Motivation and Personality, de AH Maslow ? 1970 ? Harper & Row, é um livro bem citado pelos pesquisadores de várias áreas, segundo o Google Acadêmico.
O autor criou uma pirâmide simples para descrever as necessidades humanas.
Uma boa tradução e definição da figura você pode ver no trabalho “Fatores motivacionais da comunidade científica para publicação e divulgação de sua produção em…” (Veja aqui em PDF), de vários autores, que eu tomei a liberdade de reproduzir aqui:
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Notemos que as necessidades humanas, que começam pela sobrevivência, passam pelo bem-estar, reconhecimento e auto-realização para serem atendidas demandam cada vez mais sofisticados ambientes de conhecimento.
Para se resolver, por exemplo, a base da pirâmide, que são as ?necessidades fisiológicas?, é preciso saber como adquirir comida, roupa, água. Em que lugar vai se abrigar. Resolvido isso, passa-se para as etapas seguintes.
Imagine uma catástrofe como a do Katrina, na qual os desabrigados, que devem ter passado pelas diferentes etapas, da procura de um lugar para beber água, ao próximo prato de comida, aonde vou dormir, até começar a pensar, de novo, no recomeço da sua vida.
Para que isso seja possível, é preciso que um conjunto de informações sejam articuladas para que possamos responder a essas perguntas, que vão ficando cada vez mais sofisticadas, a partir de alguns aspectos:
- a) a quantidade de pessoas que convivem no planeta, que por sua vez;
- b) ampliam a quantidade de necessidades, que por sua vez;
- c) exigem cada vez mais um sofisticado aparato de comunicação e informação para que possam ser atendidas no tempo em que a nova situação exige.
Há, assim, o aumento de habitantes do planeta, uma expansão da necessidade humana, que pode ser quantificada em produtos e serviços.
A sofisticação do atendimento desse consumo entre a oferta e a demanda de conhecimento precisa entrar em equilíbrio.
Assim, a partir da pirâmide de Maslow é possível estabelecer que é possível haver uma relação entre a quantidade de pessoas do planeta e a exigência de ambientes de informação e comunicação, portanto, de conhecimento cada vez mais complexos.
K = população
Y = necessidades humanas
Z = sofisticação dos ambientes de conhecimento
Quanto mais gente tivermos no planeta, mais demandas teremos de conhecimento. E, portanto, mais sofisticados deverão ser os sistemas de conhecimento.
Ou na fórmula:
K x Y = Z
Desse ponto de vista, a cada etapa da história do homem sempre tivemos a sofisticação dos ambientes de conhecimento demandados por cada tamanho da população, a partir das suas necessidades.
Assim, o conhecimento não é um fator novo, nem podemos afirmar que vivemos na sociedade do conhecimento. Mas, sim, de que vivemos na sociedade do conhecimento que caminha para a sofisticação que a atual população do planeta exige.
Criando-se, assim, uma espécie de teoria de proporcionalidade entre as necessidades humanas e a complexidade dos ambientes de conhecimento.
A discussão faz parte da minha tese de doutorado. Alguns artigos já foram publicados sobre ela na rede. Fiz um levantamento dos links e postei aqui. [Webinsider]
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Carlos Nepomuceno
Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.
3 respostas
José, todos comem, se vestem, se mexem, tudo isso gera demanda de consumo e, portanto, de informação.
Quem está nos ambientes dinâmicos, o utilizam para resolver o problema dos demais.
Veja que no Brasil somos quase 200 milhões e 600 milhões de pratos de comida por dia, com três refeições, isso tudo gera necessidade informacional.
Uma coisa é o consumo geral, outra é o consumo específico da rede, que vem para resolver essa questão geral.
É isso,
clareou?
abraços
Nepô.
A idéia de quanto mais pessoas maior a demanda por informação, conhecimento, é muito boa. Porém, a minha dúvida é: Milhões de pessoas no Brasil e no mundo não podem ser descritas como analfabetas funcionais, ou excluídas digitais, ou massa de manobra mesmo, não participando de forma ativa na divulgação/criação de conhecimento. Essas pessoas por mais que elevem o número da população de um país, não geram uma demanda por informação ou conhecimento, não é mesmo?
Parabéns Carlos, mto bom seu artigo.