria uma agência digital?

Uma agência que só existe na internet, que não tem endereço físico, nem pessoas de carne e osso, em que tudo se resolve através de inteligências artificiais, fórmulas prontas, colagens, colaboração nas redes sociais engajadas que planejam, criam, veiculam no piscar de um clique?

Ah não, não é nada disso não: uma agência digital é uma agência que só faz propaganda (e seus eufemismos) na internet.

Ou seja, uma agência de propaganda especializada. Assim como existem agências especializadas em outdoor ou agências especializadas em espera telefônica, agências especializadas em senhoras aposentadas e agências especializadas em futebol, acarajé e cubo mágico.

E uma agência pós digital?

Seria uma agência que tem muita gente de carne e osso, que tem muitos endereços, e salas de reunião de verdade, e promove almoços, vernissages, festas, cabarés, bordéis? Ou seria uma agência que reinterpreta, que transcende a razão, questionando as narrativas totalizantes? Ou pós digital é uma coisa assim mais transversal, diagonal, centrífugo, holístico? Uma coisa, assim, meio Hélio Oiticica?

Ou pós digital pode ser uma agência do além, do éter, habitada por espectros desencarnados, uma agência pós mortem?

Se uma agência digital é prestidigitação semântica, uma pós digital é a mais louca das parábolas. [Webinsider]

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Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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