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Talvez uma das piores coisas que podem acontecer a quem chega à minha idade é a gente se tornar repetitivo e chato! Mas, não é que, revisando meus textos no Webinsider, por força de manutenção do sistema usado pelo site, eu me deparo com expectativas passadas, sobre temas como DTV ou Blu-Ray, todas elas completamente frustradas? E já se passaram meses, um ano inteiro talvez, sem que nada de muito importante tenha de fato mudado nessas áreas, e a gente se pergunta então por quê?

O eterno experimental

O que é que está acontecendo com a televisão digital neste país? Será que não seria meio deselegante perguntar se os engenheiros de transmissão já se deram ao trabalho de ler o manual de instrução dos transmissores?

Há algum tempo atrás eu estava convencido de que o estabelecimento das transmissões digitais, na sua forma plena, era apenas uma questão de tempo. Mas, agora vejo que não. Mostro alguns casos, relativos ao Rio de Janeiro:

TV Record. São eles mesmos que dizem, todo santo dia, que a transmissão é experimental. E não é falha na informação não. Se eu resolver ficar uma tarde inteira assistindo ao canal, o que eu constato é todo tipo de inconsistência na transmissão, inclusive e principalmente a ausência completa, no parque desta cidade, de transmissões em HDTV. Na realidade, eu já vi uma, quase que por acaso.

Por outro lado, o que é que adianta sinal de HDTV, se a programação é falatório puro? As pessoas que fazem televisão nessas emissoras ainda não perceberam o espírito da coisa, ou eu estou errado? Televisão deveria ser imagem, falatório é coisa de rádio. Colocar rádio na televisão só teve justificativa nos primórdios da TV no país, quando ainda não se tinha idéia do potencial deste veículo.

TV Globo. Concorrente direta da primeira, com a melhor imagem e a melhor parte técnica, a outrora super poderosa emissora, que trocava de equipamentos como quem troca de camisa, já dá sinais de cansaço e obsolescência. É difícil entender como uma rede do porte da Globo ainda não se estabeleceu como uma emissora 100% pró-digital. A emissora é conhecida no métier como uma das poucas que investiram pesado num laboratório de pesquisa para o sinal digital em alta definição. E, no entanto, passa a maior parte do dia com sinal 4:3 no ar. Quando transmite em HDTV, freqüentemente o faz com câmeras misturadas (4:3 e 16:9), ou com recursos de vídeo tape em 4:3. Das novelas, carro-chefe da rede, só uma é exibida em HDTV.

Pouco importa: se dependesse das senhoras, todas vizinhas aqui do meu prédio, tanto faz, porque todas elas não tem nem noção do que é HDTV. As que têm TV com tela 16:9, o ajuste é para 4:3 esticado para 16:9 e ninguém nota que está todo mundo gordo! Parece que a emissora conta com isso, para se safar do vexame!

RedeTV!. Emissora totalmente digital, o que é bom, mas fortemente concentrada no estado de São Paulo, com algumas ramificações jornalísticas em outros lugares. Adianta alguma coisa? Os programas são, na sua maioria, “talk shows” (falatório outra vez), cujos cenários nem de longe mostram qualquer vestígio de imaginação, e ainda são fortemente abusivos do uso dos chamados “Chroma Keys”: um fundo azul ou verde, colocado nas costas do apresentador e substituído ao vivo por uma imagem qualquer, simulando um ambiente que de fato não existe.

A emissora não dá mostras de arrependimento de torpedear o espectador de outras cidades, com programas 100% paulistas. Quem não tem interesse na cultura paulistana, vai fazer o quê? A família do meu pai é paulista, do interior. Tem horas que eu vejo nessa emissora figuras que me lembram a época em que ia para São Paulo passar férias, e num ambiente no qual eu me sentia totalmente deslocado!

Do meu tempo de menino para cá, São Paulo se tornou uma das maiores potencias econômicas deste país e com laços culturais muito mais cosmopolitas, que não existiam antes. A programação da RedeTV! nem de longe reflete isso! A direção vem investindo pesado, segundo eles, para exportar programas com padrão internacional. Resta saber de quem.

Band HD. De HD só tem o nome. A emissora conseguiu a proeza de comprar as piores câmeras 16:9 do mercado e ainda por cima misturam câmeras 16:9 com resolução baixa, e outras em HDTV. O resultado mostra uma alternância entre desfocado e descorado, de irritar a vista. Nem os filmes em 16:9 escapam!

É uma pena, porque o jornalismo deles é interessante. Se eles se concentrassem no que fazem de melhor, creio que a situação seria bem outra.

Infelizmente, a parte técnica estraga tudo. Quem gosta de futebol, por exemplo, fica na dúvida muitas vezes se assiste o 16:9 desfocado e sem cor da Band ou o 4:3 da Globo.

Um ponto muito negativo da emissora é o aluguel de horário. Com isso, a ética de quem tem a licença para transmitir vai literalmente para o espaço, pois a emissora não se responsabiliza pelo conteúdo. A meu ver, nem a Band nem as outras (Record, CNT, etc.) deveriam ter autorização para alugar horário, mas não é isso que vem acontecendo. Se fizerem o mesmo com a multiprogramação, eu desisto.

