Entre a comunicação tradicional e a interativa

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A interatividade não é apenas mais uma mídia e também não representa novas tecnologias.

O buraco é muito mais embaixo, a diferença está na base do que é comunicação. Quando a diferença é na base, o resultado é diferente.

Por exemplo, um carro e uma moto. Na estrutura básica, uma tem duas rodas e a outra quatro. Assim, são dois produtos totalmente diferentes, a mudança é enorme, pois envolve a estrutura.

Agora um Gol e um Corsa. A estrutura é a mesma, quatro rodas, mas cada um tem suas características próprias.

A TV e a internet são uma moto e um carro, não porque uma é melhor que a outra ou que uma irá substituir a outra (o que também não é verdade). O que acontece é bem mais simples, elas são diferentes pois diferem na estrutura básica da comunicação.

Já a TV e um outdoor, são diferentes, cada um tem sua especialidade, mas são um Gol e um Corsa, pois na estrutura básica da comunicação são totalmente iguais.

Se ainda está vago, vamos à base (estrutura) da comunicação.

Isto aprendemos no ensino fundamental e está no primeiro capitulo de qualquer gramática.

Emissor ==> Mensagem ==> Receptor.

Os meios de massa, a comunicação empresarial (propaganda e outros) e até nossa educação tradicional transformaram a base para algo mais eficaz naquele momento e que gerava resultados.

Emissor (único) ==> Mensagem ==> Receptor (vários)

Não considero válidos os pensamentos no sentido de que interatividade é apenas mais uma mídia; também não considero comparações entre evolução dos meios de massa e internet.

Todos estes discursos são focados apenas em técnicas e técnicas, mas poucos veem que seguir este caminho é errado, pois a técnica só tem importância porque permitiu mudar a estrutura básica da comunicação. A estrutura que é importante.

Emissor ==> Mensagem ==> X ==> Receptor
Emissor ==> M_n_a_e ==> Receptor
Emissor ==> Receptor <== _e_s_g_m <== Receptor (Não fui muito claro nesta representação gráfica da mudança na estrutura da comunicação) As novas tecnologias mudam a estrutura, o receptor ganha voz, ele completa, muda, corta, anula e acrescenta elementos à mensagem, sem deixar de ser receptor. Isto é interatividade, por isto a diferença. As técnicas antigas não mudaram a estrutura quando surgiram. Por exemplo, da rádio para a TV a técnica mudou radicalmente, mas a estrutura da comunicação continuou a mesma, "um para todos". O mesmo na película e na captação digital. São técnicas e não mudam a estrutura básica de comunicação no cinema, sentar e ver filme ou "um para todos". Outros exemplos fora da mídia de massa: design de produto. Um grupo analisa tendências do consumidor e monta a embalagem do produto. Também é "um para todos" Até na técnica internet tem "um para todos", que são aqueles sites folder com texto para ler e sair, ele também é "um para todos". Está na internet, é digital, mas não é interativo. Para ser interativo o usuário deve moldar a mensagem sem precisar sair da sua posição de receptor. Ele continua não sendo dono da mensagem, mas deu sua contribuição para ela. Isto é uma mudança enorme na estrutura da comunicação. Por isto a diferença entre tradicional e interativo. [Webinsider]

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Avatar de Marcelo Bandeira

<strong>Marcelo Bandeira</strong> (treslokad@yahoo.com.br) é estudante de comunicação social, inconformado com a maneira que o meio tradicional da comunicação (agências velha-guarda) e faculdades tratam e "pensam entender" a mídia interativa.

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9 respostas

  1. Olá Marcelo.
    Sou graduada em Arte e Mídia e faço especialização em Produção de Conteúdo para Tv Interativa (na Metodista – SP).
    Entre tantos aspectos abordados (tecnologia de telecomunicação, de broadcast e criação e programação de conteúdos), também discutimos muito em aula o que seria a tal INTERATIVIDADE que compõe o Sistema Brasileiro de TV Digital.

    Entre tantas discussões, chega-se a idéia de diferenciar a INTERATIVIDADE da INTERAÇÃO…

    Concordo com você que a interatividade mexe profundamente com a estrutura comunicacional um pra todos – o que é um paradigma quando pensamos na construção dos conteúdo transmitidos tradicionalmente pela TV analógica: radicalmente um pra todos!

    Quando um emissor pensa um conteúdo e cria uma forma de passar sua mensagem, dando ao receptor a possibilidade de comentar, opinar ou participar… isso não acredito que seja interatividade…

    Afinal de contas, nada vai fugir de algo que o emissor sugeriu… ele determinou que, num exato momento de seu projeto, os usuários (ou telespectadores, ou teleatores… que seja!) iriam entrar e fazer a sua parte.

    Esta ação tem um perfil mais participativo que interativo… porque o receptor não vai (leia-se não pode) fazer nada além do que o emissor já havia pensado e delimitado (sua participação se dará neste momento e dessa forma)…

    Espero que não tenha ficado confuso… hehehe

    Quando você fala que existem muitos sites que não são interativos, tb concordo: apesar da mensagem surgir a partir de um ambiente on line, ou digital, não significa que ele seja interativo. (inclusive existe uma discussão muito grande em cima da chamada WEB 2.0 e do quão a internet é e deve se tornar interativa…)

    Essas discussões são interessantíssimas e cabem exatamente ao momento que estamos passando: uma desconstrução (ou reconstrução, ou adaptação) do tradicional modelo comunicacional de Lasswell (emissor, mensagem, receptor) em vários meios…

    Acho que é isso… hehe

  2. Marcelo, onde estuda?
    está em SP?
    Quer um estágio?
    O mercado precisa de estudantes assim, novas idéias. Estou cansado de jovens apáticos que pensam como nós velhos.
    Me manda seu currículo.

