Ferramentas e conceitos de web 2.0 são alguns dos temas mais discutidos entre quem trabalha com comunicação digital. Isso não é novidade.
Mas é interessante observar que nos últimos anos Orkut, Twitter, Flickr, Facebook, Youtube, Wikipédia, MSN e outros canais de comunicação, antes tratados como redutos de jovens e entusiastas da internet – e muitas vezes proibidos no ambiente corporativo – entraram para a pauta das conversas dos departamentos de comunicação.
O que há pouco tempo era mal visto e criticado, passou a ser o centro das discussões quando o assunto é relacionamento. Isso porque o comportamento do público mudou. Hoje, o cliente participa ativamente de redes sociais e deseja fazer parte da produção dos conteúdos nos sites das instituições em que acredita.
Prova disso é que, ao acompanhar os testes de usabilidade do site de uma das empresas para qual trabalho, além de vários insumos para melhorar a arquitetura, conteúdo e áreas específicas, como a seção de publicações e pesquisas, vários usuários sugeriram espontaneamente que o site fosse transformado em um espaço mais democrático, com oportunidades para críticas e avaliações que permitam o seu constante aprimoramento.
O teste revelou que o interesse pelas informações produzidas pela empresa é grande. Dos 22 perfis que participaram do teste (todos eles públicos estratégicos da entidade), 19 afirmaram que desejavam assinar uma newsletter. Porém, a receptividade para recebimento de informação não é irrestrita – a rejeição a receber alertas via SMS no celular foi praticamente unanimidade.
No celular não
É curioso observar como as pessoas ainda encaram o celular como uma propriedade muito particular. Porém, mais importante que isso, com base nessa experiência, fica bem claro que, para adotar mudanças nas características de conteúdo colaborativo em um site institucional, é fundamental, em primeiro lugar, ouvir o público.
Sem um teste para orientar a manutenção evolutiva do site, corre-se o risco de pecar para menos ou para mais, oferecendo pouco conteúdo interativo e mantendo um modelo de apenas difusão de informação, ou exagerar, investindo em tecnologias como o caso acima do SMS, o que poderia resultar em uma enorme rejeição aos temas e pouco retorno do investimento.
Com base em um retrato fiel do que o cliente da instituição espera, fica muito mais fácil planejar e propor novos modelos de gestão, cruzando as expectativas da audiência com os objetivos de divulgação institucionais.
Fazer um teste de usabilidade não é uma experiência cara e nem demorada. O investimento pode ser pago tranquilamente por uma empresa de médio a grande porte. Com base nas recomendações apresentadas, é possível discutir os melhores caminhos a seguir e priorizar os próximos passos, tanto no que diz respeito a melhorias e manutenções evolutivas, como também no campo da estratégia.
E, um segredo para gestores de projetos web: já que santo da casa não faz milagre, nada melhor do que uma opinião externa e embasada para convencer os dirigentes do caminho certo a seguir, principalmente no caso de instituições conservadoras.
O teste de usabilidade é ideal para adquirir argumentos com base em fatos reais para defender frente aos apoiadores do projeto o investimento em uma ou outra solução. [Webinsider]
Beatriz Lins
Bia Lins (bialins@gmail.com) é jornalista com MBA em comunicação corporativa. Atua em comunicação digital, portais, redes sociais, marketing, planejamento, tecnologia e inovação. Mais no Linkedin.
12 respostas
Estou pesquisando mais sobre o assunto, pois tenho um petshop online. Gostaria de agradecer por compartilhar conosco o seu conhecimento.
Acho que podemos tomar decisões melhor com esses testes.
Obrigado por compartilhar conosco.
Olá Beatriz, ótimo artigo. Testes de usabilidade não são caros nem demorados como você explica além disso desenvolvedores economizam tempo e dinheiro criando opções que já foram previamente testadas. O site testaisso.com.br é uma ótima ferramenta para realização de testes de usabilidade de baixo custo e online.
Teste de usabilidade é tudo. As vezes uma simples mudanca de cor já muda os resultados. Nunca subestime os testes.
Muito interessante o artigo, nos faz refletir mais sobre o assunto.
Parabéns!!!
Muito bom seu texto beatriz, obrigado pelas dicas. parabéns.