TV Brasil. Passou o ano todo hesitante, sem conseguir acertar a imagem digital, seja em SD seja em HD. Terminou tirando o SD do ar, mas a parte em HD continua na relação de aspecto errada. A emissora tem uma programação mais eclética do que as concorrentes, não depende de anunciantes, e até poderia ser um padrão de excelência de TV se quisessem. Só que com o equipamento disponível, esta tarefa é quase um exercício de futilidade, e os prometidos investimentos em equipamentos mais modernos ainda não deram o ar da graça.

SBT HD. Emissora que nasceu nos escombros da liquidação política, feita pela ditadura passada, em cima da Rede Tupi, e com propósitos anunciadamente comerciais, tipo venda de produtos para a população de baixa renda, na era digital ela tem altos e baixos. Quando em HDTV, a imagem é, a meu ver, excelente, mas são poucas as horas no ar. O conteúdo mudou muito pouco, da coisa arcaica de trinta anos passados, e não dá sinais de mercado que vá aumentar para qualquer coisa nova nesta direção.

CNT. Está para entrar no ar. Com a programação atual do analógico, se não entrar, não vai fazer diferença alguma, até mesmo, ouso dizer, para o espectador não muito exigente. Olhando o histórico desta rede, a gente nem acredita que ela ainda esteja no ar. Já passou de mãos tantas vezes, já mudou de nome e nunca deu certo. A não ser que alguma coisa radical mude isso, duvido que vá dar certo, só porque entrou na era da transmissão digital.

No ano passado, como muita gente neste hobby, eu fiz um esforço danado, para conhecer a DTV e ter acesso à HDTV do ar. Se, por um lado, sinceramente, não me arrependo, por outro, eu confesso que todo esse trabalho não me trouxe quase nada de importante, à exceção de algumas transmissões esportivas e outros eventos. Com a entrada dos provedores de TV por assinatura neste segmento, o uso do bendito conversor ficou cada vez mais restrito.

As emissoras terrestres precisam se modernizar. As pessoas que chegam numa certa idade e mudaram seus hábitos de vida, dificilmente vão passar horas a fio paradas na frente de um aparelho de TV, vendo as mesmas coisas de quarenta anos atrás, ou de programação chula, e sem diversificação, com ou sem HDTV.

Meses atrás, eu tive a chance de falar com o engenheiro Tresse, pessoa de notório saber na área e membro-consultor do Forum SBDTV, e ouvi dele coisas muito interessantes.

Num certo ponto do diálogo, ele me chama a atenção de que as emissoras atravessam grande dificuldade financeira, fato este que tem colocado barreiras diversas na sua modernização técnica. Tresse me convocou para dar apoio e não desanimar. Eu entendo que eu estou longe de comover a opinião pública e não sendo participante de nenhuma das classes profissionais envolvidas, a minha influência nesses assuntos será sempre muito pequena. Mas tudo bem: eu posso tentar, mas sem a contrapartida desses grupos, eu garanto que qualquer esforço da minha parte será inútil.

No lado dos conversores, infelizmente, nada mudou também. Eu cheguei a ter dois modelos, um Zinwell ZBT-620 e depois um Semp DC2008H. Ambos com promessas de correção de firmware nunca cumpridas. Uma representante do suporte da Semp chegou a me dizer que a empresa estava esperando uma definição das redes de televisão, quanto a ajustes técnicos. Então, a gente depreende que deve ser por isso que eles não mudaram nada, porque todo dia as emissoras estão ajustando alguma coisa. E isso, o conversor detecta e nos mostra na tela.

Equipamentos e discos Blu-Ray continuam exageradamente caros

Como é que se espera que um formato atinja, se não a massa, pelo menos um parque maior de consumidores?

No resto do mundo, o Blu-Ray é um dos maiores sucessos em venda de mídia em home video. Elogiado por diretores de cinema, e apresentando transcrições de imagem e som sem nenhum paralelo até então, os preços das mídias foram caindo, e em muitos casos, bem abaixo dos preços dos DVDs. Circuitos integrados de alta escala permitiram aos fabricantes oferecer leitores mais baratos e com mais recursos… lá fora!

Por aqui, houve uma expectativa, fortemente positiva, de que, pelo menos os preços das mídias no varejo fossem cair.

Com a expansão do parque industrial de mídia digital de Manaus, agora também outras empresas, como a Sonopress, são capazes de duplicar discos Blu-Ray localmente. Não só duplicar, como autorar, restaurar e fazer o necessário para tornar o disco brasileiro factível no mercado.

E, de fato, neste fim de ano, eu já consegui comprar um disco do selo Imagem Filmes, com autoração e duplicação domésticas, por quase a metade do preço do disco oferecido pelas revendas nacionais.

Então, seria motivo para a gente sair na rua soltando foguete, não é não? Acontece que o disco em questão, a versão do filme de Gus Van Sant “Good Will Hunting” (“Gênio Indomável”), me veio com um erro de mixagem, justamente na trilha em DTS-HD MA. O diálogo, ponto forte do filme, aparece no canal central, com vários decibéis abaixo do resto da trilha. Resultado: ao aumentar o volume, para entender o que os caras estão dizendo, a música do filme (toda frontal) fica ensurdecedora.

Bem que eu tentei escrever um e-mail para o estúdio que autorou e para a própria Imagem. Ambas as mensagens pararam no erro operacional das páginas de contato. Num deles, não há sinal de mensagem enviada, no outro, um código de erro impede o envio, não importa a diferença de renderização da página ou do browser que eu uso.

