Quando ouvi pela primeira vez, a palavra blog veio acompanhada de uma descrição sobre o que seria uma espécie de diário, onde as pessoas colocavam informações, comentários e seus interesses. Achei uma estupidez. Fiquei pensando: – Por que alguém colocaria sua intimidade na internet? E pior, por que alguém leria isso? Com que intenção?
Com o tempo, os blogs deixaram de ser confissões de adolescentes e ganharam conteúdos mais interessantes; no início sobre jogos e informática, depois os blogs de tecnologia e a cada dia foram surgindo novos temas, blogueiros e especialistas. A audiência cresceu e a credibilidade também.
Daí entraram no jogo os jornalistas, criando uma imprensa livre e dinâmica que logo conquistou o gosto de um público muito fiel e crítico. Nessa época também surgiram os blogs ensinando a criar um blog de sucesso… vejam só… é a internet se retroalimentando!
Hoje as empresas têm blogs e contratam redatores profissionais para administrá-los – então ser blogueiro virou profissão. Bem respeitada, diga-se de passagem! Um blogueiro reconhecido no seu meio normalmente é convidado para dar entrevistas, palestras e cursos.
Muitos desses blogs conseguiram ir além… tornaram-se a principal fonte de renda de milhares de pessoas e famílias inteiras mobilizam-se em torno de alguns blogs, exatamente como a maioria das empresas brasileiras, que surgem dentro da família, geralmente fundadas pelo pai ou pela mãe e logo envolvem toda a família, tornando-se o “negócio” da família.
Uns têm a pizzaria da família, outros a confecção ou a lojinha da família e agora temos o blog da família, não para falar sobre os laços familiares, mas como fonte de trabalho e renda para todos.
E sabe de uma coisa? Essas empresas “virtuais” cometem os mesmos erros das empresas “reais”.
Tenho um cliente que só registrou sua marca depois de mais de 20 anos no mercado e quando já era o maior de seu segmento. Passou todo esse tempo correndo riscos, sem ter a menor ideia do problema que poderia enfrentar, só por ter deixado de lado esse “detalhe” de proteger a marca.
Os tempos são outros e hoje temos mais agilidade e velocidade em tudo. Um bom blog não fica tanto tempo sem ter concorrentes ou mesmo sem ser plagiado e copiado. Imagine então o risco de ser pirateado? De perder a marca!
A atividade que os blogs realizam é uma das poucas que permite o registro sem ter uma empresa. Isso facilita muito para o blogueiro, mas facilita também para quem quer “tomar” sua marca, por isso é importante registrá-la.
Mas quando vale a pena registrar a marca de um blog?
Bom, a necessidade ou não do registro está diretamente ligada à resposta dessas duas perguntas:
- Você tem um domínio próprio?
- Você ganha dinheiro com seu blog?
Se a resposta for SIM para as duas perguntas, então você precisa registrar sua marca.
Eu tenho vários clientes que têm blog, ou melhor, que são blogs, assim como tenho indústrias de confecção, cosméticos, lojas, empresas de serviços de segurança, etc…
E por que registrar a marca?
Para manter o domínio – Atualmente, caso haja uma disputa por um domínio “.com.br” ou envolvendo este TLD (“.com.br” X “.com” por exemplo) aquele que tiver o registro da marca no INPI leva grande vantagem e, dependendo da situação, o registro de domínio pode até ser cancelado.
Para evitar fakes (piratas). A melhor prevenção para um blog é registrar as principais variações do seu domínio principal. Registrar tudo é impossível e caro, mas ter, se possível, os “.com.br” e “.com” da mesma marca é altamente recomendável.
Para defender sua marca. Além dos clones “virtuais”, a marca, fisicamente, no mundo “real”, também corre riscos e só com o registro no INPI o titular poderá defendê-la.
Para ganhar mais dinheiro. Sim, o registro da marca é o primeiro passo para que o blogueiro possa pensar (ou melhor, planejar) outras receitas, através de licenciamento, eventos, etc… mas dependendo dos seus planos, serão necessários outros registros, ok?
Essa questão é mais complicada então vamos explicar um pouco mais.
Se você vender no seu site ou em outro site camisetas promocionais com a marca do seu blog, estampas, etc… é uma coisa. Mas se resolver criar uma “griffe”, terá que registrar a marca na classe de confecções.
Pense na Coca-Cola: vender camisetas promocionais da Coca-Cola é uma coisa, mas criar uma griffe Coca-Cola, com lojas próprias (ou franquias) é uma evolução significativa e implicaria na necessidade do registro da marca também na classe de confecções.
Claro que o exemplo da Coca-Cola é apenas para facilitar o entendimento, porque esta marca tem uma proteção especial, em todas as classes, atribuida a poucas marcas. Trata-se de uma exceção, mas como exemplo serviu bem.
E agora? O que você está esperando para proteger a marca do seu blog?
Vai esperar algum pirata fazer isso primeiro? Se isso acontecer você vai gastar no mínimo o dobro para impedí-lo de “roubar” sua marca!
O primeiro passo para essa “briga” é pedir o registro da marca. Ou seja, para prevenir você tem que pedir o registro da marca e para brigar por ela tem que primeiro pedir o registro e depois brigar.
Melhor gastar menos e prevenir, não acha? [Webinsider]
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Rudinei Modezejewski
Rudinei Modezejewski (rrm32@e-marcas.com.br) é sócio fundador do E-Marcas e owner da Startup Avctoris.
2 respostas
Cleidinei,
Vamos formar uma dupla sertaneja? Rudinei e Cleidinei?
Se você esperar alguns dias mais eu tenho a solução perfeita pra você, mas hoje só existe o tradicional, ou seja, Biblioteca Nacional, custa a partir de R$ 20,00 é uma burocracia infernal e não é obrigatório.
Mas aguarde, em breve vai nascer uma opção bem mais inteligente.
Boa tarde, Rudinei.
Nossos nomes rimam, hein!
Primeiramente, parabéns pela matéria ‘Meu blog é minha empresa’. Foi de grande utilidade.
Agora preciso de uma orientação. Eu tenho um blog o qual lancei há poucos meses. É um blog onde, periodicamente, publico alguns poemas.
Pergunta: cada um de meus poemas precisam ser registrados, certo? Se sim, como procedo?
Agradeço novamente e aguardo seu retorno.
Cleidinei B. Naves