No início era o escambo. Pessoas trocavam bens de consumo excedentes por outros de seu interesse. Com o passar do tempo, o homem descobriu o metal e começou a cunhar moedas para facilitar as trocas, conferindo mais dinamismo às atividades mercantis.
Na alta idade média foi criado o sistema financeiro global, que teve como instrumentos cambiais em seus primórdios a Letra de Câmbio, avó do cheque, que já está para se aposentar.
Hoje, grande parte das transações mundiais são feitas via cartões de crédito e débito e em um futuro próximo o cartão de plástico também será substituído por tecnologias digitais.
Dentre elas uma se destaca: a bitcoin. Nativa no ambiente digital, timidamente ela começa a ganhar as ruas e ser aceita em bares e restaurantes das maiores metrópoles do mundo.
Sem lastro, sem banco central, sem controle de nenhum organismo supra estatal internacional, a Bitcoin é considerada por muitos um investimento arriscado, mas uma possibilidade de proteção de recursos para países que vivem fortes instabilidades políticas e financeiras, sendo seu valor sujeitos a variações decorrentes de flutuações ligadas a crises econômicas em determinados países, caso de Chipre, em 2013, e da Grécia, recentemente.
Como a moeda é regulada pela oferta e procura, em momentos de intensa negociação e procura seu valor cresce vertiginosamente.
Um novo modelo de pirâmide?
Tais oscilações levam alguns a pensar que toda onda da bitcoin não passa de mais uma pirâmide disfarçada no ambiente digital destinada a enriquecer seus criadores. No entanto, a ausência de um organismo central regulador, a possibilidade de transferência de recursos de pessoa para pessoa, livre de taxas governamentais e de outros tipos de controle, bem como a autorregulação pelo próprio mecanismo do software que a criou afasta a possibilidade de estar vinculada a esse tipo de fraude.
O sistema de autorregulação funciona tão bem que bolsas renomadas como a de Wall Street tem estudado o mecanismo eletrônico do mercado de bitcoin.
Idealizada para ser um sistema monetário global imune a políticos e banqueiros a moeda também despertou a atenção de criminosos, facultando que grandes quantias sejam movimentadas fora da fiscalização de autoridades.
Como ganhar ou comprar bitcoins?
Conhecidos como mineradores, nerds de todo o mundo ganham bitcoins resolvendo problemas de altíssima dificuldade com a ajuda de supercomputadores, coisa de especialista. Pode-se ganhar bitcoins também prestando serviços na internet. O mais comum deles é juntar determinada quantidade de moedas (créditos) em um jogo específico e vender a alguém que queira ganhar tempo comprando os créditos.
Outra forma de adquirir é comprar em sites especializados que funcionam como corretoras de câmbio. Depois, para movimentar esses valores, basta baixar um aplicativo em seu celular e pagar suas contas movimentando o saldo de sua carteira virtual.
Criada por um misterioso pseudônimo chamado Satoshi Sakamoto, cuja identidade real até hoje ninguém sabe ao certo, o futuro das bitcoins também é nebuloso, não obstante estar ganhando espaço cada vez mais no mundo.
Uma coisa é certa, tanto no mundo virtual como no real, as relações humanas são lastreadas em confiança e o futuro da bitcoin dependerá em grande parte da confiança de seus usuários, em uma entidade virtual, sem personalidade jurídica. [Webinsider]
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Dane Avanzi
Dane Avanzi é advogado, empresário de telecomunicações e presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil., consultoria especializada em radiocomunicação.