As chances de reautoração e de reposição de um disco desses, na minha ótica, são zero! Sorte minha, que a mesma trilha está codificada em Dolby Digital convencional e esta trilha não tem erro. Como, aliás, não tinham esse erro as trilhas anteriores, em Dolby 5.1, das duas edições em DVD que eu tive deste disco, uma americana, letterbox e outra canadense, anamórfica.

Em se tratando de um lançamento Miramax, eu confesso que fico meio preocupado com este tipo de desleixo. Continuando assim, eu sou um que prefiro continuar importando.

O erro de mixagem, mesmo que oriundo da fonte, é facilmente corrigido nos laboratórios de mixagem atuais. A sua presença num disco novinho evidencia que nem o estúdio de autoração nem o selo que o lançou se deram ao trabalho de vistoriar o produto final, antes do lançamento.

Os selos de discos, fora do âmbito dos grandes estúdios, são bem intencionados, lançam filmes bons ou alternativos, mas freqüentemente esbarram em problemas de qualidade, tanto em áudio quanto em vídeo.

Quando se chega ao ponto de se perceber que a telecinagem foi feita com o som direto da banda ótica do filme, com direito a ruídos, e em conseqüência o estúdio alega que eles já receberam a matriz assim, a única alternativa é sair fora desse mercado. Caso contrário, esses discos acabam encostados nas nossas prateleiras, ocupando espaço e pegando poeira.

Não basta só ter boas intenções. É preciso oferecer um produto que justifique o dinheiro gasto (muitas vezes com sacrifício) pelo consumidor. É em respeito a ele que essa coisa tem que funcionar. E eu só espero que os anos que a gente aturou DVD mal feito, o mesmo não se repita com o Blu-Ray. Em outras palavras, chega de retrocesso! [Webinsider]

Acompanhe o Webinsider no Twitter.

Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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32 respostas

  1. A respeito da imagem ridiculamente esticada, faço de suas palavras as minhas CELSO DANIEL.
    Como fica difícil penetrar em um mercado leigo de berço.

    Em conversas familiares o que se mais escuta é : “Mas essas tv’s novas engordam de mais as pessoas”.

    Alguém ainda tem fôlego pra explicar novamente ?

  2. Oi, Rogério,

    É muito bom que você e outras pessoas ocupem o espaço de comentários com informações desse tipo, porque desde que este assunto áudio em AAC começou a ser comentado nesta coluna, eu tenho me sentido monocórdico!

    A propósito, o Tresse tem razão quanto à implementação do recodificador Dolby Digital numa TV recentemente lançada no Brasil. Eu andei, por esses dias, verificando isso mais de perto e parece se tratar da Samsung UN55B8000, uma das mais caras TVs à venda no momento.

    A pergunta que fica no ar (sem trocadilho) é: precisava ser assim? Sistemas análogos ao brasileiro operam direto com Dolby Digital, cujas características de compressão são sobejamente conhecidas e perfeitamente adaptável à DTV, tanto assim que estão em uso.

    Enquanto isso, nós aqui só poderemos ter acesso a qualquer esforço nesta direção gastando os tubos para comprar uma TV nova, já que nenhum fabricante de conversores se propôs a resolver o problema.

    E, depois de tudo isso, ainda esbarramos neste problema que você cita. E como eu consigo ouvir “5.1” da Globo HD pela Net, eu posso confirmar que aquilo que a gente ouve não é nem de perto Dolby 5.1 correto.

    E quanto à TV Brasil, ainda quero lamentar a maneira como seu corpo de engenheiros está conduzindo esta coisa. Há algum tempo atrás, eu conversei com um deles, e trocamos várias opiniões sobre a situação de espalhamento e captação de sinal aqui no Rio (que é muito problemática, por causa dos morros), mas quando o sinal deles entrou no ar, estava tudo errado. Então, eu liguei de novo para lá e, por mero acaso, falei com o engenheiro chefe, que me disse que não havia notado nada! Em função disso, eu virei o meu nariz para o restante das coisas que eu tenho para fazer, e não vou ficar perdendo o meu tempo com esse tipo de coisa. E visto que até hoje, o sinal continua errado, eu depreendo que ninguém tomou providência alguma.

    Já a Globo, ontem anunciou que todos os jogos do falido campeonato carioca serão em HDTV, o que é um alívio para a gente se livrar daquela coisa desfocada da sua concorrente.

  3. Olá Paulo tudo bem ?

    Queria abrir um parenteses aqui para mencionar algo que talvez possa ter passado despercebido pela maioria dos leitores deste tema.
    O audio da TV “Digital” e não “High Definition” é uma coisa lamentável !
    1º ponto, erro na escolha do protocolo de codificação de transmissão de audio:
    Quando houve as discussões sobre todos os parâmetros de escolha dos padrões, tanto para audio como para video, eles cometeram um pecado capital na escolha do sistema de audio.
    O padrão AAC foi escolhido como o padrão do audio do SBTVD.
    Tenhamos em mente que todos os atuais receivers ou home theaters atualmente vendidos, e os existentes nas residências, decodificam alguns formatos digitais de audio, mas “NENHUM” deles decodifica o referido sistema “AAC” portanto até que alguèm “algum dia” lance um receiver decodificador com sistema AAC, ninguêm conseguirá ouvir o audio das TV´s em 5.1
    2º ponto: as emissoras estão trabalhando com processamento do audio em seus transmissores digitais no modo simulado:
    Ou seja os canais Left e Right originalmente gerados nos Switcher das emissoras estão sendo convertidos para 5.1 (sistema de emulação).
    Portanto mesmo que a Globo transmita um filme em “HD” ou melhor “TV DIGITAL” o audio será exibido em L+R emulado para 5.1, portanto esqueçam Canal central, Surround ou LFe (subwoofer).
    Portanto como podemos ver, na teoria os engenheiros, técnicos e afins que participaram do SBTVD, concluiram um projeto que na prática é um “DESASTRE” pelo menos no quesito do audio.
    Nem vou me ater aqui na subdivisão da banda “HD” em até quatro canais “SD” como algumas emissoras estão pressionado o governo para liberar. Exemplo disso é o que a TV Brasil ( emissora educativa) está fazendo, 4 canais SD estão no ar com a mesma programação.
    Sinceramente a “nova” TV “digital” aberta no Brasil está fora dos planos de pessoas que admiram um bom musical ou filme em Blu-ray, é como tentar mistutar agua e oleo; simplesmente impossível !
    Um abraço

