Sua startup precisa de um business plan?

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Se você vai começar um negócio, principalmente trabalhando com web e dependendo de investidores, será questionado sobre o business plan.

Peço permissão para usar o termo em inglês por ser um tipo muito específico de documento (como Curriculum Vitae ou Pitch). Os equivalentes em português (plano de negócios e modelo de negócios) não costumam ser usados por pessoas de negócios.

Eu era bastante resistente à idéia de gastar o precioso tempo de uma startup com criação de um documento, principalmente por conta do método Getting Real de gerenciamento de projetos Web.

Não devemos perder tempo criando documentos que representem a realidade, certo? Certíssimo. Mas ao contrário do que eu pensava, o BP não representa a realidade, o business plan serve para convencer pessoas que seu negócio é bom. É um estudo analítico do mercado que você pretende explorar e um guia estratégico quando nada mais puder ser usado.

O que é um business plan?

O business plan é um estudo analítico do mercado que você pretende explorar.

Segundo Marc Andreessen em seu artigo “The Pmarca Guide to Startups, part 4: The only thing that matters“, o tamanho do mercado é o principal fator de sucesso de startups. Segundo ele, o mais importante não é ter um produto incrível ou uma equipe animal; se o seu mercado não for grande, sua startup não vai conseguir o sucesso impressionante que é esperado.

assuming the team is baseline competent and the product is fundamentally acceptable, a great market will tend to equal success and a poor market will tend to equal failure. Market matters most.

Marc Andreessen: The Pmarca Guide to Startups, part 4: The only thing that matters

Metade de um business plan é a análise do mercado que a empresa pretende abordar; a descricão das empresas que já estão se enveredando nele; a quantidade de dinheiro que rola por ano e o estudo dos casos de sucesso.

O business plan é um guia estratégico quando nada mais puder ser usado.

A outra metade do documento é onde você descreve o que vai fazer para vencer as empresas que já estão na rua, ou o como vai criar um novo mercado.

Nesta etapa você vai dizer quais são suas cartas na manga pra derrubar Google, Apple, Facebook, Flickr ou quem quer que esteja no seu caminho nesse momento (não entre em detalhes técnicos, seu nerd). Normalmente cobre-se cinco anos, sendo que o primeiro ano é o mais detalhado.

Por conter detalhes estratégicos secretos, o business plan não pode ser público, senão todo mundo fica sabendo quem é o Peter Parker, e aí você pode perder a Mary Jane.

Assim que você começar a trabalhar, vão acontecer mudanças no mercado, te deixando na dúvida se você deve parar tudo e ir fazer um aplicativo para iPhone. Pense, você passou três semanas analisando o mercado que pretendia explorar, vai largar toda a sua análise por conta de um hype? Pode dar certo, mas empreendedorismo não é loteria, e a chance do hype permanecer se aproxima da loteria.

Quer largar tudo para fazer o tal aplicativo de iPhone? Então gaste mais uma semana fazendo uma análise do mercado de aplicativos para iPhone.

O business plan serve para convencer pessoas.

Você faz um BP para convencer quem precisa ser convencido: investidores, parceiros, sócios, você mesmo, sua mãe (que não vai deixar você largar a faculdade de jeito nenhum).

O cara olha o documento, vê um mercado bilionário, uns poucos incompetentes ganhando montanhas de dinheiro, vários indicativos de que seu time é super-poderoso e vai desbancar todos os concorrentes em dois anos. Pronto, convencido. E sua mãe pode até deixar você ir para aquela faculdade mais fuleira e assim você vai ter mais tempo para os negócios.

Respondendo à pergunta título: sua startup precisa de um business plan?

Se você quer investidores, precisa atrair sócios, não tem certeza se sua startup tem chances reais de dar certo (ou tem uma mãe super protetora), sim, você vai precisar de um business plan.

Como dito no início, a minha conclusão é que o business plan é um exercício de convencimento. [Webinsider]

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Marco Gomes é fundador da boo-box; co-fundador do Mova Mais e Consigliere do Jovem Nerd. Empreendedor, cristão, viajante, marido, ciclista e nerd. Mantém um blog.

