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As TVs OLED ainda são incipientes nos laboratórios e no mercado, mas aos poucos este último estará ditando os rumos da fabricação deste tipo de tela.

Não faz tanto tempo assim que as telas OLED entraram nas lojas, e aqui mesmo nesta coluna se fez necessário apresentar os principais detalhes que fazem os diodos orgânicos emitirem luz.

362-652683-0-5-lg-55ea9800-tv-oled-curved-55-smart-tv-3d-full-hd-240hz-4-hdmi-4-oculosÉ importante assinalar novamente que ainda pairam dúvidas sobe a durabilidade das telas OLED, particularmente no OLED emissor de cor azul.

Mas, agora, a indústria deixa escapar outro fator ainda não revelado: a da relativa ineficiência de luminância do OLED azul, quando comparado aos demais Vermelho e Verde.

As soluções aparentemente encontradas para tal problema diferem entre os dois principais fabricantes de telas OLED:

A Samsung trabalha com um pixel RGB (vermelho, verde e azul), porém o emissor de azul é cerca de 1.5 vezes maior em tamanho dos que os outros dois emissores.

Como os espectros de emissão de cada subpixel não foram, que eu tenha percebido, declarados ao usuário final ou aos entusiastas, pressupõe-se que o objetivo deste aumento seria trabalhar a amplitude de emissão de luz da cor azul, compensando assim esta deficiência.

Já a LG, que foi primeiro quem lançou uma tela deste tipo, usa quatro subpixels brancos (notação “W”, de “White”), resultantes da mistura das cores azul e amarelo. Depois ela interpola filtros para a passagem das cores vermelha, verde e azul, e deixa o quarto subpixel sem filtro (RGBW).

A empresa alega que o emissor OLED branco (W) aumenta o brilho da imagem, mas inegavelmente a principal vantagem seria partir da mesma amplitude de luminância para todos os subpixels, substituindo o emissor OLED azul por um OLED branco com um filtro desta cor. Se, por acaso, a luminância dos OLEDs brancos cair pela diminuição do seu componente azul, teoricamente ela cairá em todos os quatro subpixels simultaneamente, impedindo assim o desvio de crominância na tela.

Tanto Samsung quanto LG modificam também a geometria do pixel. No da Samsung os subpixels são dispostos um acima do outro, enquanto que a LG os dispõe verticalmente. A ilustração a seguir mostra estas diferenças:

 

Estrutura diagramática de subpixels OLED por fabricante:

 image001  image002

 

Eu confesso que ainda não tive a chance de ver telas OLED fabricadas pela Samsung, sendo, portanto, prematuro traçar comparações. Entretanto, analistas que já viram as duas telas Samsung e LG se declaram incapazes de notar qualquer diferença de qualidade de imagem. O que significa que, se isto é verdade, e deve ser mesmo, o que no final vai contar é a durabilidade das telas, e neste particular eu aposto as minhas fichas, por enquanto, nas da LG.

Mudança de conceitos

Tanto LG quanto Samsung se apressaram em colocar no mercado televisores com telas curvas. Um representante da LG teria declarado que era “apenas para distinguir a tecnologia OLED das demais telas”. Não precisava: a primeira coisa que se nota em uma tela OLED é a formação do nível de preto e o alto contraste da imagem.

A tela curva, para dar a impressão de “tela de cinema”, só faz sentido quando o tamanho da tela é muito grande, mas as telas atualmente comercializadas estão na faixa das cinquenta e cinco polegadas. Talvez por isso, as telas planas começam a aparecer e me arrisco a dizer que substituirão as curvas em curto espaço de tempo, até porque elas são mais fáceis de montar nas paredes.

Vai ser difícil derrubar as telas de LCD atuais

O meu filho costumava brincar comigo, dizendo que eu sou dotado de uma intuição “bruxística”. Pode ser. O fato é que lá pelo início dos anos 2000 eu ainda estava no fórum do extinto Home Theater Talk, discutindo tecnologia de telas com um bando de conhecidos, e disse a eles um dia que acreditava que a tecnologia LCD iria suplantar, em relativo curto espaço de tempo, as tão apreciadas telas de plasma.

Na época, alguns perguntaram se eu estava falando sério. Tal como as telas OLED de hoje, as primeiras telas de LCD sofriam na reprodução dos espaços de cor e dos chamados pixels com defeito, ou “dead pixels”, como a gente os costumava chamar. Estes pixels formavam pontos pretos ou brancos, dependendo do tipo de defeito. Os fabricantes alegavam que até 10 pixels com defeito por tela era um nível aceitável e não cobertos pela garantia ou troca. Anos se passaram até ser virtualmente impossível detectar pixels com defeito nas telas LCD.