  4. Desculpe, mas não é bem assim: a transmissão digital tanto pode ser standard (480 linhas) ou alta definição (1080 linhas). Quando uma emissora transmite em 1080i (HDTV), o conteúdo pode ter qualquer resolução (480i, 480p, 720p ou 1080i).

  5. Olá pessoal. Maurílio Alberone; visitei a página indicada sobre a TVDR. Ótima notícia. Semana passada vi na TV Cãmara o programa “VER TV” e o assunto foi TVD. Pelo que entendi: a TVD será aberta e deverá chegar em todo lugar seja por qual meio for. HDTV: só estará onde as transmissões terrestres alcançarem. fora disso só para quem desejar e puder pagar por ela [além disso: não será toda a programação em HDTV. A maior parte seria sempre simplesmente digital].
    Conclui que: TVD é uma coisa. HDTV é outra coisa. Embora ambas digitais. A TVD tem por volta de 700 linhas. A HDTV 1080 linhas.
    Bem, o importante é que a tv continue sendo aberta e democrática e que qualquer pessoa possa usufruir dela gratuitamente. Estas foram conclusões minhas, levando em conta que o programa contava com a presença de três “autoridades” no assunto, afinal, o chamado Discurso Da Competência.
    Valeu perguntar no início ao Paulo Elias. Valeu por todas interferências de vocês. Eu, que no início era néscio neste assunto, agora estou apenas ignorante.

    Obrigado do Honório.

  6. parabéns!
    sua coluna não vista apenas por nos, usuários comuns. é bom saber que os chefões estão de olho no que eu consumidor pensa a respeito de seus produtos. utilidade publica.

  7. Comunicado aos leitores:

    Eu recebi ontem um telefonema da chefia do setor de produção da Imagem Filmes, na pessoa de João Dudena, responsável por este setor. E nele me foi relatado que eles tomaram conhecimento do problema ocorrido com a edição em Blu-Ray de Gênio Indomável, citado na coluna, e enviaram o disco ao laboratório, para análise. Ao fim da mesma, constatou-se que o problema teria vindo da master original usada para autoração, e a boa notícia é que a Imagem se propôs a fazer a necessária revisão e relançar o título, num futuro a ser determinado.

    Ainda mais importante, é o compromisso da empresa em se lançar no mercado de home video com produtos de boa qualidade e preços acessíveis ao consumidor.

    De fato, o disco em questão e vários outros recém lançados chegam no varejo por cerca de 49,90, sem nenhum comprometimento de especificações.

    Diante da notícia de que esta edição teve que ser fabricada na Alemanha, porque a Sonopress ainda não prensa discos no Brasil, é admirável que a Imagem tenha conseguido furar o bloqueio de preços altos das concorrentes.

    E se depender de mim, terão todo o apoio que precisarem, dentro do limite das minhas forças.

    Eu aproveito para agradecer à Imagem Filmes, e pedir desculpas se em algum momento eu tenha sido rude com a empresa.

  8. Ainda sobre esta questão do faturamento, existe ainda o lado da exportação de programas.

    Em uma solenidade recente, transmitida ao vivo pela RedeTV, um diretor do grupo declarou, em alto e bom som, que o objetivo maior da rede estar construindo estúdios, com equipamentos e sistemas em alta definição era poder alcançar o mercado externo, que agora tem demanda mais alta por este tipo de padrão.

    As emissoras lançam mão das exportações de novelas (Globo) e seriados, como forma de compensar a perda de receita em território brasileiro.

    Ainda um outro aspecto bizarro, citado constantemente por um amigo meu, é da concorrência de um grupo com ele próprio: as organizações O Globo, por exemplo, são donas da rede de TV propriamente dita, e sócias-proprietárias da Net e da Sky!

  9. Eu acho que é preciso deixar claro que televisão não se faz sem dinheiro para produzir ou receita (lucro) que permita a sua sobrevivência comercial.

    Não existe televisão gratuita, a não ser aquelas subsidiadas pelos governo, como é o caso da TV Brasil ou das TVs públicas.

    O espectador paga diretamente (ao provedor de TV por assinatura) ou indiretamente, ao assistir aquele mar de comerciais, que geram receita para as emissoras. Quanto mais audiência a emissora tem, mais ela pode cobrar pelo minuto de comercial, e essa é a explicação pela briga por audiência, que existe desde que a televisão apareceu como veículo de comunicação.

