Desde janeiro do ano passado que a Philips foi à imprensa e anunciou que a empresa iria fabricar suas telas LCD em um novo formato: 21:9! Mais de um ano se passou, e até agora pouco ou nada se viu dessas telas, exceto que este ano a Philips deve colocar as novas TVs à venda, inclusive no Brasil.
Vale a pena? Na verdade, só mesmo vendo o resultado, para se poder ter uma opinião mais precisa. E não só isso: é preciso tempo para que o usuário possa “deixar cair a ficha”, pois não se muda de um padrão, mesmo widescreen, para o outro, sem deixar as pessoas se acostumarem com isso.
E eu faço esta afirmação por experiência própria: depois de anos com o padrão 16:9 já razoavelmente popularizado, não é incomum observar pessoas esticando a tela 4:3 para o formato 16:9, com visível distorção geométrica, e sem sequer se importarem com isso. Se este raciocínio se aplicar às telas da nova geração, alguém pode imaginar o risco do alto grau de distorção alcançado?
Se não for o caso, então existe uma perspectiva de uma opção concreta na escolha de um formato de tela que atenda principalmente o cinéfilo ou o adepto dos home theaters.
Justificativas da mudança do formato da tela
A principal justificativa apresentada pela Philips é a chamada “experiência cinemática”: as pessoas na sala de cinema se acostumaram a ter o campo visual completo na observação da imagem, quando a mesma é apresentada em tela larga (widescreen).
E, de fato, todos os processos fotográficos em tela não quadrada, o objetivo principal é esse mesmo. Foi assim com o Cinerama, com o CinemaScope, com o Todd-AO, com o Super Panavision e com formatos similares.
A idéia que norteia o aproveitamento da visão periférica está correta. O olho humano é capaz de focalizar uma determinada imagem, sem que o cérebro perca a noção da imagem nos seus arredores. É o campo de visão, em última análise, que guia o motorista através de passagens estreitas, em relação ao seu veículo, sem que o mesmo sofra qualquer tipo de colisão. E é o campo de visão que aumenta a sensação de tontura ou vertigem, nas projeções de imagens capturadas com lentes do tipo grande angular, como aquelas vistas nas cenas de filmes em 70 mm, ou nos filmes produzidos para exibição em cinema 180º ou IMAX, e depois projetadas em telas de grande curvatura.
As diferenças de proporção das imagens na tela
É interessante notar que quando as telas de cinema foram modificadas para o CinemaScope, o filme plano no formato de academia (1.33:1), que assumia o formato de uma tela praticamente quadrada, passou a ser substituído por filmes fotografados em 1.66:1 ou 1.77:1, bem mais largos do que os filmes planos anteriores. Eventualmente, o formato 1.85:1, ainda mais largo, substituiu os anteriores e está aí até hoje como padrão de filme plano widescreen.
Note que o filme plano se tornou mais largo, para poder se adaptar melhor o seu fotograma para a projeção em telas mais largas. Neste caso, perde-se menos imagem acima e abaixo do fotograma, que no filme plano 1.33:1 mais antigo.
Ocorre que, no conceito de “widescreen” a tela larga de fato foi estabelecida na proporção de 2.55:1 e, em casos extremos, a 2.75:1. Eventualmente, o CinemaScope e posteriormente o Panavision anamórfico foram fixados em 2.35:1 e no caso das projeções em 70 mm em 2.20:1, que ganha tanto em tamanho quanto em largura.
Se uma tela de cinema for construída com esses valores acima em mente, ela terá o mesmo formato das telas dos cinemas de antigamente, e nós poderíamos afirmar que este seria o formato de tela para cinema correto!
Numa tela deste tipo, o filme que hoje classificamos como “widescreen plano”, a 1.85:1, se tornará um filme plano comum, isto é, bem menos largo do que a tela widescreen propriamente dita.
Quem freqüenta cinema viu as telas se reduzirem de tamanho e de largura. De início, pensou-se que seria devido às reduções de tamanho das salas de projeção. Porém, observando-se mais de perto a maneira como essas telas novas são construídas, nota-se que a largura das mesmas é o que de fato foi reduzido, em relação às telas anteriores.
Nessas circunstâncias, a tela Panavision convencional (2.35:1) estará contida numa tela de largura menor do que a prevista, e para compensar isto, só mesmo reduzindo a altura da tela. Os cinemas do tipo multiplex fazem isso, sem que o espectador perceba, abaixando uma moldura na parte superior da tela. Essa estratégia não é nova: no então moderno cinema Metro-Boavista, no Rio de Janeiro, uma moldura superior e outras duas laterais trocavam o formato da tela de Dimensão 150 (2.20:1) para o formato Panavision (2.35:1).
As telas de televisão, que também se baseiam numa largura constante, precisam ter esta largura definida previamente, e como ela é desprovida das necessárias máscaras usadas nas salas de exibição, a solução é inserir barras pretas ao redor da imagem:
A evolução para o passado
As limitações de se encarcerar uma tela 2.35:1 em 16:9 (1.77:1) são óbvias para o cinéfilo que assiste hoje seus filmes preferidos em formato de vídeo. Uma das primeiras estratégias adotadas para resolver isso foi o uso de lentes anamórficas em certos tipos de projetores. O processo, entretanto, é caro para o usuário doméstico convencional, ficando mais restrito ao chamado high end.
Além disso, existe um potencial inconveniente, relatado por usuários do formato, que reside no fato da falta de padronização das legendas das mídias de vídeo, ora expostas na área fotográfica, ora abaixo dela. Quando abaixo dela, ela poderá não ser exibida parcial ou totalmente, numa tela 2.35:1 de vídeo. Somente os atuais leitores, que permitem reposicionar legendas, poderão solucionar o problema.
Com os atuais processadores de vídeo usados nas TVs, potenciais problemas podem, e neste caso devem, ser resolvidos. Isto porque a mídia em existência no mercado é formatada para telas 16:9, e isso poderá evitar o uso pleno das telas 21:9.
O outro problema se refere ao tamanho real da tela. Com o alargamento para 21:9, as imagens em 1.77:1 ou 1.85:1, que ocupam a maior área possível numa tela 16:9, passam agora a ocupar uma área lateral significativamente menor, tal como nos cinemas de antigamente, e como já mostrado em ilustração anterior.