O processo de filtragem das telas LCD e a diminuição do tempo de resposta, aliados a processadores extremamente competentes e rápidos têm levado as telas LCD a um plano de qualidade satisfatório para a grande maioria dos usuários. Como o tamanho da tela e o formato geométrico dos pixels LCD são prerrogativas da maneira como as novas telas são fabricadas, não é de se admirar que os atuais modelos venham atingindo proporções generosas (telas acima de 70 polegadas) e exibindo 4K de resolução, com imagens impecáveis.

O que ainda precisa ser visto com cautela

As telas OLED trabalham no mesmo princípio de transição de tela das LCDs, que é feito pelo processo “Sample and Hold”: uma dada imagem é retida por um período de tempo, até que nova imagem se forme.

O processo de interpolação de telas anteriormente comentado aqui nesta coluna, que se refere à duplicação de telas intermediárias, mecanismos anti borrões e artefatos parecidos, dispensam em telas LCD atuais a estimativa e compensação de movimentos (ME/MC), e na verdade a imagem fica bem melhor sem a ativação deste recurso!

A implementação de recurso ME/MC em telas OLED é apenas compreensível por conta do “sample and hold”, mas por outro lado eu acho que, em princípio, o seu uso é quase uma heresia, haja visto que as telas modernas atingem varreduras elevadas, sem praticamente nenhum artefato de movimento.

Neste momento, eu me arrisco a dizer que, usando a minha intuição “bruxística” novamente, eu prevejo que a tecnologia LCD irá ser substituída por telas OLED, na medida em que haja queda significativa da faixa de preço de aquisição e garantia de que as telas serão duráveis e sem obsolescência planejada, como muitos produtos de alta tecnologia o são de uns tempos para cá.

Eu noto que a imagem OLED vem responder com competência um questionamento anterior sobre os níveis de preto das telas LCD, e com a vantagem de um contraste elevado, junto com uma reprodução de cores de cair o queixo.

Como com qualquer tela, ela pode satisfazer ao usuário menos exigente ou interessado em ajustes, pela qualidade da imagem vinda de fábrica, e quem sabe um dia satisfazer aos mais exigentes, sem precisar quebrar a cabeça para fazer ajustes finos, daqueles que necessitam de medidores e softwares adequados. Quando este dia chegar, e torço para que seja breve, iremos saber se a tecnologia OLED terá conquistado o seu espaço e vencido! [Webinsider]

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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3 respostas

  1. Oi, Nolan,

    Eu sei que as telas de 4K estão encantando as pessoas e o preço é bem menos violento do que as OLEDs. Talvez o futuro coloque as OLEDs com 4K e aí sim nós poderemos notar as diferenças, se elas existirem.

    De qualquer maneira, eu entendo que a prática de preços está deixando toda esta tecnologia em um nicho, o que é uma pena, visto que quem está no hobby sempre se sente compelido para fazer um upgrade.

  2. Prezado Paulo:

    Adquiri como já é do teu conhecimento,uma Samsung de 55″ tela curva e com 4K. Na minha idade repentinamente “caiu a ficha” de que tenho pressa em experimentar novas tecnologias.A vida está passando muito rápido…Bem,fiquei agradavelmente surpreso com a imagem principalmente do material em 1080p que é sempre “exibido” em 4K.Talvez algum tipi de upscale. A diferença é gritante se compararmos com o televisor que eu tinha antes…Agora vamos a tal tela curva.Como nunca pendurei nem passa pela minha cabeça pendurar um televisor na parede,este item não me preocupa. Porém,assistindo filmes a noite,com luzes apagadas,DTS e distãncia da TV de uns 2 metros,cara…melhor,inegavelmente melhor do que qualquer cinema que já frequentei,inclusive um na França. A tela curva cria uma ilusão “espacial” de lateralidade que só vendo para acreditar.A primeira providência minha após assistir aos filmes “Edge of Tomorrow” e “X Man Days of Future Past” me fizeram tomar uma providencia imediata:sair para comprar pipoca. Agora eu realmente tenho um cinema em casa.

    Abração,
    PS -Use o video sugerido para ver a qualidade de imagem da tua TV.É uma coreana bonita e a imagem/efeitos é daquele tipo que a Globo NUNCA vai conseguir imitar…

    http://www.youtube.com/watch?v=oTXCgR93zC8

  3. Paulo, parabéns por mais uma aula. A Globo tem um Monitor OLED; não sei se ainda está em uso. Era muito caro. A minha esperança é poder ter um Televisor a Laser. Já vi essa imagem em feira. Um 8K a Laser vai ficar melhor que a natureza. NÃO PARE DE ESCREVER. Não perca a sua intuição “bruxística”.

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