    E é aí que existe também um divisor de águas, porque o faturamento pode ser local ou nacional. A transmissão por satélite pode excluir o anunciante local, coisa que várias redes não querem, por causa das suas afiliadas.

    Essa coisa, a meu ver, fica ainda mais complicada, quando as redes (abertas ou por assinatura) insistem em adotar editorias específicas e unificadas, ao invés de dar chance às editorias locais. Um caso notório e constrangedor é o do futebol, onde muitos programas locais falam mais dos clubes fora do estado do espectador.

  10. Estou feliz pela atenção de todos que responderam.Mas minha dúvida continua no ar[sem trocadilho]. A realidade populacional deste Brasil não se resume às cidades + ou – grandes. Concordo com a afirmação sobre as retransmissoras locais. Eu mesmo possuo parabólica[pois gosto de ver tv senado, cãmara, brasil, cultura, futura, nbr, escola e etc. que não tem a não ser por satélite, é pena que o canal da amazônia foi tirado]. Mas tenho também antena local, pois gosto de estar por dentro de minha comunidade. Na hora dos noticiários mudo a recepção para local. Mas sem TVD por satélite este país não terá TVD para todos, podem crer. Minha preocupação é que estejamos caminhando para a TVD paga nessas regiões onde as tansmissões terrestres não chegam, quando deixar de existir o sinal analógico.

    Outro muito obrigado do Honório.

  11. Eu gostaria de adicionar um outro comentário:

    As TV’s com conversor embutido podem perfeitamente serem fabricadas com recurso de atualização via pen drive ou por adaptador wireless, se as provisões necessárias forem implementadas.

    Quanto ao Ginga, Maurílio, a impressão que me passa é que isso ainda vai dar panos para manga, e como você declarou enfaticamente que depende mais dos fabricantes de conversores, aí é que eu coloco mais ainda as minhas barbas de molho!

    Existe por aí uma quantidade significativa de set top boxes vendidos por importação própria de alguma revenda ou de marcas que apareceram e sumiram (Aiko/Evadin, por exemplo), cuja responsabilidade com o cliente é praticamente nenhuma. E das marcas estabelecidas, a maioria não se manifesta sobre isso, desde o ano passado!

    A propósito: como estamos em um ano de Copa do Mundo, eu acho que o consumidor devia começar a abrir o olho. Numa dessas últimas copas, tentou-se vender gato por lebre, na maior cara de pau, e dentro de shoppings de luxo aqui do Rio. Aparelhos de TV com uma falsa imagem de alta definição, espalhados por stands os mais diversos. Uma vergonha, se você quer saber, porque ninguém transmitia em HDTV nessa época!

    Sobre mercados de televisão, eu acho que o assunto é muito complicado, para ser discutido aqui. Uns dois anos atrás, um jornalista e especialista da área de marketing nos disse, em “off”, no meio de um grupo que estava discutindo a implantação da DTV, que as emissoras se concentram no interior de São Paulo, que é por onde entra a maior receita. Para as pessoas da área de marketing, o que muitas emissoras estão fazendo é canibalismo jornalístico.

    Pessoalmente, eu não vejo maneira de se chegar a integrar o país a curto prazo se o sinal aberto não trafegar por satélite. Se dentro das cidades, o espalhamento do sinal é problemático, como é que se vai conseguir conciliar o aumento de receita com a aquisição, instalação e manutenção de várias repetidoras, pelo país adentro?

  12. @Honório,
    Como o Maurilio disse, vale acrescentar que para o telespectador a existência das retransmissoras também é importante. Com retransmissoras é possível a existência de conteúdo regionalizado, como por exemplo telejornais com reportagens específicas para cada cidade.

  13. @Maurilio,
    Vale acrescentar que para o telespectador a existência das retransmissoras também é importante. Com retransmissoras é possível a existência de conteúdo regionalizado, como por exemplo telejornais com reportagens específicas para cada cidade.

  14. @Paulo,
    todas as implementações do Ginga devem seguir os padrões já definidos como normas da ABNT. Este padrão já está fechado. As empresas desenvolvedoras de middleware devem seguir todos eles em suas implementações, fazendo com que haja total compatibilidade entre versões e fabricantes diferentes.
    Além disso, a adoção de versões da implementação do Ginga não é uma decisão das emissoras, e sim dos fabricantes de set-top boxes (conversores). Todos eles decodificarão e executarão tudo o que todas as emissoras transmitirem dentro do padrão.

    @Celso,
    os conversores (também conhecidos como set-top boxes) podem ser externos ou internos, e isso não representa um diferencial na qualidade dos mesmos. Os diferenciais estarão nas suas especificações técnicas, como qualquer eletrônico.
    Enquanto estamos em uma fase de implementação da TV digital faz-se necessário a existência de conversores externos, para que as pessoas não precisem necessariamente substituir seus aparelhos de TV antigos. Foi a mesma história com os estabilizadores na TV há algumas décadas. Hoje nem falamos nisso mais, porém ainda estão lá, porém embutidos em nossos aparelhos.
    Quanto à definição de que todos os aparelhos de LCD fabricados a partir de agora sairão com conversores integrados eu não posso te afirmar, porém acredito que não seja verdade. Se alguém souber de algo, também tenho interesse em saber.

