Mimar blogueiros é suficiente para sua marca?

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Uma pergunta polêmica que já se tornou alvo de discussões em vários blogs na semana passada surgiu no Focas em AI e no Um passinho à frente. Tomo a liberdade de usar, de forma identificada, algumas de suas palavras para compor este post.

Pois bem, os blogs, em sua origem, eram os chamados diários virtuais. Muitos diziam que o formato não iria vingar, que seria um modismo (assim como falam do Twitter). Muitos outros aprenderam sobre comunicação, interatividade e até mesmo um pouco de linguagem HTML – o que já era uma façanha (citação por experiência desta que vos fala).

O interesse das empresas pelos blogs iniciou a partir da perspectiva de usá-los como uma forma de relacionamento com os clientes, pelos comentários, e, por que não?, divulgação “gratuita”. Sem entrar muito em fatos históricos, foi por esta perspectiva que iniciou o tão falado relacionamento com blogueiros.

Mas, por que hoje em dia existe uma certa vulgarização desta técnica?

Por que o termo vulgarização? Porque relacionamento não é você presentear uma vez um blogueiro, esperar que ele vá postar algo positivo e isso vai se transformar em um buzz rapidamente e salvar sua campanha. Não, em minha opinião, isso não é relacionamento.

Relacionamento, neste caso, é quando você mostra que conhece sobre os gostos da outra pessoa, conversa com ela sobre assuntos que sejam interessantes para ela, e a publicação no blog vai ser uma consequência disso. E principalmente vai existir uma continuidade, não deixar morrer no post o contato.

“Amizade pode até conquistar um ou outro post, tweet ou coisa do tipo, um ou outro, mas nunca vai conseguir sustentar sua agência. Nunca vai fazer uma ação ser um sucesso.” São palavras do Eden Wiedemann, com as quais concordo.

Sim, cada vez mais as pessoas confiam nas palavras de quem escreve e isso pode ser um chamariz na hora de decidir qual produto comprar. O problema é que até mesmo os blogueiros que estão surgindo hoje em dia têm essa visão, essa meta: “vou escrever, mostrar o que uso para ganhar presentes.”

Moda e beleza, por exemplo, é uma das categorias que mais ganha com isso. Já vi muita gente falando: “vou fazer para ganhar um kit de esmalte ou um sapato novo”. Qual era o objetivo inicial do relacionamento com blogs mesmo? Ah sim, o relacionamento.

“Assessorias de imprensa buscam o relacionamento com blogueiros como forma de ampliar a presença da marca, do produto ou da empresa nas mídias sociais.

Assim, a repercussão poderá estimular o comportamento de consumo para além do ambiente virtual e levar à compra do produto ou adesão à marca. Porém, do mesmo jeito pode prejudicar a imagem de uma organização com muito mais rapidez” – do Heitor Botan.

Bingo! Podem ajudar ou prejudicar, é um risco. Se o blogueiro já tem essa visão de escrever para ganhar, será que não perdemos um pouco daquela essência de liberdade de opinião que objetivava os blogs? Será que a menina realmente vai dizer que o esmalte não durou nem uma semana na unha e correr o risco de não ganhar mais nenhum outro? Tenho grandes dúvidas sobre isso.

Mas o que fazer então?

Bom, isso varia muito de marca para marca, como dito, tem que ser analisado o que é interessante para o seu público e como atingi-lo. Se ele entra nesse quesito “gosto de presentes” você tem duas opções: jogue o jogo dele ou seja criativo.

Para finalizar, e puxando um pouco da memória, lembrei dos cases da Nokia Camp e da Nissan realizados ano passado. O primeiro tratava-se de um grande encontro com blogueiros e artistas interessados em tecnologia e visando, claro, mostrar os aparelhos da fabricante.

O segundo era uma ideia bem ousada: alugaram um blogueiro para utilizar o novo automóvel da companhia, que prosseguiu postando suas perspectivas sobre os trajetos. Apesar de algumas críticas, considero os dois casos bem ousados e, por que não?, incomuns! São referências para que possamos ao menos refletir sobre o que pode ser feito, sem medo. [Webinsider]

Escrito originalmente para o blog Mídia Boom.

