Cinema 70 mm de volta

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O mais recente Workshop para 65/70 mm mostra conclusivamente que é viável fazer voltar o uso deste formato dentro dos estúdios e nas salas exibidoras, sem prejuízo algum dos já existentes!

Todo mundo que passou pelos cinemas na época em que os padrões de exibição haviam mudado de 35 mm para 70 mm, e em alguns casos, para 70 mm Cinerama ou Dimensão 150, conhece e entende a superioridade deste formato.

Entretanto, com a derrocada das salas de exibição de grande porte, e com a retirada de equipamentos compatíveis das salas que sobraram, pouca ou nenhuma esperança ficou para se esperar o ressurgimento deste padrão. Até mesmo o IMAX, também baseado no filme em 70 mm, teve relativa pouca penetração no mercado exibidor brasileiro. No Rio de Janeiro, por exemplo, eu posso falar que não teve nenhuma!

Sem querer entrar no mérito das dificuldades locais, mas olhando para o lado positivo de um possível ressurgimento do processo fotográfico em negativo de bitola larga, é inegável que vem se abrindo uma brecha, que poderá, quem sabe num futuro próximo, mudar todo este panorama.

É com isto em mente, que pessoas como Thomas Hauerslev, editor do site in70mm, vem lutando para preservar o formato e aumentar o seu escopo de uso pelos estúdios do mundo todo. Em função desta preservação, e com a ajuda de Brian Guckian, um Workshop para 65/70 mm tem sido realizado todo ano, com o objetivo de estudar e apresentar propostas viáveis para o ressurgimento do formato nos estúdios e nas salas exibidoras. Não se trata, vejam bem, de criar mais uma guerra entre digital e analógico, mas sim de aproveitar o melhor desses dois mundos.

Em 2006, Brian Guckian e Ramon Lamarca Marques publicaram um trabalho sobre a reintrodução do formato de filmagem em negativo 65 mm, colocando em evidência a viabilidade do mesmo, e demonstrando conclusivamente que a relação custo/benefício favorece o seu ressurgimento.

Note-se que nesta época ainda não se tinha idéia do aproveitamento da mídia em 65 mm para uso em telecines digitais capazes de escanear mais do que quatro mil linhas. Então, neste ano, os autores se uniram a outros colaboradores, e atualizaram esta premissa, com base nos progressos mais recentes da tecnologia de cinema e vídeo. O texto refere-se ao “gigante adormecido” e abrange desde a captura da imagem até a reprodução de trilhas sonoras.

A pergunta que nos cabe fazer como fãs e espectadores que somos é se seria de fato viável ressuscitar o “gigante adormecido”, e eu sou um que acha que não só é possível como recomendável. Em última análise, trazer a experiência do filme 70 mm de volta à sala de exibição, para as gerações que nunca o viram de perto é por si só mais do que recompensante pelo esforço despendido.

A viabilidade do ressurgimento nas salas de exibição

Esta é a primeira e a principal pergunta a ser respondida pelos técnicos do setor. E é interessante que durante a minha última peregrinação correndo atrás de informações sobre cinemas que fecharam e sobre o equipamento das salas, eu acabei tomando conhecimento de um fato singular: vários dos antigos projetores usados nas salas com 70 mm estão por aí em salas menores fora da capital ou usados nas salas multiplex, com modificações pertinentes ao momento técnico.

Só para o leitor ter uma idéia do que eu estou afirmando, em uma dessas noites recentes, eu estava entrando numa das salas do Estação Botafogo, aqui no Rio, a porta da cabine de projeção estava aberta, e com isso eu dei de cara com um projetor Cinemeccanica Victoria-8, em estado de novo.

Não faz tanto tempo assim, que o Charles Torres da Projecine me mandou umas fotos de um dos dois Vic-8 que eles compraram do que sobrou da antiga cabine do Tijuca Palace, aquela que existia antes da divisão do cinema em dois. Os projetores estavam apodrecendo, o que é uma pena. E o pessoal da Projecine os comprou no estado em que estavam e fizeram uma reforma, conforme mostra esta seqüência de fotos a seguir.