A relação entre a área de tela de vídeo disponível e os seus respectivos formatos em fotogramas de cinema é mostrada nesta tabela:
Tela de vídeo |
Filme |
Fonte e uso |
21:9 |
2.35:1 |
Widescreen anamórfico |
19.8:9 |
2.20:1 |
70 mm plano |
16.65:9 |
1.85:1 |
Widescreen plano |
16:9 |
1.77:1 |
Widescreen plano |
15:9 |
1.66:1 |
Plano pós formato da academia |
12:9 (4:3) |
1.33:1 |
Formato da academia |
Na prática, até agora, apenas os formatos 4:3 (12:9), 16:9 e 21:9, marcados em negrito na tabela acima, estão em uso. Todos os demais formatos de filmes devem ser adaptados a estas telas.
O padrão atual, em HDTV, é, por definição, 16:9. Este mesmo padrão é seguido nas mídias de Laserdisc (última geração), DVD e Blu-Ray, com imagem nativa anamórfica. Uma tabela mais completa das relações de aspecto usadas no cinema pode ser encontrada nesta página.
A experiência cinemática é difícil de ser reproduzida em casa
A única maneira que eu já vi de se mimetizar completamente um cinema dentro de casa é com o uso de projetores convencionais de cinema e de tela muito grande, isto é, bem acima de 100 polegadas. E assim mesmo, a melhor simulação para o efeito de visão periférica pretendido só é conseguido com curvaturas acentuadas na tela usada para projeção. Este fenômeno foi extensivamente estudado, quando da criação do Cinerama®. E todas as telas alternativas subseqüentes, tais como Todd-AO, Ultra-Panavision ou Dimension 150, usaram o mesmo artifício.
Em formato de vídeo a construção ou compra de telas curvas é possível, mas nunca da mesma forma como os formatos acima mencionados. Em função deste singular aspecto, eu me arrisco a dizer que um dos principais benefícios do processo Smilebox, usado para a edição em Blu-Ray do filme “A Conquista do Oeste” é o simular com competência a tela ultra-larga e curva do cinema.
Numa tela de vídeo plana ou mesmo ligeiramente curva, o efeito de visão periférica não é o mesmo do que nas grandes telas dos cinemas convencionais. É possível que em telas maiores, com o uso de projetores e lentes adequadas, esta limitação seja diminuída, e com a distância do espectador à tela reduzida.
Existe, no meu entender, um aspecto psicológico, que poderá ajudar a quem está restrito às instalações de home vídeo convencionais: a da capacidade de abstração do cérebro humano, capaz de fantasiar momentaneamente a visualização de uma imagem panorâmica, incluindo a sensação de extensão da visão periférica, em uma tela de dimensões relativamente restritas. E é neste particular que o formato Smilebox citado acima tem o seu principal efeito. Quem já viu as versões plana e em Smilebox de A Conquista do Oeste se impressiona mais com esta última, e comparando as duas, não parece se tratar do mesmo filme, apesar da distorção intencional da imagem na tela.
Eu sou plenamente a favor de novas tentativas e da evolução da maneira de se ver um filme de cinema, em uma tela de vídeo, seja ela de que tipo for. Os resultados que virão do impacto da nova tela proposta pela Philips só serão avaliados a partir do momento em que a mesma for colocada no mercado.
As telas 16:9 dão um grande realce a fotogramas em 1.85:1, mas perdem em impacto na exibição de filmes em 2.35:1. Para esses últimos, a única e talvez melhor solução, no que concerne ao fã de cinema, é aumentar o tamanho nominal da tela. E a mesma coisa provavelmente se aplicará às novas telas em 2.35:1, quando, neste caso, a imagem em 1.85:1 ficará com tamanho bem mais reduzido.
Como se vê, as telas widescreen de TV são todas como um cobertor curto: você puxa de um lado e descobre do outro. Vai depender basicamente do espectador saber de que lado ele ou ela pretendem sentir frio! [Webinsider]
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Paulo Roberto Elias
Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.
49 respostas
Oi, Samuel,
Não há de quê, e muito obrigado pela generosidade do elogio e pela leitura.
Ufa…
Essa dúvida foi esclarecida. Paulo, muito obrigado pela atenção, e parabéns pelos posts e o grande conhecimento.
Sempre leio suas colunas.
Obrigado.
Olá, Samuel,
De fato o assunto é um pouco confuso. Mas note que se está falando o tempo todo em um processo de adaptação de telas.
A imagem padrão em HDTV é 16:9, e é por isso que as telas 21:9 tem que ter algum tipo de adaptação.
As imagens 2.35:1 são encarceradas em 16:9 usando menos linhas do aquelas contidas na tela. No entanto, note que a resolução original do fotograma é mantida 1:1, a não ser que o usuário resolva acionar um zoom na tela onde a imagem é reproduzida.
Em outras palavras: quando a imagem 2.35:1 é inserida em uma tela 16:9 a resolução horizontal (1920 pixels) é mantida, garantindo assim a qualidade original do fotograma.
A tela 16:9 não é padrão à toa. Ela foi desenhada a partir da média entre os formatos 2.35:1 e 1.33:1. Os comprometimentos de qualidade são minimizados pela adoção deste tipo de tela.
Boa tarde Paulo,
Primeiramente obrigado pela atenção em responder a minha dúvida, mas ainda preciso entender esse processo.
Em uma tela FullHD 16:9 eu tenho 1080 pixels na linha vertical e 1920 pixels na linha horizontal, correto? Pois bem, se eu tenho uma imagem nativa com esse mesmo padrão, eu vou ver todos os pontos de luz (pixels) no seus devidos lugares, aproveitando a imagem idêntica da nativa.
Quanto a um filme em 21:9 são 1080 x 2560pixels? Se sim, para reproduzir um filme em 21:9 em uma tela 16:9 em que eu use toda a tela sem cortes, eu não terei os 1080 pontos na vertical e os 2560 eu terei somente 1920.
O que quero dizer é que, eu não reproduzo todos os pixels da imagem nativa, pelo meu entender, eu perco então a definição máxima nativa.
O que eu encontrei em outros sites foi que a imagem nativa de um blu-ray em 21:9 tem uma linha vertical com 824 pixels ao invés de 1080 pixels, isso explicaria “a não perda de resolução” quando eu transmito em 16:9 com faixas pretas.