    @Honório,
    o desencorajamento por todas as emissoras, não só pela Globo, para o telespectador assistir a programação das retransmissoras é porque as retransmissoras também dependem de audiência para venderem publicidade local. E as emissoras dependem das retransmissoras para levarem seu sinal por todo o Brasil. Então, é muito mais interessante para a emissora investir na manutenção das retransmissoras defendendo este modelo, já que na maioria das vezes a propaganda exibida diretamente pela emissora pela parabólica ou é de programação própria ou referentes à sede, muito distante do telespectador.
    Minha empresa está trabalhando em um produto, que será lançado em março, para resolver parte deste problema. Já que com ele, as próprias emissoras de TV digital poderão veicular propaganda direcionada à região do telespectador. Cabe ainda definir como ficará a remuneração da retransmissora local por esta exibição. Em breve divulgaremos mais detalhes em nosso site e faremos o lançamento oficial.

    Gostaria de divulgar um local onde começaremos a responder todas as dúvidas referentes a TV digital. Contamos com novas dúvidas de vocês. Terei muito prazer em colaborar no que for possível.
    O endereço é: http://www.formspring.me/tvdigital

    Grande abraço.

  15. Paulo Elias. Pergunto como a TVD vai chegar aos milhões, e bota milhão nisso, de pessoas que dependem da antena parabólica por residirem em àreas rurais onde as emissoras terrestres não alcançam. Minha pergunta é porque a globo veicula uma propaganda incentivando a instalação de antena UHF e conversor hdtv para assistir a programação local, desencorajando[entre linhas] o uso da parabólica. Gostaria muito, mas muito mesmo, desse esclarecimento.

    Antecipadamente grato.

  16. Paulo,
    Eu também peço desculpas pela minha ignorância e gostaria de saber: muito se fala em conversores e pelo que entendi são aqueles instalados externamente nas TVs. E os chamados integrados nos aparelhos? São suficientes como os externos?
    Os televisores já agraciados com o set-top-box tem seus preços bastante salgados. Comenta-se no mercado que a partir de corrente mês de janeiro, os aparelhos LCDs em fabricação, todos, sairão com os integrados. É isso mesmo?
    Abraço.

  17. Maurilio,

    Só de curiosidade, e me desculpe pela ignorância:

    Não existe alguma possibilidade de conflitos entre versões diferentes do Ginga, que impeçam uma compatibilidade entre modelos adotados por diferentes emissoras?

    Ou irá sair um padrão único, que todo mundo vai ter que adotar?

  18. Oi Paulo,

    Acredito que os conversores que já estão no mercado dificilmente conseguirão receber uma implementação do Ginga, embora algumas empresas anunciem esta possibilidade de atualização.
    Ainda não tive a oportunidade de obter informações precisas sobre as TV’s com o Ginga que a LG já lançou.
    O que teremos nos próximos meses serão novos modelos já com o Ginga embarcado. Como o SBTVD definiu, teremo dois perfis de interatividade, visando uma agilidade na implementação das funções mais básicas com um custo menor.
    Acredito, como falei em meu post de ontem, que a verdadeira identidade da TV digital está na interatividade. Então, em pouco tempo todas as nossas especulações atuais não farão mais tanto sentido. Certamente antes da copa veremos muita coisa interativa.

    Grande abraço.

  19. Concordo com tudo que foi dito, principalmente sobre as emissoras. quando ao BD, os discos estão caros ainda. ja os aparelhos, é possível encontrar por 620,00. não é barato, mas em vista do que ja foi, ja mais baixo.

  20. Oi, Maurilio,

    Fui ler o seu post, e aproveito para lhe perguntar se é possível que você coloque aqui um comentário, nos dando uma posição ou opinião sua, de como é que ficam as implementações do Ginga (ou software equivalente) nos atuais conversores?

    Obrigado pela sua participação.

  21. Prezados,
    Não tenho tanta propriedade para opinar sobre liberdade de expressão, portanto vou falar apenas do que conheço.
    Tenho estudado e trabalhado com o Padrão Brasileiro de TV Digital há alguns anos e com isso posso dizer que realmente temos ainda muitos desafios para vencermos antes da TVD tornar-se popular no Brasil.
    Hoje sou um empreendedor do mercado de software para TVD, onde apostamos imensamente nesta nova mídia. Acredito que a curto prazo, quando os problemas de infraestutura (alguns deles citados no artigo) forem resolvidos, a alta definição de áudio e vídeo se tornará um commodity.
    Aposto na interatividade como a identidade da TV digital no Brasil. Ainda não temos um modelo claro pra como isso ocorrerá. Com certeza teremos que passar por muitas experimentações até chegarmos em algo realmente próprio da TV digital, e não cópia de outras mídias.
    Considero muito sensata a posição do Sr. Paulo Roberto. Temos que elaborar críticas para o amadurecimento do modelo, porém só temos a perder se enterrarmos prematuramente uma tecnologia tão fantástica que é a TV digital aberta. Ainda temos muito o que melhorar e amadurecer, mas sabemos que nenhum novo modelo tecnológico disruptivo que depende de interesses diversos e inúmeros desafios tenológicos torna-se popular tão rapidamente. Temos que atrair cada vez mais pessoas para essa discussão, de forma a criarmos um ecossitema cada vez mais favorável à inovação neste mercado.
    Na última semana publiquei um post analisando algumas das principais conquistas da TV digital em 2009 e quais os desafios para 2010: http://www.peta5.com.br/br/artigos/91-tv-digital-no-brasil-as-conquistas-de-2009-os-desafios-de-2010-e-o-que-faremos-para-supera-los

    Abraços.

