Pode-se dizer que Founders at Work, de Jessica Livingston, marcou época. Reunindo empreendedores de internet, Livingston conseguiu extrair, de muitos deles, a “essência” das startups dos últimos anos.
Conversando com fundadores desde o Yahoo até o Twitter, passando pelo Hotmail e pelo PayPal, Livingston, de alguma forma, registrou aquele momento de incrível solidão, entre o início de um empreendimento (que pode dar errado) e sua realização, às vezes sua consagração.
Coders at Work, de Peter Seibel, parecia igualmente auspicioso. Afinal, para cada site de internet, deve existir um programador, um webmaster, que, muitas vezes, coincide com seu fundador. Ou não?
Talvez Coders at Work não funcione da mesma forma que seu predecessor porque a maioria dos programadores no livro são, basicamente, executores. Visionários são os empreendedores. Claro que o criador da Javascript, o participante dos primórdios da Netscape e o autor de The Art of Computer Programming têm coisas interessantes a dizer. E um código – como o de Marc Andreessen, que começou no Mosaic, passou pelo Navigator e acabou no Explorer, no Firefox – pode mudar o mundo, mas o problema é que a maioria dos programadores exala certa frustração, por ter estado lá – tão perto –, mas por não ter, de repente, protagonizado a ação.
Sem contar as montanhas de dinheiro, se avolumando, além do seu alcance. Reza a lenda que, na IPO da Apple, Steve Wozniak, sensibilizado, distribuiu suas ações entre os engenheiros da empresa. Enquanto Steve Jobs, anos depois, readquiriu o controle da Pixar de seus funcionários, depois de financiá-la inutilmente durante anos.
Programação tem idade limite? E sucesso? Peter Seibel pergunta, ao observar, mui discretamente, que muitos grandes programadores terminaram como empregados obscuros do Google, da Apple, da Microsoft… Founders at Work dá vontade de empreender. Já Coders at Work, nem tanto.
Mais sobre o livro Coders at Work (em inglês) na Amazon. [Webinsider]
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3 respostas
Geralmente empreendimentos de programadores são para programadores;
E curiosamente, grandes projetos de programadores são GPL. Ex: Linux, PHP, mySQL, etc.
Não há relação alguma entre uma profissão e a capacidade empreendedora.
O que acontece é que um empreendedor, além de ter ou adquirir esses talentos, costuma empreender naquilo que tem algum conhecimento técnico ou experiência em gestão adquirida em empresas que trabalhou.
Acho legal esse tipo de artigo, pois deve mostrar que se algum programador ou outro técnico quer empreender, deve buscar conhecimento em empreendedorismo.
Flávio Raimundo
Diga uma coisa, este livro está me parecendo uma “cópia”do Startup, qual a diferença entre eles?