Há hoje no mercado dois tipos de profissionais: os que procuram apenas recompensa financeira e rápida ascensão profissional; e os que procuram um trabalho desafiador dentro de uma empresa bem gerenciada, com valores e cultura que se enquadrem no perfil do profissional.
Na área de TI, ganha o segundo grupo.
As empresas procuram quem compartilhe os mesmo valores e cultura e, ao mesmo tempo, quem esteja não apenas interessado nos benefícios financeiros. Uma versão humana da empresa é o sonho de qualquer diretor de recursos humanos.
A empresa almeja um profissional que siga carreira e que juntos possam crescer, pois já faz algum tempo que o mercado de TI enfrenta uma “guerra de talentos”.
Logo, para se proteger da perda destes talentos para os concorrentes, trabalham cada vez mais em ítens como incentivo, retenção, desenvolvimento, job rotation e qualidade de vida.
De acordo com um longo estudo conduzido por um time da McKinsey & Co, envolvendo 77 companhias e quase 6 mil gerentes e executivos, o mais importante recurso dentro de uma companhia nos próximos 20 anos serão os talentos.
Porém, é fato que no Brasil ainda existe uma carência muito grande de mão de obra qualificada em TI.
Curso superior e domínio do inglês já não são diferenciais para os candidatos, hoje são pré-requisitos. Se falar espanhol, certamente ficará ainda mais a frente dos outros.
Tendo isto em mente, a análise cai em cima do perfil da vaga.
Não há fórmulas, mas há certezas: quando o projeto requer um consultor sênior, a empresa de TI terá que recorrer a um profissional experiente com grande bagagem e, portanto, o melhor a fazer será integrá-lo muito bem aos processos, metodologia e cultura da empresa.
Agora se a intenção é desenvolver novos talentos, a melhor opção é investir em profissionais recém graduados, que aceitam qualquer desafio para se destacar dentro da empresa.
Além da separação profissional, existe a interação empresa x cargo x candidato.
Tal interação existe para provar que nem todos os funcionários da empresa precisam ter o mesmo perfil; o importante é equalizar o objetivo: crescimento pessoal e da empresa.
Para isso, a mensagem de contratação tem que ser enviada da forma mais rica possível.
Devido à sensibilidade desse assunto, ele foi dividido em quatro principais mensagens nas campanhas de recrutamento:
- Go with a Winner: para profissionais que querem atuar em uma empresa de alta performance, onde eles possam encontrar grandes oportunidades de desenvolvimento profissional;
- Big Risk, Big Reward: profissionais que respondem a este tipo de mensagem sabem que enfrentarão grandes desafios, porém com compensação financeira e rápido crescimento;
- Save the World: atrai profissionais que querem atuar em uma empresa com uma missão inspiradora, além de desafios empolgantes;
- Lifestyles: estes profissionais buscam empresas que oferecem maior flexibilidade e benefícios ligados a qualidade de vida.
Claro que as flexibilizações acontecem. Nesses casos, é importante as empresas respeitarem a política de cargos e salários para evitar problemas com os funcionários e as exceções devem ser muito bem justificadas e explicitadas para evitar a famosa “rádio peão” e aborrecimentos futuros.
Apesar do currículo impecável, é muito importante não abrir mão do teste técnico.
Como dizemos que “papel aceita tudo”, o candidato pode colocar qualquer tipo de qualificação no seu currículo. É uma grande armadilha para as empresas.
A prova prática serve para saber até onde se pode contar com aquele profissional. Inclusive, talvez o maior medo da maioria dos candidatos seja não conseguir provar o conhecimento que está no currículo.
Além disso, referências profissionais são de suma importância para conhecer o comprometimento e comportamento do profissional nos seus últimos trabalhos.
Não à toa, diversas empresas contratam por indicação: fica mais fácil conseguir referências evitando surpresas desagradáveis.
São seguranças e garantias para conhecer o futuro funcionário e saber o que se pode esperar dele, não criando expectativas e nem subutilizando uma mão de obra bem qualificada.
O esforço do conhecimento e da confirmação das habilidades deve partir também do candidato. É a vontade de querer sempre se aperfeiçoar.
A atualização através de pós-graduações é válida pelo conhecimento que se adquire nas diversas áreas, não ficando “preso” apenas nos conhecimentos de TI
E isso vale principalmente para profissionais que almejam ocupar cargos mais elevados dentro da empresa.
