O jogador se prepara durante anos. Atravessa cada etapa do desenvolvimento do seu físico e das suas habilidades, sempre preocupado em superar-se. No início da carreira, o jogador sabe o lugar dele. Ele tem conhecimento do caminho que precisa percorrer sem perder o foco, se um dia quiser ter sucesso.
Mesmo que seja escalado, o jogador sabe que nem sempre ele vai entrar em campo. Ele sabe que a hora certa de entrar vai chegar um dia, mas não se acomoda por isso. Mesmo na incerteza de entrar no jogo, ele está sempre preparado para encarar a partida a qualquer momento.
O jogador sabe que a sorte é o nome daquela esquina onde acontece o encontro da preparação com a oportunidade. Quando o jogador sai do banco e entra em campo, ele sabe que é tudo ou nada, que tem que dar o melhor de si. Quando tenta jogar sozinho, o jogador sabe que não é capaz de atingir grandes resultados. Ele pode até ter um ou outro lance favorável. Mas ele sabe que depende da equipe para atingir um objetivo comum. E nem sempre é isso que acontece.
Quando o time do jogador perde, é preciso reconhecer a falha, aonde o adversário encontrou brecha. E a partir destes pontos fracos, começa um novo trabalho de aperfeiçoamento. Mais treino. Mais preparação. Mais testes. Até que chega a hora de encarar uma nova partida. O jogador sabe que pode virar o jogo. E que essa virada depende de várias circunstâncias, entre elas a sua própria capacidade. Grande parte do jogo depende dele, não importando em qual posição joga.
E quando o jogador entra em sinergia com os colegas, o talento se multiplica. E um jogo aparentemente perdido pode ser revertido. O jogador corre, pula, cai, levanta, leva chute, discute, se machuca, se cansa… mas é dele, somente dele a responsabilidade pelo resultado do jogo.
O torcedor chega, senta e espera a partida começar. Então ele grita, xinga o time adversário, o juiz, a mãe do juiz, briga com o cara ao lado, fica rouco. O torcedor é muito mais barulhento que o jogador e interfere muito pouco, ou quase nada, no resultado do jogo. A sua felicidade depende do que acontece ali no campo, onde ele não possui domínio algum. Sua felicidade é delegada ao jogador.
Agora, imagine que a sua vida é o jogo. Como você tem encarado a partida: como jogador ou como torcedor? [Webinsider]
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Eduardo Zugaib
Eduardo Zugaib (falecom at eduardozugaib.com.br) é profissional de comunicação, escritor e palestrante motivacional. Sócio-diretor da Z/Training - Treinamento e Desenvolvimento.
3 respostas
Dependendo do jogo, o jogador tem de se virar sozinho .
No golfe, a superação é de cada um contra si mesmo.
como diria nietzche, torna-te quem tu és.
Eu encaro como jogador, mas agradeço por existirem os torcedores. Torcedores são parte essencial do ecossistema.
Excelente.