As redes sociais ainda não são bem vistas no meu trabalho, quando o assunto é funcionários. Trabalho com informática e meu público é formado pelos que adoram orkut, msn e afins…
É inevitável eu não me envolver com essas redes. Já quando falamos em web 2.0 , hoje até meu alunos que mal sabem a diferença de site e portal estão manipulando páginas na rede. Clicando… arrastando e pronto! Que bom!
Adoro ver as pessoas aprendendo as coisas.
Quem é o profissional de usabilidade, o jornalista, o desiger… quem faz isso? Acredito que é um trabalho em conjunto.
Oi, Beatriz. Obrigado pela resposta e por ter já falado em valores! Seria tão bom se conseguimos sempre assim as informações, de forma direta e sem rodeios. 🙂
O Alessandro Novais colocou em seu comentário um ponto muito importante: pequenas empresas. Dependendo do segmento da pequena empresa, ela tende a relacionar itens como usabilidade, identidade visual (pensada por designers de verdade!), organização informacional, revisão textual, dentre outras, como custo e não investimento para valorização/aceitação de seu produto e sua marca. Como é hoje isso no Brasil? Você tem essa informação? Acredito (tenho quase certeza) que seja difícil ter micro e pequenas empresas dispostas algo próximo a 40 mil reais para um projeto de usabilidade. Podem até entender a importância, mas devem retirar da lista de prioridades.
Obrigado mais uma vez pela resposta.
Abraços,
Leo.
Concordo com você que hoje em dia o assunto mídia social atravessou a barreira do mundo corporativo e é a coqueluche do momento. Mas eu tenho certo receio com isso, porque alguns falam e querem porque ouviram falar que é cool, ou porque foram em algum evento que foi falado desta ou aquela ferramenta. Quando se entra neste meio, deve-se estar preparado para receber todo tipo de interação dos usuários, tanto boas quanto ruins, porque alguns são bombardeados pelos usuários e depois querem bloquear, banir e até mesmo intervir na ferramenta, as vezes alegando que o serviço não funciona ou foi mau estruturado.
É importante frisar que o problema com a empresa ou determinado serviço não começou quando a interação foi adicionada ao seu site. Simplesmente ela já existia a muito tempo, mas não tinha um canal especifico para centralizar este tipo de informação. Quem tem teto de vidro, respire fundo antes de entrar neste universo social. (mas isso é assunto para outro artigo)
Sobre os testes de usabilidade serem caros ou baratos é um assunto abrangente e deve ser analisado caso a caso. Concordo contigo que para grandes empresas não é caro. Com certeza, desde que feito com objetivos como por exemplo saber se o serviço é usável, útil acessível localizável, desejado, confiável e Etc.
Testes de usabilidade são investimentos que trarão retorno (ROI). Nem sempre o retorno é financeiro, muitas vezes o retorno é a taxa de conversão ou de vendas, aumento de tráfego visitantes, de performance, produtividade, facilidade de uso de alguma funcionalidade específica.
Para empresas de pequeno porte que por falta de verba não podem contratar testes de usabilidade, pode ter alternativas para testar e verificar alguns itens algumas vezes sem custo algum como é o caso de card sorting, paper prototyping, bechmark, analise de métricas.
O importante é ter um modelo de negócio usável e rentável, sendo assim, todos saem ganhando, empresa e cliente.
Parabéns pelo artigo!
Oi Leonardo. A título de informação, penso que sairia por volta de R$ 40 mil, que foi o que paguei para o meu site. Não foi feito com base em horas, mas com base no esforço estimado e no número de participantes do teste (no meu caso fizemos 20 pessoas e em duas praças). Bjus e obrigada.
Oi, Beatriz. Apesar de não atuar com esta área, é um assunto que muito me interessa. Mas quando você diz que este tipo de trabalho não é caro e nem demorado, de quanto estamos falando?
Por exemplo, colocando em horas de trabalho, e não monetariamente, quanto tempo levaria para fechar um teste de usabilidade do Webinsider? 40 horas, 120 horas, 800 horas? Um desenvolvedor freelancer conseguiria incluir um teste de usabilidade em seu projeto web?
Acho que é um assunto que deveria se tornar mais ordinário, no sentido de comum.
Parabéns pelo artigo.
Um abraço,
Leo.
Oi Vanessa,
seria separado se tivesse uma interrogação no fim. Estarei errado?
Não queria comentar o texto, só quero falar que o Porque do título é separado…