  22. Gustavo,

    Me desculpe, mas você entendeu tudo errado. “Imóvel de luxo” são as concessões ou licenças de transmissão por qualquer organização ou meio de comunicação, tipo, por exemplo, empresas jornalísticas.

    A concessão é um bem público, e como parte deste público, eu tenho e você também, direitos sobre elas. Como são organismos do governo, e não nós, que administram as concessões, o que nos cabe é cobrar coerência e respeito.

    Os horários alugados pelas emissoras ferem estes princípios, pelo fato de que a responsabilidade do que é transmitido fica a cargo de terceiros, que não tem direitos ou deveres sobre a concessão propriamente dita.

    Sobre esse assunto de liberdade de expressão, eu lhe peço licença para declarar o seguinte:

    A minha geração e as que me precederam passaram pelo auge da repressão da última ditadura deste país. Eu passei por isso ainda estudante universitário, e no meio do movimento estudantil da época.

    E eu sou de uma área onde a liberdade de pensamento é fundamental para a criatividade e o desenvolvimento de qualquer pesquisa. Por isso me sinto muito à vontade, para opinar sobre esse tema, com a convicção necessária.

    A liberdade de expressão não te dá o direito de agredir ou insultar quem você quiser e da maneira que quiser. Em hipótese alguma, a palavra livre pode ter precedência sobre a ética, e sobre ilações sem fundamento, que você tire a respeito das pessoas.

    Eu lhe ficaria grato se você efetivamente colocasse na ordem do dia críticas construtivas ou proposição de soluções, ao invés de desejar destruir a mídia ou que ela morra a morte lenta, por conta de uma editoria anacrônica.

    Mas, se mesmo assim, isso não for do seu interesse, e neste caso o direito é todo seu, pela Internet você tem o espaço e o forum para dizer o que pensa, do jeito que quiser, e assumindo a responsabilidade com quem de direito. A Internet está povoada de blogs e sites que dizem o que querem. Se você vai criar ou já um blog seu, e quiser divulgá-lo aqui, não tem problema.

  23. Senhores, a liberdade de expressão não deveria ser comparada a um imóvel de luxo.

    É por esse motivo que as novas gerações tenderão a preferir se informar por meio de suas redes na web do que ficar escutando os locatários de imóveis de luxo, concessionários de canais de TV e seus funcionários.

    O futuro é nosso!

  24. Olá, Tresse,

    Antes de mais nada e sem demagogia, muito obrigado por prestigiar a coluna.

    Você sabe, e eu também, sobre o monte de interesses de terceiros, quartos e quintos que o ministro precisou driblar, para colocar a DTV em prática.

    Se não fosse por iniciativas como essas (e mais ainda porque a DTV já estava pronta anos atrás), a gente ainda iria ficar na era da televisão da década de 1930.

    Como em toda nova tecnologia, todo e qualquer benefício que ela possa nos trazer depende muito mais de quem aplica do que dos políticos.

    Eu sou insuspeito, porque, sinceramente, não gosto de políticos nem de politicagens. Acho político uma profissão e uma função importantes, quando não se pratica demagogia com o dinheiro alheio e quando não se mente em público, coisa que é prática da maioria dos que nos representam.

    Também não conheço nem o homem nem o político Hélio Costa. Atribuir a ele as mazelas da tecnologia avançada no país e das lambanças das operadoras, é uma tremenda injustiça! O que eu sei de Hélio Costa era de quando ele trabalhava como homem de imprensa. Nunca ouvi, nesta época, nada que pudesse depor contra a sua pessoa. E numa entrevista sua, recente, ele falou com proficiência sobre a situação da televisão digital no Brasil.

    E, finalmente, endosso o bloqueio recente que foi feito à multiprogramação, porque havia um ameaço latente de sublocação de espaço de transmissão, prática que eu, particularmente, acho abominável e perigosa!

    É como se a gente alugasse um imóvel de luxo, e depois sublocasse os quartos, para pagar o aluguel, concordas?

    Se uma dada emissora não tem condições de ficar no ar, é preferível que saia do que ficar ocupando o espaço e a concessão para transmitir material de última qualidade. Afinal, é o dinheiro público que estamos tratando aqui, e eu sou um que não quero financiar telemarketing, igreja evangélica ou qualquer coisa equivalente, por conta disso! As emissoras que aprendam a administrar corretamente os seus problemas financeiros, ou mudem de ramo!

  25. Caro Paulo,
    obrigado pelas referências elogiosas. A nossa TV Digital continua avançando na velocidade que o nosso país permite. Quando comparamos com o primeiro mundo, empatamos com o Japão e ganhamos do resto do mundo. Depois da nossa última conversa tivemos duas crises: Roubalheira dos Bancos Americanos e Gripe Suína. Elas afetaram o nosso pais como um todo. Não podemos ignora-las. O Áudio sempre foi um problema para as Redes de TV; mutos dos seu Profissionais gostariam que a TV fosse muda, mas ele é Maior que o Vídeo e será um diferencial da TV Digital. A sua sugestão de dupla decodificação do Áudio já existe no mercado com um fabricante de Televisor; esse produto foi apresentado na Feira da SET (você precisa ir lá)em agosto de 2009; ele converte, internamente, AAC em Dolby 5.1. Embora eu goste de discutir mais IDÉIAS do que NOMES, me permito discordar do Leitor que criticou o Ministro Hélio Costa (não conheço o Político Hélio Costa). Graças a ele o Brasil já tem TV Digital e as nossas Redes continuam nas mãos de brasileiros; a nossa decisão foi correta e um retrato disso é a adoção do nosso sistema por países da América do Sul como Argentina, Chile, Perú e Venezuela. Equador e Cuba estão testando, Uruguais está arrependido e a Colômbia não consegue nem testar.
    Não pare de escrever. Abs. Tresse

  26. Aos leitores,

    Eu solicitei as boas graças do nosso editor Vicente Tardin, para mudar o título desta coluna para o original que eu havia escrito, e ele gentilmente aceitou. A mudança, pedida pela primeira vez desde que eu escrevo aqui, tem a sua razão de ser: eu não gostaria de estar passando a impressão de que quero destruir a TV digital.