Outro ponto importante de um crescimento acadêmico é a soma de conhecimentos relacionados a processos de negócios, que poderão ser úteis em projetos com integração nas diversas áreas.
Em resumo, a seleção e contratação de profissionais exigem grande esforço, atenção e, principalmente, garantias.
O candidato deve estar preparado para responder perguntas com objetividade, corresponder à expectativa da vaga que está concorrendo e justificar o que está descrito em seu histórico profissional e pessoal.
Por outro lado, a empresa deve acolher o discurso do candidato e, principalmente, se ausentar de preconceitos, sentimentos e tendencionismos.
Talvez o descompasso de interesse seja um dos motivos de haver tantas vagas abertas ao mesmo tempo em que há tantos profissionais de TI desempregados. [Webinsider]
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Ary Gatto
Ary Gatto é sócio-diretor da Essence, empresa de consultoria e outsourcing especializada em TI para negócios.
7 respostas
Gostaria que vcs comentassem também sobre a faixa etária que as empresas contratam no Brasil ou se existe algum preconceito quanto à idade.
Tenho 31 anos e entrei na faculdade o ano passado, existe alguma chance de eu encontrar um espaco nesse mercado de trabalho quando me formar ou terei que abrir minha própria empresa?
Não podemos esquecer que as certificações são para as empresas, o cartão de entrada do profissional, provando que ele sabe o que esta no curriculo.
Eu vou correr atras de minhas certificações.
Parabens pelo post!
[]’s
@Béco: É óbvio que vc não vc o conhece o “Irado Furioso Com Tudo”, pq se for o mesmo que eu conheço, é bastante versado em GNU/Linux. O quê por si só já garantiria a sua contratação.
Vc deve ser o queridinho das dinâmicas de grupo das “psicoloucas”…
As empresas estão retendo profissionais que mentem bem, mas não aqueles que realmente fazem. E que me perdoem os adeptos, mas “inteligência emocional”, por si só, sem a real competência não salva nada.
Aliás, os termos “inteligência emocional” e “inteligências múltiplas” têm sido muito mal utilizados para justificar pura e simples inaptência para a tarefa.
[]´s
—
LVR
Boa noite pessoal.
Excelente post Ary.
Só continuando a discussão acerca dos profissionais de RH (recrutadores), concordo com o Béco quando diz sobre a “habilidade mínima de se ralacionar com as pessoas”, mas entendo a frustração do Irado.
Realmente temos muitas empresas de recrutamento que tratam os candidatos como “gado” para o abate, com direito a chá de cadeira e perguntas desnecessárias (será?). Mas a grande maioria desses casos acontecem para cargos na faixa base de salário, como ocorre com qualquer outra área.
Um profissional especializado, almejando uma vaga com remuneração maior, já não passa por isso e muitas vezes passa para contato direto com o responsável pela contratação logo após a análise do currículo.
De qualquer forma, é o processo de profissionalização. Seja um especialista antes de querer regalias de quem irá te pagar. 😀
Aproveitando o tópico, um site de vagas de TI que vale a pena conferir (gratuito, claro): http://www.tecjobs.com.br
Abraço
Irado furioso com tudo…..deixa de ser menina!!!
Tú não sabe nada, se dá mal nas entrevistas e joga a culpa nas Psicólogas….animal!!!
Desenvolva a habilidade mínima de se relacionar com as pessoas….desenvolva-se!!!
Não fique reclamando e SE MEXE seu Mané.
Abraço e boa sorte…..(vc vai precisar MUITO dela!!!).
Béco
quase isso mas não é bem isso. Acho que o maior impecilho para a contratação de pessoas competentes para as (ditas) tantas vagas disponiveis são as psicoloucas e suas incríveis ferramentas.
estas pessoas (as psicodementes) conseguiram – sabe deus como – convencer as empresas de que ELAS são definitivas para aceitar/indicar quem pode e quem não pode trabalhar na empresa.
o resultado: chegam atrazadas nas reuniões, juntam 15 candidatos em uma única sala, todos fazendo-se de “amiguinhos” ao mesmo tempo em que pensam “caia morto”, não lêem o seu curriculum (essa é de matar) e fazem as perguntas mais idiotas, perguntas que um retardado descerebrado teria vergonha de formular.
e não entendem po**a alguma de sua atividade. E “classificam” vc.
durma-se com tal barulho.
ótima materia, parabens pelo post