A Microsoft liberou a instalação do Windows 11 em computadores não suportados. Suporte ao Windows 100 está chegando ao fim.
Pois é: aparentemente a Microsoft pediu arrego, enfiou a viola no saco e encerrou, dias atrás, todas as exigências prévias para o usuário passar do Windows 10 para o Windows 11.
Quem usa Windows, e ainda estava na versão 10, deve se lembrar da confusão que aconteceu quando a Microsoft anunciou, em junho de 2021, que para passar para o Windows 11, uma série de requisitos eram exigidos para que a instalação tivesse sucesso.
Uma dessas exigências que eu até hoje acho exagerada foi a presença do dispositivo de segurança que levou o nome de TPM (Trusted Platform Module), cuja versão em software tinha sido incluída no UEFI BIOS das máquinas com CPU AMD.
Notem que o uso de TPM foi uma das medidas de segurança, dentro do sistema operacional, para o usuário final não ter o PC adulterado. Em princípio, poderia até ser uma exigência justificável, mas a sua implementação não deveria nunca ser obrigatória, deixando assim o risco de vulnerabilidade por conta de quem usa o micro!
Agora, não é mais preciso a presença deste módulo de segurança. Porém, a Microsoft continua alertando o usuário sobre o risco de uma instalação do Windows 11 em hardware sem suporte.
Se é assim, porque então deixar instalar o Windows 11 em qualquer máquina? Até agora eu não vi uma resposta oficial sobre o assunto. Na mídia, especula-se que, próximo do fim de suporte do Windows 10 no fim do ano que vem, o usuário pudesse ter uma alternativa para a atualização do sistema operacional.
Outra hipótese especulativa é que o Windows 11 não teve até agora uma aceitação satisfatória entre os milhões de usuários que rodam Windows.
A fábrica de mitos
É verdade que o primeiro release do Windows 11 ficou cercado de problemas os mais diversos. Mas, isto sempre foi o caso de todo sistema operacional novo. Eu noto que, até hoje, ainda vejo gente condenando o Windows 11, particularmente os que são adeptos dos jogos.
A minha experiência, ao longo desses anos, contradiz isso: todos os programas que estavam em uso continuam rodando sem problemas. E houve um momento insólito, quando eu resolvi instalar de volta o Adobe Lightroom 5, que não rodava mais no Windows 10, aliás nem o Lightroom 6, ambos abandonados pela Adobe. No Windows 11, o Lightroom 5 rodou sem nenhum tipo de adaptação. Olha aí uma imagem do programa rodando, com a foto da minha neta, brincando na frente da minha antiga estação de trabalho:
Como eu já de algum tempo não faço mais fotografias, nem me preocupei de instalar a versão 6 do Lightroom. Afinal, basta hoje um celular para capturar uma imagem em HDR, sem precisar de um editor de imagens desse aí. Rei morto, rei posto…
Quando recentemente foi disponibilizada a atualização 24H2 este ano, uma onda de rumores se espalhou na Internet, com alguns “experts” aconselhando a desativar as instalações do Windows 11.
Tais conselhos merecem uma crítica a altura: historicamente, hardware e software devem estar sempre atualizados! O principal motivo é o da utilização de novos recursos. Tanto a máquina quanto o sistema devem rodar no seu ótimo, se o usuário quiser um melhor desempenho dos seus programas. Computadores antigos inevitavelmente ficam para trás. Ao se instalar um sistema novo em um computador desse, é bastante provável que o resultado deixe a desejar, se não for desastroso.
Houve época em que a situação de atualização era bem mais crítica, mas com o avanço dos processadores, drives e módulos de memória, qualquer placa-mãe mais recente é perfeitamente capaz de aceitar os mais recentes sistemas operacionais. Nisso, aliás, a Microsoft pisou na bola!
Outra tolice que se espalha sempre na Internet é a de desabilitar recursos do sistema operacional, sempre com a mesma desculpa, que é a de tornar o sistema mais rápido. Este tipo de conselho tira do usuário melhoramentos que tornam o sistema como um todo muito mais flexível e útil.
O conselho certo é sugerir o aumento de memória RAM, e, se for possível, a troca da CPU por uma mais moderna. Fazendo isso, qualquer recurso do sistema opera sem problemas, e não vai tornar o computador mais lento!
Atualizações
Falando novamente em atualizações, o recomendável é sempre procurar os programas que os fabricantes disponibilizam, para tornar o processo sem esforço por parte do usuário. Este ano mesmo, eu configurei o sistema para uma pessoa amiga, em um notebook fabricado pela Samsung, e dentro dele veio um aplicativo que até BIOS ele atualiza.
Ao ser perguntado se não tem problema em aceitar os avisos de atualização, eu sempre respondo que não só não tem problema como é preciso fazer isso! Apenas, por segurança, o computador deve preferencialmente estar ligado em uma plataforma alimentada por uma UPS (Uninterruptible Power Supply, o conhecido No-Break), quando a atualização é no BIOS, para evitar que a interrupção de energia danifique a placa-mãe. Em se tratando de notebooks e similares, basta atualizar com a bateria 100% carregada e a fonte de alimentação ligada.
Bugs (erros de programação) e outros artefatos de sistemas e programas sempre irão existir, hoje em dia em todos os dispositivos, como TVs e aparelhos similares, que trabalham com microprocessadores. Erros só são corrigidos com a atualização do software interno desses dispositivos, tantas vezes quantas forem necessárias. [Webinsider]
. . . .
Paulo Roberto Elias
Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.
Uma resposta
Olá Paulo
Essa decisão da Microsoft de liberação para instalação em computadores que não possuem o módulo TPM 2.0, certamente se deveu a resistência dos usuários que continuam usando o Windows 10.
A pergunta que fica é, mesmo liberado em máquinas antigas e sem suporte, isso será o suficiente para elevar o número de usuários na plataforma Windows 11 ?