A Copa de 2010 trouxe alguns movimentos interessantes para a comunicação, por exemplo: o efeito do Twitter, da mobilização social, o acesso ao stream e outros.
Entre todos estes, um que tenho observado com atenção é o “jogo” de gerações entre a equipe da Globo de transmissão. Se não notaram, a emissora está bem mais “interativa” nesta Copa.
Não é uma interação forçada, disfarçada ou regrada como notamos em outros episódios. A começar pelo stream de qualidade na íntegra, também nota-se uma abertura maior para o diálogo e uma descontração jovem e amiga linkando redes sociais e mídias de massa.
Uma das tarefas mais difíceis das empresas que querem ser “sociais”, “digitais” ou “interativas” não é a de criar canais. Cadastrar, montar ou produzir conteúdo é algo simples. Agora, ser realmente relevante, interessante ou cool e chamar para o diálogo é o que realmente gera o movimento na rede e se brincar nem 5% fazem.
E não é por nada não, mas a Globo está chegando bem perto com esta equipe da Copa. Não sei o que houve, mas nota-se a presença forte de personagens que são realmente nativos digitais trabalhando em conjunto com os migrantes digitais que estamos acostumados.
O Tadeu Schmidt já fazia um excelente trabalho no Fantástico tentando levantar um programa que tinha um modelo antigo e contando com um dos quadros mais comentados, começou a investir em duas linhas: uma é a diversão / descontração e a outra é a participação do telespectador.
Ele consegue passar daquela narração de gols dura e mecânica para uma cheia de opiniões pessoais, entonação humorada e uso de palavras mais comuns no dia-a-dia, que acabam chamando quem assiste para se identificar e interagir com a informação.
Uma prova viva daquela velha história que ninguém gosta de se relacionar com robô. Frase que vale para muitas empresas ditas sociais que criam Twitter para ficar noticiando que fizeram isto ou aquilo, não seguem ninguém e quando alguém faz uma reclamação fingem que não escutaram… #fail.
Voltando para a Globo, outro personagem que está dando #show é o Tiago Leifert. O jogo de comentários entre o Galvão Bueno e ele durante as transmissões da Copa tem gerado uma nova dinâmica no que estávamos acostumados. Ali, você percebe claramente o choque de gerações funcionando para deixar algo mais criativo.
O caso do “Cala Boca” que eles deram uma bela resposta, chegando a mostrar o vídeo e fazer graça deles mesmos, é um ótimo exemplo. Eles estão oferecendo mais opinião, mais graça e mais personificação da mensagem para um novo tipo de telespectador.
Para as empresas, ser mais pessoal e mais divertido na internet não irá diminuir vendas, pelo contrário irá mostrar que existe uma pessoa ali por detrás. Pense nisto.
Pra fechar, outro ponto chave é que os personagens são importantes, mas a equipe tem que estar disposta a ouvir e repensar seus modelos.
Hoje no final do jogo, um dos jornalistas, em link , falou para o Tiago – “Olha aqui, como você sempre fala, tem torcedor filmando a nossa equipe, isto é interatividade” (mais ou menos isto).
Há realmente alguém na equipe colocando novas ideias e para que elas realmente aconteçam todos precisam estar animados com a mudança. [Webinsider]
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Raphael Lacerda
Raphael Lacerda (raphael@mercadobinario.com.br) é sócio na empresa Mercado Binário, agência de automação e leads de venda
Uma resposta
Olá, Raphael
Muito bom observar isso. Para complementar (e fugindo um pouco do assunto Copa), ontem li uma coisa interessante em uma revista de cabeleireiro (é sério). Dizia que a novela das oito da Globo ainda não tinha “engrenado”, mas o site sim. E atribuía ao sucesso a capítulos inéditos divulgados e cenas comentadas por atores.
Bem, não sei números. Mas parece que a emissora está realmente descobrindo como explorar a interatividade.
Um abraço