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9 respostas

  1. Pingback: » Como sua empresa pode receber investimento Webinsider
  2. Salve!
    eu concordo com boa parte de todos os comentários sobre o artigo, e acho também que é preciso estudar, investir uma semaniha pelo menos nos planos, até porque eu mesmo quando começo a escrever e colocar as idéias em ordem, tenho mais um monte de idéias e tudo parece absolutamente claro e límpido, e no mínimo será um empurrão para embalar a máquina e fazer seu negócio traçar novas metas, novas rotas, e ficando mais claro para você, consequentemente ficará mais claro para seus sócios, investidores ou sua mãe hehe.
    Valeu pelo artigo! é bem isso que eu precisava ler para levar um tapa na cara e lembrar que não adianta ter tudo na cabeça, pçrecisa escrever, re-pensar e botar no papel para sentir a aprovação geral como é!

    Abrasssssssssssssss!

    Marcelo Guernieri

  3. O assunto é realmente polêmico, mas eu acredito que ninguém sabe o que é um Business Plan até realmente escrever um, portanto, se você não tem certeza se precisa, tente escrever um, mesmo que seja sobre um negócio fictício e menos complexo do que você está idealizando. As lições aprendidas à partir desta experiência vão abrir sua mente para aspectos relevantes para qualquer negócio.

    Abraço,

    Luciano Ayres
    http://blog.lucianoayres.com.br

  4. Combinando um pouco de experiência pessoal com opiniões de bastante gente por aí que admiro, concordo com a sugestão do Diego: focar na apresentação (prioritariamente) e no Sumário Executivo. Isso vale tanto para quem está levantado quanto para quem só está gerindo o negócio.

    É a essência do Business Planning, mas sem o peso de se fazer e manter um documento Business Plan convencional de 40 pags. Isso não invalida os pontos de análise necessária que o Marco levantou no texto.

    Para ajudar no debate, seguem mais dois links interessantes:
    http://blog.guykawasaki.com/2006/01/the_zen_of_busi.html

    http://www.dmwmedia.com/news/2007/07/24/guy-kawasaki-how-to-write-a-business-plan-ten-questions-with-tim-berry

    Abcs,
    Eric

  5. Marco,

    Concordo com o que você disse: fazer um BP é o melhor exercício de convecimento que o empresário pode fazer para ele mesmo. Eu fiz o meu em 2007, no final da minha faculdade para poder participar de uma feira de inovação. Um ano antes eu havia feito outro que até o Sebrae não queria ver cheiro, mas com este segundo eu recomecei do zero e fiz algo que me disse que aquele caminho que eu estava enveredando a minha empresa.

    Concordo um pouco com o que o Diego disse, mas ficar sem BP (mesmo que apenas algumas folhas de papel) é ruim, pois ele serve como uma espécie de Guia para Terras Inexploradas que você vai usar no começo da carreira. Claro que quando você chegar na terra prometida, você irá achar novos caminhos fascinantes ou melhores rotas que você não havia planejado, mas isso é natural e vale a pena.

    Um super abraço,

    .faso

  6. Marco, eu acho que escrever um business plan é exatamente o que você concluiu, um exercício de convecimento. Principalmente de você mesmo. Uma boa opinião a respeito e que eu guardo comigo veio de um investidor de risco que atua na Fir-Capital/DFJ: Eu não tenho muita certeza sobre eles. Por um lado, eu acho que o exercício de escrevê-lo é importante pois obriga você à encarar assuntos que não seriam observados normalmente. Por outro lado, eu acho uma perda de tempo pois os negócios da empresa geralmente mudam e o resultado final não se assemelha à descrição dada no plano de negócio. Por experiência própria, os melhores empresários geralmente não tem tempo de escrever um plano de negócio porque estão ocupados demais construindo a empresa. Os investidores quase nunca têm tempo de ler os longos textos, principalmente no início. Então, minha sugestão seria preparar um sumário executivo ou uma apresentação de power point, e esquecer o plano de negócio!

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