    Aliás, a minha intenção é bem outra: é a de convidar quem de direito, além dos leitores, a refletir em problemas que já poderiam ter tido solução há muito tempo.

    Tem coisas que fabricantes e emissoras precisam assumir como um problema técnico concreto e tomar as devidas providências. Por exemplo, a questão do áudio:

    O áudio da DTV é transportado no formato AAC, por decisão da comissão que estudou o padrão brasileiro. Mas, nada impediria que os fabricantes de TV e set top boxes tivessem feito uma adaptação do sinal para outro padrão, após a demodulação e a decodificação feitas, ao invés de recodificar para PCM 2.0 e ponto.

    Aconteceu agora que a própria Globo, que vem fazendo ensaios nesta direção, usa 5.1 para alguns programas, mas que ninguém ouve.

    E dias atrás, por ironia, eu me deparei com uma opção “5.1”, no segundo canal de áudio da Globo HD, via receptor Net HD. A Net, bem como outras operadoras, não obedece ao padrão AAC, e sim Dolby Digital, em todos os seus canais. E começou a passar o 5.1 da Globo terrestre. Infelizmente, nas duas vezes que eu ouvi, o sinal era de fato 5.1, mas sem os canais traseiros. Não sei se é experimental ou um problema técnico qualquer, ou até uma limitação dos programas.

    O fato é que, a viabilidade técnica existe! E quem me acompanha, sabe que eu venho insistindo nisso faz tempo. A implementação num set top box é banal. Os chips usados no Brasil são os mesmos da Zinwell que adotam Dolby Digital em outros países, e todos eles têm saída SPDIF.

    Finalmente, discordo dessa coisa destrutiva, de abraçar uma tecnologia em favor de outra. Acho, inclusive, que a implantação da DTV no Brasil foi um grande avanço e só mesmo a omissão das pessoas é que poderia jogar este esforço todo pelo ralo abaixo.

    Não sou apologista do atual governo, mas discordo do leitor Gustavo, se ele me permite, sobre a posição do ministro. Acho que ele teve peito, sim, de fazer rolar isso para a frente, e furar as habituais barreiras que os sistemas públicos costumam colocar quando se dá andamento a qualquer projeto em instituições do governo.

  27. Paulo,
    É ótimo quando abrimos suas colunas e encontramos novidades que dão margem à discussão. A TV digital é seguramente uma delas. O artigo é bastante elucidativo e atual. Aqui em minha cidade, distante 260km da capital paulista, o decantado sinal ainda não chegou. Tenho visto alguma coisa em SP onde reside minha filha no Real Parque-Morumbi. Não é na casa dela que eu vejo o novo sinal. Sabe porque? Ela é assinante da TVA e no prédio de apartamentos ninguém cogita disso porque estão satisfeitos com as imagens que tem. Nem sabem se essa concessionária de sinal fornece algum canal em HDTV!
    Então meu amigo, penso que se depender da maioria da população essa ‘novidade’ que se lasque. Vão continuar vendo suas novelas nos possantes novos aparelhos LCD com a imagem expandida em 16:9, como você falou, com os personagens ridicularmente gordos e tudo bem. Quando faço alguma observação nesse sentido, via de regra ouço o de costume: comprei essa TV grande porque?
    Para ver as imagens apertadas no meio? Você é que é muito exigente!
    Abraço.

  28. A grande questão é que todo esse alarde em torno de “alta definição” de imagens é o mais banal de todos os atributos que a tecnologia digital oferece para a cultura contemporânea.

    Se o processo político de escolha do modelo técnico para a TV digital não tivesse sido controlado por gente retrógrada como Hélio Costa, e setores sociais mais inovadores, joves, vigorosos e democráticos tivessem sido consultados, talvez tivéssemos optado por uma TV digital que privilegiasse a multiplicação dos canais e vozes na mídia.

    Na boa, as pessoas preferem muito mais investir seu suado dinheiro em equipamentos que de fato realizam o potencial do “digital” do que em mercadorias altamente fetichizadas como alta-definição para ter acesso à mídia caquética do estilo século XX.

    Espero que os meios de comunicação tradicionais continuem míopes e continuem cavando sua própria cova, pois na era digital esse estilo de comunicação centralizada e vazia de conteúdo não impressiona mais, nem em alta definição.

    Um salve.

  29. Não desanime da TV Digital, concordo que anda uma porcaria, sem nada de interessante, mas vejo como uma janela de oportunidades para outras menores, até por esse motivo comecei uma série falando de emissora pequenas mas que tem grande potencial para crescerem por possuírem boa programação. Convido a conhecer meu blog, simples, novo, mas é um começo.

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