  3. Olá Tiago e Lucas,

    Quando falo de interatividade, o conceito é mudar a mensagem de diversos meios.

    Apenas alguns exemplos:

    através da interatividade posso ter a possibilidade de mudar:

    O tempo que absorvo a mensagem, exemplo you tube: vejo os vídeos quando quero.
    O enredo: Em um jogo posso mudar os finais possiveis do enredo.
    A mensagem: cortar,adicionar,excluir. a a recpção da mensagem.

    Sobre o receptor n se tornar emissor, penso na idéia de um game.

    Por exemplo em ambiente de jogo, o receptor faz escolhas que moldam, a mensagem, a historia vai se desenrolando conforme suas ecolhas, assim ele molda a mensagem, corta sem se tornar receptor, entendeu?

    Acredito que quando vamos realizar uma ação interativa devemos pensar menos no que aprendemos na faculdade de comunicação, pois estamos infectados com o virus do um para todos e pensar mais como games um para todos moldarem sua mensagem

    A comunicação interativa deve ser como o jogo SPORE, monte o canal e deixe o usuário montar seu mundo, é uma idéia simples mesmo, mas que poucos pensam.

    A idéia é abrir mais o canal, não comunicar apenas, mas possibilitar que a comunicação seja flexivel.

    Não me entendam errado, não defendo que é para que todos sites virem jogos, mas que tenham algo a mais, do que textos, imagens e conteúdos estáticos. Como na tradicional onde tudo é estático, priorizando a repetição.

    Lucas, sobre a visão ser simplista, é mesmo, isto é ótimo. Não sei como n pensaram antes.

    Seu conceito de interatividade é totalmente irregular, querer falar que um vt, onde o foco é sim pensar no usuário, mas não na sua ação, mas que ele engula a mensagem.

    Quando falo interatividade quer dizer que teve uma ação, um esforço para que a comunicação aconteça, todo publicitário sabe que a unica relação interativa da mídia tradicional, é do publicitario com seu ego. Seu argumento foi uma justificativa frajuta.

  4. cara, concordo em parte contigo.

    Vamos aos pontos… não acredito que nem uma mídia seja interativa em si mesma. É possível interagir com uma mensagem e/ou com o conteúdo do meio, mas ele não se encerra em si mesmo quando se fala de interatividade. Ainda, não acredito que esta adaptação do modelo de Lasswell (emissor, mensagem, receptor) seja suficiente para explicar e embasar todos os processos e comportamentos implicados na comunicação via web.

    Perfeita a sua colocação de que, para ser interativa, uma peça de comunicação digital deve permitir que o usuário intervenha modificando e resignificando mensagem e conteúdo. Faz tempo que queria ler alguém escrevendo isso, parabéns. Porém, acredito que, ao fazer isso, ele já sai por definição da sua posição de receptor. Logo, passa a ser um construtor da mensagem, um agente ativo na construção desta comunicação.

  5. Essa visão sobre interatividade me parece simplista demais para a comunicação.
    A propaganda é interativida. Quando o problema se desenvolve e a propaganda precisa resolver esse problema com a comunicação, o primeiro momento interativo se desenvolve com a necessidade de se reconhecer o que o público quer. O que o público precisa. Isso é interatividade, onde a todo momento a construção depende do público. É o alvo que determina o rumo, que orienta, que solicita a mensagem certeira. A propaganda, quando disperta no público o desejo, o riso, o choro, a emoçao, ela interage. O que não fica claro aqui é que você coloca a interatividade como uma ferramenta pronta, acabada. Na minha concepção, interatividade é isso mas é mto mais que isso. Esse é um meio interativo, que corre o mesmo rico de não funcionar por culpa da falta de planejamento, de idéias, de objetivos. Afinal, o fim específico da interatividade é o mesmo do que da tradicional, o cliente. E quando o seu cliente se encher de interatividade, vao vir novos meios, nosso jeitos… o que vai ficar é velho jeito tradicional de se comunicar, a grande idéia.

  6. Oi Marcelo,

    Demorei um pouco pra entender o que vc queria dizer mas entendi e acho que é isso mesmo, concordo com você. Se um site não tem pontos de interatividade entre ele e seu leitor ou mesmo entre o site e os leitores entre si não é interativo.

    Por exemplo, o próprio Webinsider antes de abrir pra comentários como este que estou fazendo agora, era somente uma revista digital, a diferença é que estava disponível na internet e não impressa.

    Abrindo para comentários, sua capacidade de análise, interatividade foi ampliada fortemente. Claro que essa é mesmo uma tendência da própria internet, a tal aclamada web 2.0, na qual leitores deixam de ser completamente passivos para uma posição ativa, desenvolvedora de conteúdos e blá blá blá 🙂

    É isso aí.

    Abração,

    Viviane

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