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– Tivemos uma ideia: vamos distribuir geladeiras para consumidores. Já imaginaram a adesão?

– É simples: o cara se inscreve e assina um termo pelo qual ele receberá o equipamento completamente decorado com a nossa marca, nossos valores, nossa mensagem, nossas cores, etc.

– Sim, e feliz, ele irá colocar nossa marca dentro da sua casa, virando um verdadeiro difusor, embaixador, entusiasta da marca.

– Custa um pouco mais caro, mas podemos inclusive dotar as geladeiras de monitores que irão veicular, totalmente de graça, nossos comercias.

– Cada vez que o sujeito abre a porta, o nosso jingle toca

– E por aí vai.

– As possibilidades são infinitas.

Depois de longos minutos de transe a reunião termina: o item ?mídia inovadora? está ticado.

O inventor da propaganda na televisão ou da própria televisão, deve ter tido, há mais de 50 anos, mais ou menos a mesma idéia. E deu muito certo. Por que não daria de novo?

Geladeiras custam caro, muito mais caro do que ?o custo por um? de uma campanha em horário nobre na televisão.

A idéia é tão ingênua quanto a divagação que toma conta de dez em cada dez entusiastas das mídias sociais para uso publicitário.

A dor de cotovelo expressa pelo afã desesperado de driblar os meios de comunicação organizados, criando uma relação direta entre o anunciante e o consumidor, move a quimera de que é possível convencer as pessoas a colocar uma geladeira na sala a troco de nada (para os mais inocentes) ou de conteúdos da marca (para os mais convencidos).

E a geladeira na sala no Orkut, Facebook ou qualquer outra rede pode chamar-se banner (para os novatos) ou aplicativo (para os mais antenados).

Mas o que iria convencer uma pessoa a aceitar propaganda no seu perfil?

Nossa incrível criação? Nosso valioso merchandising disfarçado de conteúdo? Mais um serviço desses que pululam a troco de um clique na Internet?

Que tal dinheiro?

– Você aceitaria colocar uma propaganda no seu perfil?

– Que vantagem eu levo?

– Dinheiro: a cada clique ou impressão, pingo uma grana na sua conta.

– Demorô!

Estratégias de redes sociais sem pingar um troco na conta das pessoas, abertamente e sem malandragem, é fofo mas não rola. [Webinsider]
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Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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Uma resposta

  1. Olá Ferdinand,

    Achei o texto muito pertinente, pois me considero um entusiasta e sempre me pergunto sobre o outro lado da moeda. Nem tudo é sonho e sei que a teoria na prática é outra coisa.
    No seu ver, as estratégias de Redes Sociais precisam de uma motivação, seria isso certo?
    Apenas reproduzir a publicidade de outros meios nas Redes Sociais, terá o mesmo resultado que os outros meios?

    Abraço e parabéns!

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