A internet não é uma mídia, é uma plataforma

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Não estamos numa época de mudanças, mas em uma mudança de época.
Chris Anderson, coleção de frases.

Lendo a entrevista de Wolton, que comentei aqui, me caiu a ficha.

Ele comete um tomatismo (comparar coisas não comparáveis): plataforma e mídia e isso me ajudou bastante a definir melhor estes dois conceitos.

Uma plataforma cognitiva é algo maior, amplo, na qual há um código distinto de troca de informações na sociedade. Uma plataforma permite ter um conjunto de mídias em torno delas, mas as mídias só rodam sobre uma dada plataforma.

Estamos vivendo uma mudança de plataformas e não apenas de mídias! Passamos da plataforma escrita e oral (incluindo rádio e tevê) para a digital. Por isso temos tantas mudanças ao mesmo tempo.

Uma mídia é uma variante que atua em cima da plataforma, que é uma alteração mais profunda, nos códigos-fontes, na base da sociedade, no átomo pelo qual a informação circula, por isso tão poderosa é a mudança.

Uma plataforma é assim um conjunto de códigos (sons, letras, dígitos) que estabelece uma parâmetro de comunicação e informação, construída de forma coletiva, a partir do esforço de toda a sociedade.

As mídias “rodam” em cima dessa plataforma, com os novos potenciais que oferecem.

Assim, não podemos comparar a Internet com o rádio e a tevê, pois a Internet é o lado tangível da nova plataforma digital.

A expressão mais clara, que tem como características o código básico digital (0-1), diferentes das letras da plataforma passada ou dos sons da plataforma oral ainda anterior.

midia_digitalA plataforma cognitiva digital roda sobre um suporte e mineral (silício) diferente do passado que era (vegetal) papel ou nas ondas do ar (voz, rádio e tevê).

Essa mudança é gigantesca, revolucionária, rara e potencialmente transformadora.

Assim, confundir mídia com plataforma, talvez seja um dos principais equívocos que estamos cometendo ao analisar a Internet e suas consequências.

E isso nos leva a essa dificuldade de compreender o fenômeno.

Vide tabela abaixo:

plataformaxmidia2

Sob esse ponto de vista, vemos que as mídias digitais, que rodam na nova plataforma, têm como característica algo que é inerente à nova plataforma e não tinha na anterior:

  • Alteração rápida, constante e barata das mensagens;
  • A possibilidade de alteração do conteúdo a distância, inclusive por quem o acessa;
  • O acesso ao mesmo conteúdo por várias pessoas ao mesmo tempo;
  • A produção coletiva barata, on-line e on-time;
  • O muito-para-muitos a distância;
  • Os rastros deixados e passíveis de acompanhamento da relação usuário-mensagem.

Nessa nova plataforma cognitiva digital, na qual as novas mídias rodam, temos aplicações, vertentes de uso. Exemplos: blogs, Facebook, chats, Twitters etc.

Assim teríamos:

plataformas cognitivas

Exemplificando:

plataformas_cognitivas_21

Então é isso. O que dizes? [Webinsider]

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Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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6 respostas

  1. Definições sobre estes termos são importantes quando são precisas porque muitos profissionais de outras áreas 9como eu) precisam compreender detalhadamente a natureza das novas atividades e o conceito das ferramentas/soluções e funcionalidades disponíveis nesse mundo. Só assim podemos entender as consequências jurídicas que podem nascer a partir desses novos elementos. Obrigada!

  2. Carlos, gostei muito do seu blog porque ainda tinha muita dificuldade em conceituar plataforma digital e tantas outras novas nomenclaturas na área de estudos de mídia digitais. Grata pela explicação e se puder indicar um glossário atual de mídia, meus alunos e eu ficaremos imensamente gratos. Desejos de sucesso com seu blog. Neusa Pressler no momento em estágio de pós-doutorado no Hans Bredow Institut na Universidade de Hamburg – RFA.

  3. Por favor srs., atualizem o ítem SOBRE O AUTOR,
    retirando o link do diretor da “pontonet . com” que é um local descontinuado e que ainda pior, solicita ao visitante que siga um link inexistente no site wordpress . com.
    grato

  4. Acho que o que muda agora é que uma nova mídia tem características mais abrangentes e flexíveis (como aconteceu com todas elas, de certa forma, em sucessivas ‘aparições’), porque sua base é mais elementar (0 e 1) e assim admite maior variedade de formas para lidar com linguagens diversas criadas a partir desta base. Esta sua diferença fundamental pode requerer a criação/aplicação de novo conceito, pois é justamente fundamental, essencial e incorpora uma maior variedade do que antes chamou-se mídia (quer dizer, como tem acontecido, a mais recente incorpora as anteriores ou algo delas; é cumulativa). Então, ok, pode ser ‘plataforma’. Até sabe-se lá quando.

    Mas também é importante entender que um formato assim mais elementar, para assumir a feição de linguagens novas e tão variadas (programação é isto, em seus diversos formatos), exigiu e ainda exige uma crescente (outra forma de ‘flexibilidade’) capacidade de processamento da informação veiculada nesta base mais elementar (0 e 1).
    Com átomos, cria-se órgãos, com órgãos, cria-se sistemas funcionais e com estes cria-se corpos ou seres. Hardware.
    Precisamos mesmo rever os conceitos, pois esta é uma sobredeterminação ainda maior da segunda natureza. Uma terceira? Disso depende certo grau de autonomia, e ‘descontrole’, que resulta destas novas interações em rede.

    Aviso. Com o marketing, que a tantos tem pautado, mantém-se o controle. E toda potencialidade da tal plataforma vai para o espaço, pejorativamente falando. O reles espaço comercial onde é preciso haver controle de opinião: moda (up-to-dates).

    Mas muitos dirão, “eu tenho que sobreviver”.
    Outro aviso. Certas formas de vida perecem quando mudam os paradigmas e os ambientes em que estes se dão.
    Morrem os comerciantes ou os consumidores? A rede, pelo excesso de comunicação (de uma ou de duas vias?), pode gerar a congestão.
    Nossos sistemas viários automotivos são a lição histórica mais evidente.
    A troca é fundamental, mas o marketing não.
    Quem viver é que verá.

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