Vendo publicidade mas não sei quem é o cliente

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Miopia em marketing é o termo que se usa para dizer que a “visão” de uma empresa a respeito do seu mercado está meio “fora de foco”.

Em outras palavras, sua interpretação sobre clientes e concorrência é equivocada o suficiente para atrapalhar o seu desempenho nos negócios e, em alguns casos, até levá-las à falência. Exemplo clássico é o das enciclopédias, que subestimaram (ou ignoraram) o fato de que os computadores poderiam afetar suas vendas.

Hoje, conversando com um responsável por um site, me vi diante de um paradoxo que, infelizmente, é mais do que comum: exatamente alguém que vive de vender publicidade online sofre de um caso agudo dessa miopia, além de ser totalmente descrente do poder viral da internet.

Ora, como alguém com esse pensamento poderia convencer seus clientes de que anunciar em seu site trará retornos?

O usuário e o cliente

Os pontos que motivaram esse post foram três. O primeiro foi um erro até bastante comum, especialmente nesse tipo de negócio: a confusão entre “usuário” e “cliente”.

Usuários seriam todos os leitores; já clientes são aqueles que, de alguma forma, rendem dinheiro ao site. No caso, principalmente anunciantes.

Os usuários, ou seja, pessoas que lêem o conteúdo, na verdade são o “produto” à venda: eles dão ao portal sua atenção em troca das informações, visualizando páginas. O portal, por sua vez, vende essa atenção (produto) dos usuários aos anunciantes que acreditam terem ali a conexão com seu público-alvo.

O concorrente

O segundo motivo é a razão-clichê da miopia em marketing: a confusão sobre quem é a concorrência. As empresas insistem em determiná-la pelo produto. No caso desse site, ele simplesmente descartou outro como concorrência por ter uma linha editorial diferente. Ok, pode até ser que ele não concorra, mas deduziu isso dos dados errados.

Olhe três parágrafos acima: cliente é aquele que gasta dinheiro com você, certo? E o que sua empresa quer é, em última análise, o dinheiro, certo? Então, seguindo essa lógica, concorrente é aquele com quem o cliente gasta o dinheiro que gastaria com você. Não parece óbvio?

Então, concluímos que: não importa se o seu site fala de física quântica enquanto o do outro, sobre criação de galinhas. Se seus clientes em potencial deixam de anunciar com você para comprar publicidade com ele significa que ele é seu concorrente sim!

O Twitter

Por último, a terceira razão foi a total descrença em relação ao Twitter. Ok, ainda é um tema de desconfiança. Como já foi a internet. Mas não se pode negar que tem um número bastante considerável de usuários, e pode ser um aliado do marketing viral – aquele em que as pessoas vão divulgando o conteúdo aos amigos.

“Não consigo clientes pelo Twitter, e quando consigo algum cadastro são pessoas estranhas”. Bem, não posso dizer nada a respeito das pessoas estranhas, até porque não entendi o que quis dizer. Quanto aos clientes, obviamente que não! Lembra da definição de clientes? Aqueles que gastam dinheiro com você?

Ok, acho pouco provável que alguém veja ali um site e simplesmente decida fazer um anúncio. Por outro lado, caso a marca fosse vista muitas vezes por um grande número de pessoas, essa percepção do potencial cliente poderia mudar.

Então, antes de dizer que o Twitter não serve para nada, faça a si mesmo as perguntas:

  • Qual o meu objetivo com o Twitter? Divulgar meu site? Reforçar a marca? Atrair seguidores? Aumentar meu banco de dados?
  • O que eu faço para atingir esse objetivo? Estou usando o microblog da melhor maneira?
  • Meus tweets são relevantes para o meu público-alvo? Eles dariam um retweet desse texto? Estou enviando poucas mensagens ou, ao contrário, estou sendo repetitivo?
  • Como melhorar a estratégia?

Ok, se fosse tão fácil não haveria tanta desconfiança em relação a essa rede. Mas, você compraria anúncio de alguém que acredita tão pouco no retorno deles? [Webinsider]

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Avatar de Erika Ferreira

Erika Ferreira (erikaalvesferreira@gmail.com) é profissional de marketing e comunicação e mantém o blog Piores Práticas, o Twitter @erikaferreira e o LinkedIn erikaferreira.

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7 respostas

  1. Érika, perfeito seu raciocínio e a definição de “cliente”.

    O blog, ou twitter, mercadologicamente é uma excelente ferramenta de branding, posicionamento de marca. Não é uma vitrine de produtos ou serviços. E se a postagem atrai inrternautas, da audiência, o anunciante ligado ao seu segmento joga suas fichas, investe em banners.

    Segmentação, a palavra-chave. Crie um blog sobre como alimentar focas, e terá anunciante interessado em vender para esquimós. Mas blogs genéricos, sem um publico-alvo definido, são apenas mais uma informação, e não aquela informação para aquelas pessoas.

    Um abraço,
    Cefas Alves Meira.

  2. Obrigada, Jacks

    Na verdade, o Twitter pode ser usado também para o B2B. Mas isso desde que se crie objetivos possíveis e, é claro, que os clientes utilizem o twitter. As empresas que vendem para o consumidor só foram mais rápidas em criar esses mecanismos, estão mais visíveis.
    Obrigada também pela sugestão do artigo.

  3. Parabéns pelo artigo! A miopia é algo assustador que sempre nos assombra e espreita. Se não ficarmos atentos, caímos nela. rs
    Sobre o twitter, acredito que as pessoas ainda o veem de um jeito errado. Seguem zilhões de pessoas e não acompanhando o que seguem. Querem apenas seguir e serem seguidos. E, claro, postarem. Uma enxurrada de posts…
    Pra empresas que vendem direto ao consumidor, acho mais fácil aproveitar o twitter. Pra quem trabalha com B2B ainda não é algo tão fácil assim.
    O você nos diz sobre isso? E que tal um artigo especificamente sobre o twitter?
    Grande abraço e parabéns mais uma vez pelo artigo!

  4. Eu acho que o formato “microblog” veio para ficar, os grandes portais (Google Buzz, MEME, Facebook…)possui algo similar. E todos se comunicam entre si, muitos protocolos formam criados para isso. Com projeto Status.net qualquer um pode criar seu microblog, como ocorre com os blogs e o WordPress.

    Um exemplo – acho esquisito uma empresa de comunicação como uma emissora de tv criar um canal de interatividade pelo Twitter e não pelo próprio site.
    Ela poderia criar seu próprio microblog, e fazer ele se comunicar com as outras redes. O trabalho para administrar é o mesmo.

    abs

    Fabio

  5. Olá, Fabio

    Obrigada pelo comentário. Bem, o futuro dos microblogs ainda é uma dúvida para todos. Mas cada vez mais as pessoas descobrem “funções” para ele, de modo de divulgar assuntos até uma espécie de “anti-spam”, já que pode receber ali só o que interessa. No caso das empresas, também pode servir para “pesquisar” o que os clientes falam ou criar uma comunicação direta.
    Quanto a criar o próprio Twitter, talvez ainda não vejam a necessidade disso, ou não tenham inventado um modo de usar que justifique o investimento. Se tiver alguma ideia, ofereça!

  6. Olá Erika,

    Qual sua opinião sobre o futuro dos microblogs, não especificamente o Twitter, mas o modelo utilizado?

    Porque grandes empresas não criam seu prórprio “Twitter”? com os protocolos existentes todos os microblogs comunicam-se entre si.

    abs

    Fabio

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