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Fernanda Fabian (@fernandaf) é analista de mídias sociais, relações públicas, pesquisadora, curiosa, tecnológica, redatora, insistente, blogueira.

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5 respostas

  1. Olá,

    Sou uma blogueira pertencente à categoria das “blogueiras de beleza e moda” e é fato que vivenciamos essa realidade de posts em troca de presentes, mas O LEITOR NÃO É PASSIVO, e muito menos burro, não aceita qualquer coisa que lhes é empurrado então acho importante o posicionamento da empresa, com quem, ou melhor com que tipo de blogueira a empresa vai se associar!

    Já escrevi em meu blog um post sobre o que é parceria há alguns dias atrás… sobre relacionamento e não uma simples troca de agradinho x post.

    O envio de produtos nos é necessário, já que nossos leitores são ávidos por ver as aplicações reais dos produtos lançados e uma foto de divulgação não basta, mas por sorte (e/ou competência) tenho me associado constantemente a empresas que tem consciência da importância do relacionamento e assim tenho sido brindada com novas amizades, gente com interesses em comum e parceiros profissionais.

    Ser comprada por um presentinho, não! Indicar produtos que eu gostei, que conheci porque me foram enviados ou não e que sei que interessarão minhas tão caras leitoras, SEMPRE!

    Abração
    Beta Mysko!

  2. Muito bem apontado. Tenho dois blogs, e já recebi diversos presentinhos. O último foi um par de sapatos que veio um número maior do que eu uso. Mandei e-mail para ver se eles iriam trocar e não obtive nenhuma resposta. Postei no meu blog, embora não fosse uma exigência. Mas aí eu vejo que o erro foi da agência de comunicação, e não da marca. No mais, eu já gostava da marca mesmo e iria continuar comprando os produtos dela de qualquer forma, principalmente pelo fato de ser um produto barato, porém de qualidade. Resumindo: dane-se o fato de eu ter ou não ganhado o presente, eu já gostava da marca mesmo.

  3. Parabéns pelo artigo.

    Essa é uma das razões pelas quais quando abri meu blog, decidi só escrever sobre o que realmente acredito e divulgar apenas quem tenho uma história bacana e diferente para contar.

    Por isso, decidi buscar fontes nos relacionamentos que construí e mantenho nesses meus mais de 20 anos de profissão. Não são contatos, são amigos e amigas, com quem saio para papear, visitam minha casa, conhecem minha história profissional e de vida. Acho que isso é relacionamento!

    Mais uma vez, parabéns Fernanda

  4. Post polêmico, não? Todos discutem isso em rodas de bar e tal, mas tenho visto pouca gente expor tal assunto em um veículo de bastante acesso, com o webinsider.

    Eu sou blogueiro (fundador do Diário de Solteiro) e me acho apto a falar sobre isso.

    Frequentemente entram ações no blog, de várias empresas, algumas vem com ideias legais pra se trabalhar, outras vem com o famoso, manjado e ineficiente post pago padrão. Eu sempre tento escrever algo a mais, contar uma história que seja afim do produto ou serviço anunciado, pra depois então envolver a marca, semelhantes com que fizemos com Dell e Johnnie Walker semana passada.

    Se você usa um blog simplesmente pra pagar ou presentar o blogueiro e pedir um post dele falando sobre seu produto ou serviço, de forma mecânica a coisa não vai funcionar direito. Como tudo nessa vida, as estratégias estão sempre em evolução e pra mim não só as empresas precisam estar mais atentas a isso, quanto os blogueiros.

    Não aceitem qualquer post pago, simplesmente pra ganhar dinheiro. Façam parcerias com empresas que tenham produtos/serviços relacionados ao seu blog. E, mesmo assim, quando pegar um post pago, fuja do padrão uso/feedback. Vá além! Assim nem você se prejudica com seus leitores, nem a marca com os consumidores e no fim todos saem ganhando.

    Enfim, esse assunto rende muita prosa e não vou escrever um texto aqui nos comentários. 🙂

    Parabéns pelo post, Fernanda!

    Abraço,
    Felipe Gomes.

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