A relevância é um tema tanto quanto subjetivo, pois trata da visão do sujeito sobre o conhecimento.
Renomado autor da área da Ciência da Informação, Saracevic (1996) afirma que a visão do sujeito sobre o conhecimento é a perspectiva mais importante sobre relevância.
Assim chegamos a um paradoxo trabalhado nos sistemas de Recuperação da Informação, de que a relevância possui duas abordagens: a visão do sistema e a visão do usuário.
Resumidamente, a relevância dos primórdios da Ciência da Informação (início do século XX) até um pouco antes da digitalização considerava apenas os documentos e sua possível consulta, sem focar no usuário.
A partir do advento da informatização, até hoje a relevância busca entender, formalizar e medir o aspecto mais subjetivo e multidimensional dos usuários e aplicar nos sistemas.
Estas seriam as duas visões, a de sistema focada no Sistema de Recuperação da Informação e ignorando o usuário e a de usuário, focando na subjetividade deste, utilizando-se dos recursos tecnológicos disponíveis.
A questão que cabe a nós, profissionais da informação, é entender qual a relevância para o uso do documento e registro e como eles podem gerar conhecimento. Assim, a relevância é análoga a pertinência, no sentido pragmático, em atender a uma necessidade. Portanto, o que é relevante é subjetivo pois refere-se a uma necessidade. Porém a representação da informação pode ser tratada objetivamente. Na representação subjetiva as opiniões, crenças, sentimentos e convicção são considerados. Já na objetiva ela independe das pessoas.
Isto posto, é importante lembrar que o que opera num sistema são algoritmos e considerando a ecologia da informação, ela não está isolada, faz parte de diversos sistemas.
Assim, num banco de dados, a relevância é influenciada por propriedades que estão sendo representadas, as decisões incluindo juízo de valor, ligações e citações entre documentos e as habilidades do usuário, incluindo a capacidade de saber o que procurar. [Webinsider]
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Charlley Luz
Charlley Luz é arquivista, professor da pós-graduação em gestão de documentos da FESPSP e consultor em estratégia de informações e ambientes digitais da Feed Consultoria. Autor dos livros Arquivologia 2.0 e Primitivos Digitais.