Comprar bem comprado e vender bem vendido. Comércio é uma coisa muito simples, e muito antiga. A base é a mesma de sempre. Mas (ainda, como sempre) o mundo está mudando e com ele todas as regras básicas sofrem alterações e ganham complexidade.
Uma coisa que não mudou nessa história é o boca-a-boca. Eu confio mais no que meu amigo diz sobre um produto do que no que o vendedor diz ? é um jogo de interesses, o meu amigo ganha reputação, seja elogiando seja falando mal, enquanto a percepção geral é a de que o vendedor só ganha se falar bem.
Usuário confia mais em opiniões pessoais. Veja a tabela abaixo.
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Uma pesquisa recente da Nielsen mostra que isso é verdade também na web: no mundo inteiro consumidores confiam mais na opinião de estranhos (70%) ou de conhecidos (90%) do que em qualquer outro tipo de propaganda.
A web trouxe os aplicativos sociais
Uma coisa que mudou radicalmente a maneira como nos relacionamos (entre nós e com os bens de consumo) foi o software e a rede: a web.
Desde o início a web trouxe consigo aplicativos que ajudavam as pessoas a se relacionarem e se comunicarem, como o e-mail e os fóruns, entre outros: aplicativos sociais.
E surgiram os grandes jardins fechados que conseguiram quase ?monopolizar? a mediação das relações entre amigos: as grandes redes sociais como Orkut, Facebook e MySpace. Essas redes sociais amplificaram o boca-a-boca: quanto maior a facilidade de comunicação, maior o impacto da opinião do consumidor nas vendas.
Os aplicativos ajudaram Facebook a sair na frente na guerra das redes sociais. OpenSocial segue a tendência.
Os jardins fechados não funcionam muito bem na web, ambiente arquitetado para ser aberto. Quem primeiro entendeu isso e executou a estratégia de maneira magistral foi o Facebook, que abriu sua plataforma para que qualquer outra empresa, qualquer desenvolvedor possa criar aplicativos sociais dentro da sua rede.
As outras redes não puderam ficar fora da tendência e chegaram muito depois, mas de maneira ainda mais aberta, criando um padrão livre para aplicativos sociais que seria implementado em todas as outras redes sociais exceto o Facebook: o OpenSocial.
Empresas de e-commerce podem aproveitar os aplicativos em redes sociais para gerar recomendações de produtos do usuário para amigos.Criando aplicativos como estes e adicionando-os como módulos em redes sociais, as lojas virtuais podem finalmente aproveitar de maneira relevante o poder da opinião dos consumidores e o seu impacto na decisão de compra.
Um bom exemplo é o Reading List da Amazon, no LinkedIn. É um aplicativo no qual o usuário pode adicionar os livros que leu ou está lendo e assim enriquecer seu perfil profissional.
Listas de desejos, listas de casamento, produtos que representem meus gostos pessoais, produtos que eu recomendo para amigos, aplicativos que são úteis para nichos específicos e que envolvem produtos?
As idéias não acabam e todas têm algo em comum: um mote que seja interessante para o usuário e que envolva recomendar produtos no processo, aproveitando o fato de que todos os amigos do usuário já estão na rede social e que basta um clique para compartilhar uma recomendação com todos eles.
O presidente internacional de online da Nielsen, Jonathan Carson, diz o seguinte:
?A explosão do consumer-generated media (CGM) nos últimos anos significa que a confiança dos consumidores na opinião de outras pessoas, conhecidos ou desconhecidos, no processo de decisão de compra, aumentou significativamente?.
Quando a conexão entre amigos na internet estiver além dos sites de redes sociais, o impacto nas vendas será ainda maior. E isso já começou.
No futuro (e só podemos falar sobre esse futuro porque ele já chegou) ?a rede social? na internet estará um nível acima dos sites fechados que hoje chamamos de redes sociais.
Isso, somado a uma profusão de APIs abertas, aplicativos e plataformas opensource, trará (e já está trazendo) uma verdadeira revolução no poder que o consumidor terá de se fazer ouvir por sua própria rede e causar impacto direto nas vendas.
Esta história só está começando. [Webinsider]
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Gilberto Alves Jr.
Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.
2 respostas
Gilberto,
Parabéns pelo artigo. Concordo plenamente com o boca a boca na web, confiamos sempre mais em quem nos recomenda algo, mesmo se for um desconhecido. Isto é a base do Social Commerce.
No caso da nossa empresa, a Cuco Media Group, também uma start-up como foi a Amanaiê (atual Sociably) as APIs abertas das Redes Sociais e o crescimento do número de Smartphones nos trouxe a possibilidade de desenvolver aplicativos diversos neste mercado cada vez mais crescente. Abraço e sucesso!
Muito bom o post, pra quem tá começando um negócio o caminho é esse aí, divulgar nas mídias de relacionamento e massa, se o produto for bom cairá no gosto do consumidor, o boca-a-boca ainda é a melhor propaganda, mas podemos usar a internet para amplificar o número de bocas falando do nosso serviço/produto!
Ótimo post, muito centrado e com gráfico simples de entender e muito didático, recomendo o estudo sobre tal assunto para meus amigos, o webinsider está cada vez melhor!