Mas aí vem um outro ponto que você explicou, a imagem nativa 21:9 reproduzida em uma TV 21:9 é feita um “scaling” para que seus 824 pixels se transformem em 1080. Como você mencionou, pelo processo adaptativo não há perda de resolução.
Espero não ter falado muito bobagem. E desde já agradeço a sua atenção e espero que possa de vez sanar essa dúvida. Obrigado.
Olá, Samuel,
Espero sanar a sua dúvida:
Em primeiro lugar, eu posso lhe assegurar que não há perda alguma de qualidade na imagem que ocupa menos linhas do que a capacidade total da tela. A resolução propriamente dita se refere à capacidade de separar pontos de luz (pixels) na mesma linha. Na tela de HDTV 16:9 ela é mais do que suficiente para resolver corretamente as imagens oriundas de fotogramas widescreen do cinema.
Note que o processo de adaptação do fotograma de cinema durante a transcrição da imagem para o vídeo é determinado pela mídia a ser usada, no caso do Blu-Ray 1080p a 24 qps.
A mídia (Blu-Ray) é 16:9 nativa. Se a imagem for reproduzida em uma tela 21:9 ela terá que ser novamente adaptada, de modo a permitir a eliminação das barras pretas. Este processo é chamado tecnicamente de “scaling”, e objetiva apenas aproveitar o número de linhas da imagem 2.35:1 original para preencher totalmente a tela. Sendo um processo meramente adaptativo ele não é capaz de mudar a resolução da imagem original.
A muito tempo venho procurando esclarecer uma dúvida sobre formatos de filmes e resoluções e nada encontro na net, uma explicação plausível.
Bom, vi esse site com vários posts interessantes e bem explicados, e espero que por aqui eu consiga sanar essa dúvida.
Bom, é o seguinte, minha TV é full HD (16:9) ou seja ela tem 1080 pixels em linhas horizontais e 1920 verticais, então, para que eu veja uma imagem 100% fiel eu tenho que ter um filme com essa mesma configuração, certo?
O que acontece é que os filmes em blu-ray que compro nem sempre estão nessas condições. O último que comprei foi “gravidade” e ele fala na capa 1080p, porém com um formato de 2.40:1.
Então, ao assistir o filme, surge as famosas tarjas pretas para complementar a altura faltante do formato (compreensível, para que não haja corte de imagem).
Minha dúvida é: se o filme não está apresentado na tela, em todas as linhas horizontais(1080), então, eu estou perdendo qualidade da imagem? Ou o formato 2.40:1 com 1080p linhas horizontais só seria visto em sua total resolução em uma Tv com formato 21:9?
Espero que possam me ajudar.
Ate,
Sim caro amigo. É disso que a gente precisa. Eu o Tenho na minha guia de favoritos e, sim, vou seguir o link sobre cinema que o amigo sugeriu.
Grato.
Oi, Dorivaldo,
Se houver interesse de sua parte, eu poderia lhe sugerir artigos sobre cinema também, escritos para esta coluna:
http://webinsider.uol.com.br/author/paulo_roberto_elias/
Foi um achado seu artigo quando buscava informações sobre a TV Cinema 21.9 da Philips. Minha única fonte de distração é cinema+TV. Comprei uma 21.9. Estou dando os primeiros passos para poder aprender a usá-la como se deve. Uma coisa eu já sei: blu ray em 3d só nesta tv. É algo mágico assistir um filme assim, considerando as limitações de uma tela de TV. Quem é cinéfilo como eu, compre. Não vai se arrepender. Achei seu artigo porque estava buscando para comprar a de tela de 58 polegadas, pois, a que comprei é de apenas 50 polegadas. Valei cada centavo.
Oi, Lucas,
Não. não é normal.
Para assistir a imagem integralmente, sua TV deve ser ajustada pelo remoto, com o modo de tela apropriado. Dependendo da marca, as TVs têm uma opção com o nome de “Screen Fit” ou “Just Fit”, ou algo parecido.
Nas opções “4:3” ou “16:9” a imagem deverá também estar inteira, porém com um ligeiro corte em algum quanto.
Em qualquer outro ajuste você corre o risco de ter parte da imagem cortada.
Eu sugiro que você consulte o manual de como o ajuste deve ser feito, e se continuar com dúvida não hesite em pedir ajudar ao suporte do fabricante.
Oi, gostei de ler seu post, queria aproveitar e fazer uma pergunta… minha TV é uma LED 32 e reparo que em relação às tvs antigas, tenho perda de parte da imagem, em cima e embaixo, nas laterais essa perda não acontece, mas posso reparar por exemplo o logo da Globo que na TV normal fica embaixo mas com um espaço ainda debaixo dele, na minha TV fica quase rente ao limite inferior da TV, isso é normal? Como posso resolver? Devo voltar às antigas TVs convencionais? Abraço!
Você diz exatamente o que você me disse: que está usando o modo de 16:9 na saída do DVD e modo de tela “tela larga” na TV, e que você está tendo acesso a ajustes no remoto, e que você quer saber para que eles servem.
Eu não mago nem vidente, mas dou um doce se eles não disserem que é para acertar a tela.
Se a atendente não souber responder, peça (e insista!) para falar com o suporte técnico!
Oi Paulo, eu vou contactar o fabricante. Mas assim, o que seria mais correto eu perguntar a eles?
Oi, Thiago,
Quando a gente está na frente do problema e está vendo a coisa acontecer fica mais fácil dar uma opinião do que longe dele.
Até agora, tudo faz crer que você está lidando com a centragem de tela. É possível, em vários modelos de leitor de DVD e algumas TVs fazer um ajuste com o remoto, de modo a que a imagem fique corretamente centrada na tela. Normalmente isto implica que você possa arrastar a imagem para um lado e para o outro (e em alguns casos, para cima e para baixo) até que o centro seja atingido. É também possível que, em um ajuste feito pela TV esteja implícito uma perda de parte da imagem lateral (ou da imagem de cima ou de baixo), como parece ser o seu caso.
O problema é que este ajuste deveria estar explicitamente descrito no manual, e se não está, eu acho que você deveria contactar o fabricante. Porque, veja, não é possível que você possa acionar o remoto para arrastar a tela, sem isto ter algum objetivo!
Note que a sua tela pode ter ovescan e ainda assim permitir ajustar a centralidade da imagem.
Olá, Paulo.
