Uma pesquisa recente da agência Conversion ganhou destaque em vários noticiários do país. Em pleno ano de 2014, as faculdades de marketing, propaganda, publicidade e comunicação quase não falam de internet em suas grades curriculares e pouco preparam para o mercado digital justamente as pessoas que estão inseridas integralmente nesse contexto.
Os alunos saem dos cursos sem conhecimento sobre negócios digitais. Porém, como usam a web todos os dias, sabem tudo sobre Facebook, Twitter, blogs, vlogs e games online, sabem comprar nos grandes varejistas, utilizam o Google para pesquisa de escola e conhecem até como vender produtos pelo Mercado Livre e ganhar uma mesada extra. Mas, efetivamente, não recebem informação da faculdade sobre como o ambiente online é o futuro (ou presente) do varejo, que a vida profissional depende (muito ou pouco) deste canal e que o Facebook não é apenas o lugar para postar a foto do churrasco do fim de semana – é muito mais do que isso.
Os principais nomes do comércio eletrônico nacional buscam profissionais que conhecem mais de e-commerce do que de varejo – uma vez que é quase impossível encontrar um que conheça ambas as áreas.
O que temos visto são empresas tirando funcionários de outras companhias, geralmente a peso de ouro. Há até acordos entre diretores para evitar esse cenário e manter a cordialidade em um mercado que só cresce e ainda é novo no Brasil. Afinal, estamos falando efetivamente de dez anos de varejo online, sendo que a explosão aconteceu em 2007. Isso faz com que existam poucos profissionais experientes. Quando alguém diz ter cinco anos no e-commerce, o currículo fica altamente valorizado, pois indica que ele viveu quase que a metade do setor no país.
A falta de profissionais no mercado digital é notável. Quem contrata acaba, muitas vezes, pedindo indicação dos próprios funcionários. Há varejistas que chegam a premiar o colaborador que indica uma pessoa para determinados cargos. Essa prática, comum no mercado, é algo preocupante, pois o que vemos é que o setor cresce rapidamente, com mais e mais empresas querendo entrar na internet. Assim, faltam profissionais que fazem a diferença e que pensam nos negócios e não apenas em posts no Facebook.
A dica para todos é estudar. Em um curso de curta duração ou em um MBA no mercado digital, não ache que o professor vai abordar tudo. O melhor é estudar e se preparar, pois se dedicar a uma aula é o mesmo que se dedicar ao mercado. O importante é ir além do básico, questionando em sala de aula e com seu chefe. Ao fazer a diferença, as portas se abrem. [Webinsider]
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Felipe Morais
Felipe Morais é diretor da FM Consultoria em Planejamento. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão de Ecommerce da Impacta. Autor do livro Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva).