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head_of_man_going_senile_c_1922Tempos atrás, perdi todos os meus arquivos digitais. Achei que era o fim e penitenciei-me durante dias, perdi o sono e quando ele voltou, pesadelos destruidores arruinavam meus dias.

Eram décadas de diligente registro organizado, evaporados. Um pedaço de mim, grande e vital, estava definitivamente aniquilado. Me senti como uma alma penada vagando à margem da minha história. Desencarnado e sem redenção.

Tempos atrás, uma desafortunada atualização evaporou minha agenda. Chorei. A solidão me precipitou num abismo sem fim, escuro. Entrei em queda livre e o paraquedas não abriu. Senti-me como uma bactéria de uma pulga, tão pequena, tão insignificante, tão inútil que era como se jamais tivesse existido.

Tempos atrás, um espírito danado surrupiou todos os meus e-mails, de uma vez, os respondidos, os arquivados, os que jaziam à espera de resposta. Achei que o mundo ia desabar, que o destino da humanidade seria uma inexorável punição, retrocesso. Tudo ia desandar e nunca mais me ergueria.

Mas o tempo passou. Ele passou e, gozado, mais leve, mais conectado e integrado me encontrei. Para que o apego?

Mas o tempo passou mais ainda. Ele passou e tudo recomeçou. Que selvagem escravidão na qual voluntariamente encarceramo-nos? [Webinsider]

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Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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