Perdão por estar te enchendo mais uma vez…
Deixa eu te mostrar o que eu perco:
http://lh3.ggpht.com/_kalEPucmwSU/TMRYp0LDx0I/AAAAAAAAaCY/NyukBXYtutQ/s912/ScreenHunter_08%20Oct.%2024%2013t.JPG
Fiz de uma parte apenas, mas perco de ambos os lados. Os pés da personagem, se eu arrastar a imagem no controle, aparecem inteiros, se eu deixar no padrão “O” tanto na vertical, quanto na horizontal, a perda é significativa a essa risca que eu deixei. (Fiz isso colocando o filme no “PC”).
Desculpa a ignorância, mas não entendi essa parte que vc escreveu:
“Será que você não está confundindo este problema com o acerto de centralidade da tela? Se for este o caso, aquele padrão que eu mencionei pode te ajudar muito.”
Hehe, como assim, acento de centralidade e o padrão que vc se referiu, foi a do blu-ray ali em cima?
Não tenho Blu-ray, mas usando o método que disse é possível fazer uma regulagem?
Eu liguei na assistência, mas nem souberam me responder direito.
Mais uma vez, obrigado pela atenção.
Oi, Thiago,
Veja no link http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Effects_of_overscan_on_fixed-pixel_displays.png uma idéia desta perda do overscan que eu te falei.
Nas telas 16:9 esta perda é pequena, e eu acredito que os fabricantes mantém as telas deste jeito porque muita gente não gosta de ver barras pretas na tela, achando que parte da imagem lhes está sendo roubada, quando na realidade é o oposto!
Existem padrões em tela na maioria dos discos de Blu-Ray da Sony Pictures (Columbia, TriStar, etc.). Se você tiver um, faça o seguinte: vá para o menu do disco, digite 7669 (SONY no teclado do telefone) com o remoto. Este padrão contem todas as medidas de tela usadas em vídeo, e você pode se guiar por elas com confiança.
As TV’s com modo de tela sem overscan fazem mapeamento de pixels em 1:1. Com isso, relações de aspecto como 1.66:1, por exemplo, aparecem com barras pretas nas laterais. Com overscan, essas mesmas barras podem nem aparecer ou aparecerão bastante reduzidas.
Voltando ao seu caso, me parece que os ajustes estão corretos. Então eu não saberia te dizer porque você ainda tem distorção de varredura com a ajuda do remoto.
Será que você não está confundindo este problema com o acerto de centralidade da tela? Se for este o caso, aquele padrão que eu mencionei pode te ajudar muito.
Lamento não poder te ajudar de forma mais concreta. Quem está de longe, e não tem o equipamento para observar o mesmo efeito, dificilmente consegue dar uma opinião correta, e neste caso o bom senso manda que o usuário se refira ao suporte do fabricante.
Oi Paulo,
Estou usando o ajuste “Tela Larga” pois é o único que se ajusta melhor na televisão, os demais ocorre distorção…
Acredito que o meu não veio com o sinal integral 16:9, bom, pelo menos eu não encontrei outro.
Ressalto que isso é apenas para DVD, na televisão, aparentemente está preenchido corretamente, pois na tv a cabo que eu uso, ao apertar o botão de informações, ele mostra a imagem completa na tela, e é a mesma que a televisão mostra, diferente na de tubo, que é notório que as laterais ficam cortadas.
Então segundo você, esse Overscan estaria presente na maioria das tv’s mesmo sendo em wide?
Puxa, uma pena saber disso, mas ao mesmo tempo um alívio em aparentemente não ser um defeito do meu televisor. Porque sinceramente comprei há pouco mais de duas semanas e não estaria nem um pouco a fim de mandar para a assistência técnica, que sabemos que demora uma eternidade pra voltar.
O problema é que eu sou muito chato com isso e acabo encanado achando que estou perdendo algum detalhe importante em algum filme. =/
Abraço e muito obrigado pela atenção.
Thiago,
Qual desses ajustes de tela da TV você está usando?
Apenas para a sua informação: o overscan está presente na maioria das telas 16:9 irrespectivo da tecnologia usada.
Em certos modelos, o fabricante oferece uma opção 16:9 convencional (com overscan) e outra para aceitar o sinal integral sem overscan. Para saber quais uma TV disponibiliza só consultando as especificações ou consultando o suporte do fabricante.
Se você quiser fazer alguma comparação, para saber o que você está perdendo, e tiver um computador com drive para DVD ou Blu-Ray, você pode fazê-lo na página de configuração do player.
Olá Paulo, muito obrigado pela resposta.
Então, no dvd a configuração está no ajuste 16:9
Minha televisão é Philips 40…
Ela possui as configurações:
1 – Tela Larga (o melhor ajuste)
2 – Formato automático (a imagem varia conforme a cena)
3 – Super zoom
4 – 4:3
5 – film. exp 16:9 (perde grande parte da imagem, inclusive as legendas)
Quando eu coloco um filme, no controle da televisão existe um botão que arrasta a imagem (imag. Vertical e imag. Horizontal) e arrastando para algum dos lados, mostra parte da imagem que a televisão encobre, esse chamado Overscan…
Engraçado que isso ocorre quando está conectado com o cabo video-componente. No tradicional AV, não existe a possibilidade de arrastar a imagem, porém, percebe-se que também está com as laterais encobertas.
E tenho que confessar que sabendo que o filme não é exibido na sua íntegra, mesmo que pequenas partes nas laterais, me frustrou completamente.
Então, gostaria de saber que mesmo sendo uma tv em Wide, ela não estão isenta desses tais overscan?
Grande abraço.
Oi, Thiago,
Eu não sei se eu entendi direito, mas me parece que você está com uma configuração errada no seu leitor de DVD.
Para telas 16:9 não se deve usar nenhum ajuste 4:3 (geralmente denominados letterbox ou pan & scan) no setup do leitor de DVD. Ao fazer isso, você ativa um filtro que deteriora consideravelmente a qualidade da imagem!
Isto que você descreve parece um efeito de pan & scan.
Na TV, existem duas possibilidades básicas, para o 16:9 normal:
1 – Sinal 16:9 íntegro (neste caso, a imagem é reproduzida integralmente, sem vazar para os cantos – overscan);
2 – 16:9 normal, com overscan (parte da imagem fica perdida nos cantos da tela).
Alguns fabricantes, como a Samsung, oferecem os dois ajustes, o primeiro deles com o nome de fantasia de “wide fit” ou “sceen fit” ou “just fit”, etc.
Fala Paulo, parabéns pelo site e gostei bastante da matéria. Gostaria de saber se poderia sanar uma dúvida minha…
Recentemente comprei uma televisão de 40 widescreen e assistindo um DVD, existe um recurso no controle que arrasta a tela, mostrando uma pequena parte lateral que não é mostrada… Isso é normal, o filme não ser exibido inteiro na tela mesmo sendo uma televisão em Wide? Usando todos os recursos de tela na tv, dá a mesma coisa.
Confesso que fico encanado com essas coisas.
Abraços!
Everton,
Eu acho difícil você encontrar este tipo de informação no manual. Tente ligar para o SAC da Samsung, e pergunte sobre a proteção contra manchas da TV. Se a atendente não souber responder, peça para falar com o suporte técnico.
A impressão que eu tenho é que essa e as outras linhas da Samsung têm este tipo de recurso. Eu sugiro, entretanto, você prestar a atenção quanto à resolução. Se for abaixo de 1080p, e o modelo que você citou o site aponta como 1024 x 768 pixels, eu sinceramente não acho bom negócio. Mas, no final, a decisão é sua!
Entendo sua preocupação no que diz respeito a dar opiniões. E em relação aos “wobblers” eu pesquisei mas não encontrei nada a respeito no manual. Nem sei se posso fazer dizer qual é o modelo para não fazer propaganda mas a Tv é da samsung modelo pl42c450. Se isso ajudar…Atenciosamente,
Oi, Everton,
Essa coisa de dar opinião tem me dado muita dor de cabeça, porque a gente diz o que pensa e nem sempre os nossos interlocutores aceitam, e nisso eu incluo meus próprios amigos.
Mas, vamos lá: eu não recomendo plasma para ninguém. Acho a tecnologia arcaica, poluente e a trama de pixels é grosseira demais para o meu gosto.
Se você gosta ou acha melhor, mas está preocupado com as manchas (a preocupação é legítima, diga-se de passagem), procure os novos modelos, que implementam “wobblers” e recursos para tirar burn-in. Os wobblers são pixels que se movimentam na tela, de forma insuficiente para o espectador notar, mas o suficiente para impedir que a imagem fique estática por muito tempo. E com isso, as chances de mancha praticamente desaparecem, embora, se você reparar, o fabricante prefere avisar sobre o risco das mesmas, até em LCD!
Desculpe o incomodo novamente, e eu sei que este tópico não é para isso, mas não achei outro parecido para tirar minhas dúvidas. Paulo Roberto, estou pensando em comprar um Tv 42″ para conectar a Sky. Qual modelo vc acha melhor: LCD ou Plasma? Pesquisei em vários sites mas minha dúvida só aumentou. Minha sala não é muito iluminada e a tv fica ligada na maioria das vezes a tarde e a noite. Tenho medo de pegar uma Plasma e ficar com aquela mancha que todos dizem que fica por causa da imagem estática (tipo o Logo de um canal). Agradeço desde já.
Atenciosamente.
Oi, Nolan,
Eu concordo que toda a experimentação de 3D na televisão pode acabar dando uma confusão danada na casa do consumidor, porque cada método de transmissão exige um óculos diferente.
Esse método com dupla imagem já foi tentado pela Net, em canal de alta definição, durante o carnaval passado.
Até onde eu sei, a idéia é aquela mesma, do nosso tempo de criança, de usar duas fotos para criar a ilusão em 3D. Eu me lembro de ter visto isso num disco, cujo nome eu não lembro agora, mas vinha junto com um visor que a gente ia rodando.
O método é chamado classicamente de estereoscópico, e pode ser visto nesta página: http://en.wikipedia.org/wiki/3D_television e nesta outra: http://en.wikipedia.org/wiki/Stereoscopy
Como você, eu também imagino que os óculos deverão descomprimir a imagem anamórfica. Creio também que, em algum momento, o óculos seria vendido no comércio, caso contrário a experimentação seria inútil.
Sob o ponto de vista técnico, a estereoscopia teria a vantagem de poder ser transmitida numa TV comum (3D), desde que provida de alta definição.
E, em princípio, nada impede que a imagem possa ser reproduzida numa tela 21:9.
Prezado Paulo:
Ontem,22 de Maio de 2010 a Rede TV começou a transmitir “empiricamente” no canal 6.2 o programa Amaury Junior em 3D! A tela 16:9 foi dividida em duas,sendo que em cada parte a imagem foi comprimida pela metade.Isto faz prever que com o hardware adequado(oculos+TV3D) possamos ter as duas telas que seriam corrigidas anamórficamente pelos óculos ,telas estas 16:9.Somadas visualmente tais telas nos dariam a ilusão ótica do efeito prometido.
É claro que precisariamos ter a varredura de pelo menos 240Hz mas tal transmissão pioneira “fixa” um pouco as telas 16×9 como padrão…Ou não?
Abraços
Hum, legal!… vou aproveitar este teu comentário e pedir um aumento ao Vicente…
Desculpas aceitas… rsrs Obrigado mais uma vez pela explicação. Seu trablho é de utilidade pública!!!
Celso,
Justiça seja feita, a Globo foi a primeira emissora, que eu saiba, que fez várias pesquisas com imagens de HDTV. Por causa disso, muita gente estranhou quando a emissora sede não transformou todo o centro de gravações de novela em HDTV, mas na verdade todo este ritmo mais lento tem razão de ser nas condições econômicas da rede e da necessidade de fazer tudo isso direito.
Basta você olhar as mini-séries, que você rapidamente nota o uso de câmeras de melhor qualidade que as das concorrentes. E é a Globo quem, neste momento, está desenvolvendo um trabalho experimental com som 5.1, enfrentando todas as dificuldades e idiossincrasias que a escolha do AAC no padrão brasileiro iria trazer, no lado do consumidor!
Sobre a importação, é fácil sim. Você precisa, entretanto, estar munido de um cartão de crédito internacional ou do PayPal (em alguns sites), e se comunicar com eles em inglês.
Se você não quiser enfrentar nada disso, existe ainda uma alternativa que é de escrever um e-mail para o pessoal da CD Point (http://www.cdpoint.com.br/Webforms/CDNHome.aspx), e ver se eles importam o disco para você.
Olá, Everton,
Desculpe pelo atraso na resposta. O site esteve fora do ar e eu também!
Existe um texto mais antigo, sobre formatos de tela, que eu gostaria de submeter a você:
http://webinsider.uol.com.br/2009/04/13/formatos-de-tela-cinema-dvd-e-blu-ray/
O “letterbox” é o processo de formatar uma imagem, de forma que, com a inserção de barras pretas, em cima e em baixo, se possa exibir o fotograma original do filme.
É preciso, no entanto, tomar um certo cuidado, porque o termo “letterbox” vem da era 4:3, e depois que as telas 16:9 se tornaram mais populares, o termo foi praticamente abandonado, a não ser quando acrescentado da especificação da tela. E neste caso, “16:9 letterbox” significa vídeo no formato anamórfico.
Pan & Scan foi um método de varrer a imagem widescreen lateralmente, para permitir que a mesma fosse exibida, ainda que parcialmente, numa tela 4:3.
Se você tem um DVD player e a sua TV é 4:3, esta é a opção correta de instalação. Ao fazer isso, o DVD player intercepta um vídeo gravado em 16:9 e aplica um filtro, que o adapta, com o uso de barras pretas, à tela 4:3.
Na saída de um DVD player a opção “pan & scan” só terá serventia se o disco que está sendo tocado tem este recurso incluído. Eu te confesso que até hoje não vi nenhum!
Oi Paulo,
Há algum tempo comentamos sôbre os monitores de estúdio da Globo que apresentam as imagens 4:3 expandidas para 16:9.
Dia destes enviei um e-mail à atenção do Renato Machado do Bom Dia Brasil relatando e opinando sôbre essa anomalia. Coincidência ou não, parece-me que houve uma melhora nas imagens, pelo menos, já não estão enquadrando os monitores em primeiro plano, maquiando um pouco a situação.
Será impressão minha?
Continuo buscando o blu-ray “A Conquista do Oeste” com dois discos como você possui. Está difícil comprar das revendas convencionais e para importar não conheço os caminhos. É fácil?
Grato e grande abraço.
Boa tarde,
Estou mais uma vez tentando desmestificar o mundo da tecnologia… Seria possível você me explicar a diferença entre o formato Letterbox do Pan & Scan e qual deles é indicado para assistir a um DVD em uma TV de 29″ de tubo? Porque meu aparelho de DVD tem a opção de escolha desses formatos dentro do 4:3 e ainda tem o 16:9. Grato,
Everton Luís
Seguindo a linha de raciocínio do Mauricio, 4º comentário, sou a favor de que, realmente, para quem trabalha com informática como eu, essas telas widescreen não são muito práticas. Hoje continuo com meu bom LG de 17 polegadas LCD, “bonitão”, e com 1280×1024 de altura o que me dá uma visão ótima, enquanto meu notebook widescreen perde muita altura por ser 1280×768. Ótimo para funcionar como player de filmes, mas ruim para, por exemplo, navegar em sites onde 99,99% se utilizam da altura (rolagem vertical) “sobrando” um espaço vazio nas laterais. Agora ao mesmo tempo, acho maravilhoso se essas telas cada vez mais achatadas se tornarem um padrão e acabarmos com o paradigma de sites verticais, por exemplo…. teríamos uma liberdade criativa muito maior trabalhando na horizontal, desde que isso se torne um padrão efetivo… acho legal, no fim, toda essa inovação e novidades na tecnologia, o lado ruim é que para nós, desenvolvedores de sites por exemplo, se torna um pesadelo pois estamos sempre cada vez mais longe de um padrão… tem que ter site para PC comum, para tela widescreen, para celular, para iPhone (“mais que celular”), para iPad, para o caramba a quatro… desafio é o que não falta!!
Oi, Rogério,
Você pode clicar na primeira ilustração do texto, para ver melhor como seria uma imagem 1.85:1 dentro de uma tela desse tipo.
A mídia atual não se presta para a tela da Philips, como não se presta para as lentes anamórficas dos projetores, principalmente por conta das legendas, cuja posição na imagem não é padronizada. O usuário terá que trocar seu leitor de DVD ou Blu-Ray para modelos que permitam reposicionar as legendas corretamente, nos discos onde as mesmas fiquem fora da área de imagem do filme.
As tarjas de cima e de baixo tendem a ser substituídas por tarjas laterais (pillar box), como mostrado na primeira figura.
Neste momento, só a Philips está entrando com isso, e eu não sei de nenhuma previsão de lançamento. Com esta agitação de Copa do Mundo em torno do 3D, eu não ficaria surpreso se a Philips lançasse depois do fim da mesma.
Olá Paulo…
Desta vez vc me surpreendeu.
P a r a b ê n s !
Não tinha lido essa informação em lugar algum.
Que novidade sensacional !
Agora vem alguns questinamentos.
O que acontece com os filmes em DVD´s ou Blu-Ray que temos ?
Neste novo modelo de TV como ficarão o aspecto da imagem com os reprodutores que possuimos ?
Pergunto isso pois atualmente a maioria dos filmes reproduzidos em nossos players, quando exibidos nas TV’s padrão 16:9 ficam com tarjas pretas em cima e em baixo, e neste novo padrão Paulo, como ficará ?
Será que a Philips embarcará sozinha nessa parada ou vc já tem conhecimento de que outras empresas do setor acompanharão ela ?
Hoje eu trocaria minha LCD 16:9 por uma 21:9 sem pestanejar, afinal poderiamos desfrutar do realismo de exibição do “verdadeiro” cinema dentro de nossas casas.
Mas uma informação:
Quando nós daqui da terrinha teremos na prateleira para adquirir ?
Um abração
Eder,
As mudanças de relação de aspecto no formato da academia foram explicadas num texto mais antigo, que talvez lhe interesse ler:
http://webinsider.uol.com.br/2009/04/13/formatos-de-tela-cinema-dvd-e-blu-ray/
Em resumo, o cinema antigo fazia filmes neste formato em 1.33:1, mas com a introdução do som ótico, o fotograma passou a 1.37:1, por causa de uma perda de área na sua lateral. Só que depois ele foi corrigido, de tal forma que o formato 1.33:1 pudesse ser mantido nas salas de cinema.
Oi, Paulo!
Obrigado pela resposta, realmente é isto mesmo.
Uma coisa que eu gostaria de comentar é sobre estes, “novos” formatos de telas Panavision widescreen… Percebo isto aqui onde trabalho, sempre fico me perguntando por que elas são mais altas do que deveriam? Percebe-se claramente que não estão naquele padrão anamorfico, antigo! Tem uma aparencia gritante do formato 1.77:1. Inclusive tem vindo uns trailers em formato scope, mas com barras laterais, as superiores e inferiores são aquelas quase invisiveis, mas as laterais são bem largas, na tela fica parecendo um filme em 1.85:1! Não sei o porque disto?! A propósito, o formato academia, não seria 1.37:1?
Abraços.
Oi, Eder,
Nós estamos, há cerca de uns 20 anos pelo menos, numa carência de recuperação concreta de filmes clássicos ou de filmes comerciais, mas com os quais mantemos uma ligação afetiva da qual a gente nunca se livra.
A mídia doméstica nos trouxe à baila os maiores benefícios da preservação do cinema, principalmente daquele que a gente gostaria de ver de novo projetado numa tela e numa sala convencional.
Em função disso, qualquer tentativa de se aproximar a tela doméstica do cinema propriamente dito, é digna de mérito, e eu torço para dar certo!
Aqui no Rio nós tínhamos uns dois cinemas com uma tela adaptável em relação de aspecto para filmes pré-formato de academia. E era realmente fantástica a experiência de ver de novo filmes mudos na sua tela de origem. Era como se fosse um museu de cinema dentro de um cinema moderno.
Pela Internet, a gente pode ver vários grupos de pessoas, na maioria ex-operadores, comprarem projetores usados, montando salas, com esta finalidade.
Nós, que ainda não chegamos a este estágio e nem temos mais o ambiente cultural que propicie isso (e você sabe como isso é fácil de se conseguir), o jeito é continuar confiando nas mídias de vídeo.
Com elas ganhamos em qualidade de imagem e principalmente de áudio, e assim podemos ter acesso aos trabalhos de restauração em curso no resto do mundo. E, a propósito, aqui no Brasil se restaura também, mas infelizmente, os resultados raramente são postos em formatos de vídeo ao alcance do público, o que é uma pena.
Olá de novo, Maurício,
As opiniões como a sua são muito bem vindas.
No que tange à informática, não sei se a sua vivência foi igual à minha: mais de uma década atrás, nós babávamos olhando monitores CRT de 19″, caríssimos, a ponto da gente achar que nunca ia ter um. No Departamento onde eu trabalhei em Cardiff, um dos grupos de pesquisa comprou um, para projeções gráficas de moléculas e outras aplicações, então tinha uma pequena fila para usá-lo.
O tempo passou, os preços caíram, o dot pitch dessas telas chegou a níveis inacreditáveis. E aí, eu, mesmo duro, tive dois desses. Só a gente usando mesmo, para saber o que é, não é não? Agora, você me pergunta que eu tenho saudade disso. Me pergunta se eu ainda dou bola para aquelas sofisticadas entradas RGB do passado.
A mudança de padrões é traumática ao bolso e alguém sempre paga mais caro por um adotar um padrão novo mais cedo que os demais, os chamados “early adopters”. Quem usou LCD no início, se arrependeu, porque era muito ruim mesmo. Mas, um belo dia, as telas LCD aumentaram de resolução, de tempo de resposta, de contraste, de cor, com espaço ergonômico e gasto de energia infinitamente melhores que o CRT, e eu pulei na hora.
Podia ter dado errado! Mas, hoje a saída de um cartão de vídeo do teu micro vai direto ao display, sem passar por nada analógico, e as telas estão contemplando tamanhos ainda maiores. Da caríssima tela CRT de 19″ a um bom monitor LCD de mais de 20 polegadas, que qualquer um pode comprar, o salto foi enorme.
Mas, eu sei que você sabe tudo isso. Só estou colocando o assunto, por bem de uma situação que, anos atrás, achava-se imponderável ou improvável.
Do meu lado, eu estou cada vez mais convencido de que o futuro das telas, seja lá para que uso for, é de formatos finíssimos, para se cobrir o tamanho que se quiser. E acho que muita coisa de interessante, nesta direção, ainda vem por aí.
Abraço do
Paulo Roberto Elias.
Caro Paulo,
Por esta eu, realmente, não esperava!
Fico aguardando ancioso o resultado dos testes, para ver no que vai dar! Depois de Tv 3D, Widescreem Anamórfico não me espanta… Não é?
Grande abraço.
Olá, pessoas!
Boa tarde!
Estava aguardando qual seria a resposta.
Corrigindo meu comentário.
Primeiramente, não é tão crítico quanto parece. Porém, parece muito crítico. Mas, é só comentário.
Então, parece que quem exagerou fui eu!
Eu não acho ruim a mudança que já é visível há tempos, só deixo o meu comentário, que tem relação com o assunto abordado aqui, que imagino que a indústria pode agradar dois públicos distintos. Pois muitos que usam notebook, por exemplo, buscam primeiramente outras funções que não assistir a algo. E, nos notebooks, a tela 16:10 já obteve ganho visual. Acho que o 16:9 já está perdendo área útil. E, uma das queixas era a tarja preta que se formava. Logo, a queixa se inverterá.
Por fim: eu nunca achei bom monitor CRT, citei me referindo exclusivamente a resolução.
E, ótimo o artigo.
Até mais!
Oi, Celso,
Prazer em tê-lo de volta, eu sei que cinema é contigo mesmo. Não se apresse em concluir que a tela 21:9 não vai dar certo. 21:9 é o que deveria ter sido desde o início, mas o mercado vai ser restrito, porque muita gente que eu conheço não gosta de barras pretas na tela de TV, e por aí se tem uma amostra grátis do gosto do público. No ano passado, eu ouvi dois instaladores da Net me contarem que voltam na casa do cliente, por conta disso, ou seja, o cidadão prefere ver errado, do que ter que aturar as barras na tela. Então, toda esta tecnologia fica mesmo restrita a quem realmente gosta de cinema, e é para este público que a tela 21:9 entra no mercado.
Quanto ao Imax, as especificações do formato fotográfico nativo incluem um fotograma em 1.44:1. Porém, mas transcrições em DVD ou Blu-Ray, os estúdios têm preferido cortar parte da imagem, e transcrever o filme rodado em Imax na relação de 1.77:1, e isto acontece sem qualquer perda da resolução original, até porque ela estaria bem acima da resolução de um DVD ou Blu-Ray.
A edição à venda no Brasil de A Conquista do Oeste parece que só tem um disco, e este é com certeza a versão “plana”. Assim, só mesmo importando a versão americana, que eu acho que vale muito a pena, se você quer saber, por causa da inclusão da versão Smilebox.
Olá Paulo,
Estou sempre à postos aqui lendo sua coluna. Mais um artigo sobre formato de telas, agora esse 21.9. Entendo desnecessária essa novidade da philips. O 2.35:1 é bem visto na minha TV da mesma marca, ainda de tubo, a DWIDE DIGITAL CINEMA. Na opção zoom legenda fica bem confortável assistir aos filmes naquela bitola. Talvez exista uma pequena distorção na altura, com um “esticamento”, mas, observável apenas para “olhos clínicos”.
Ainda não encontrei à venda “A Conquista do Oeste” com o disco nos dois formatos.
Falando em formato, tenho frequentado com certa assiduidade a sala IMAX de São Paulo e não cheguei à conclusão da dimensão do fotograma, aliás, hoje já é digital. Dá a impressão que fica entre o 1.33:1 e o 2.35:1. Será isso mesmo?
Um abraço.
Olá, Maurício,
As telas 4:3 foram projetadas para o formato de academia, conforme mostrei na tabela do texto. Este formato acabou décadas antes dos filmes em vídeo no formato letterbox chegarem ao mercado consumidor. Nada mais natural do que a mudança de tela para 16:9, o que possibilitou inclusive a evolução do vídeo letterbox para anamórfico, que é muitíssimo melhor.
Então, eu pessoalmente não vejo regressão nisso, se você me permite a minha opinião ao inverso da sua.
Eu acho que eu entendo esta tua queixa na área de informática, mas eu imagino que você esteja percebendo que existe um consenso na indústria atualmente (bom ou ruim, dependendo do ponto de vista de cada um) de mesclar mídias em equipamentos diferentes, tipo celular, TV, notebooks, etc. Existe, a meu ver, um certo exagero nisso, mas é uma tendência consensual, provavelmente na busca de novos segmentos de consumidores, mas ela também pode ser evitada. Eu, por exemplo, posso comprar um celular só para ligar para alguém, sem precisar de câmera, Internet, etc., percebe?
Quanto ao monitor, eu peço licença a você para discordar, e vou mais além. Graças a Deus, já se vão longe os dias em que a gente estragava a vista e a saúde, de cara num monitor de tubo o dia todo. O banimento daquele trambolho foi uma dos maiores benefícios que se fez a quem precisa usar o computador para trabalhar. A única coisa que a gente conseguiu com monitores CRT melhores foi ocupar espaço na mesa de trabalho e poluição ambiental, mais nada!
As telas widescreen permitem uma área útil de trabalho que a gente não tinha até então. Eu, sinceramente, não troco a minha por nenhuma. Mas, isto é apenas a minha opinião!
Olá! Boa Tarde!
Como profissional de TI e de comunicação social – e eterno estudante das duas áreas – eu não entendo por que a indústria não consegue agradar dois públicos semelhantes?
Se fosse décadas atrás, tudo bem, mas realmente a indústria cinematográfica precisa influenciar tanto assim?
Já posso considerar que o padrão 4:3 nenhuma empresa provavelmente manterá (eu prefiriria que este nunca saísse, mas, impossível). Então passamos para o que chamam 16:10.
Resumindo rapidamente, estou sonhando em substituir meu pc velho por um notebook, mas como que eu posso comprar um equipamento novo, vários anos depois, que tem uma resolução menor do que um antigo!? Estamos regredindo. Um notebook com tela de 15 polegadas com resolução de 1366 x 768 pixels!? Não quero um notebook só para assistir algo! É um computador! Quero executar centenas de tarefas. Tenho que ficar rolando a página mil vezes!? Imagine este site nesta resolução.
Por exemplo, meu monitor CRT 19″ trabalha com 1600 x 1200 pixels. É ótimo. Tudo bem que não vai mais existir, mas é exagerado o !
Se eu fosse substituí-lo por um LCD de 22″, este teria de ter a resolução de 1920 x 1200. Ou seja, tenho de aumentar 3 polegadas – polegadas! – para não ganhar nada em resolução vertical.
Até mais.
Paulo
Como sempre, respondidas minhas dúvidas.
Muito obrigado!
Um abraço
Oi, Gustavo,
Infelizmente, sim, mas eu vou levar em consideração sua sugestão, e escrevo algo assim que possível. No momento eu estou com alguns projetos que têm exigido a minha atenção.
Neste ínterim, eu posso te adiantar o seguinte:
A SMS (e não é propaganda não!) tem modelos de até 2 kVA (https://www.dhsms.com.br/produtos/audio-e-video-sms/condicionador-sequenciador-cs2000-e-cs2000r), muito bem construídos, e a preços abordáveis, enquanto que a concorrência, sem querer desmerecê-los, colocam peças semelhantes, pelo dobro ou o triplo do preço do valor do SMS. Eu uso um modelo antigo deles, fica ligado permanentemente, e apesar das loucuras da Light, nunca me deu dor de cabeça.
Aliás, eu não gosto de ficar citando marcas, porque eu não quero que o leitor pense que estou fazendo propaganda escondido. Eu, quando indico, é porque eu uso ou usei, ou conheço alguém que usa e nunca se queixou. Se você tiver dúvidas, dê uma ligada para eles ou mande um e-mail pelo site.
Quanto ao aterramento, existem mil e uma regras, mas as que valem são aquelas nas quais você pega um multímetro e mede no máximo 3 volts com as pontas de prova entre o neutro e o terra. É possível fazer terra com encanamentos domésticos, dependendo da maneira como eles estão contidos na estrutura do prédio. O ideal é a tradicional barra de cobre enterrada no chão, isto é, ligada à terra literalmente, e isso qualquer bom eletricista te faz, desde que você more em local adequado.
Se você não tem terra, então não use nada que dependa radicalmente de terra, como esses estabilizadores de computador, que a turma usa para qualquer coisa. É preferível não ter terra, do que ter um terra mambembe. Este foi um conselho de um eletricista, de um amigo que conhece eletrônica, e de um engenheiro de uma empresa de equipamentos científicos, que fazia manutenção lá na UFRJ.
Estimado Paulo
Seria muito abuso pedir para Você um artigo sobre Condicionadores de energia é aterramento adequados ?????
Obrigado, um abraço