Antes da reforma, na chegada à oficina:

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Durante e depois da reforma, em fase de testes:

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Trata-se de uma máquina de alta qualidade. Este extraordinário trabalho de recuperação permite aos futuros donos fazer do aparelho o uso que quiserem. Nas fotos é possível notar a retirada de toda a cabeça de leitura magnética do topo do projetor e dos debitadores para 70 mm. Na situação atual, infelizmente, nenhum desses dois componentes tem maior serventia. Mas, se a projeção em 70 mm voltasse, seria necessário resgatar as cabeças magnéticas e/ou instalar leitura digital, tanto para 70 mm quanto para 35 mm.

Em diversos cinemas da cidade existem ainda equipamentos capazes de serem adaptados para 70 mm novamente, e provavelmente esta situação é a mesma em outros lugares do país.

Um exemplo que nós é mostrado pelo Planetário do Rio de Janeiro, provavelmente até sem que o público que o freqüenta perceba, é a exibição de um curta em 70 mm, com a ajuda de um projetor Kinoton FP-75. O filme é exibido propositalmente sem som. O aparelho teve a sua parte de leitura de áudio retirada, por causa do tipo de uso, mas ela é fácil de reinstalar.

As fotos a seguir foram feitas por mim, durante uma visita à cabine de projeção do Planetário, e publicadas com o consentimento de Milton Leal, responsável técnico por todo o equipamento de projeção.

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O responsável técnico pela cabine de projeção do Planetário Milton Leal, mostrando o sistema de pratos, alimentador de filmes para o Kinoton FP-75 visto ao fundo. A cópia é de um curta em 70 mm, exibido aos visitantes.

Se o Planetário assim desejasse, poderia promover sessões em 70 mm em curto espaço de tempo. O que impede basicamente que isto seja feito é que o espaço não foi construído para esta finalidade. Além do mais, existe também o alto custo do aluguel desses filmes. E seria o mesmo problema financeiro com qualquer exibidor comercial, a não ser que alguma coisa a este respeito seja feita.

As novas propostas

Brian Guckian e colaboradores apontam em seu trabalho as razões técnicas e os principais motivos para a readoção do uso de negativos 65 mm no processo de filmagem. A seguir, eles propõem a readaptação de diversos parâmetros técnicos que seriam necessários para modernizar a cópia em 70 mm para as salas atuais.

Aqui é sempre bom enfatizar que nenhuma nova proposta poderá ir adiante se não houver uma forma de transportá-la a outro meio, digital ou analógico, de maneira que tanto o mercado exibidor quanto o mercado de mídia doméstica possam ser corretamente contemplados.

A base para as novas propostas é o fato singular de que o negativo de 65 mm contém mais informação visual do que qualquer outro método fotográfico. Em um diagrama comparativo entre o Super 35 mm, que é o melhor negativo para filmagens convencionais, o negativo 65 mm e o negativo horizontal 65mm IMAX©, os autores provam que, para a mesma relação de aspecto (tomando como premissa o Panavision a 2.39:1), o negativo em 65 mm seria melhor adaptado para ampliação para IMAX (1.8 x) do que o negativo Super 35 (7.8 x):

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Na prática, isto significa economia no processo de produção. Não haveria necessidade de se usar negativo IMAX nem 35 mm, e ainda assim cópias de qualidade em ambos os formatos podem ser obtidas, para exibição. Se contássemos a readaptação das salas de cinemas para a projeção em 70 mm propriamente dito, então o negativo de 65 mm serviria para qualquer formato disponível, aumentando de tabela o escopo de exibição das salas, e com benefício imediato para as opções do público.

Além disso, o mesmo negativo pode facilmente sofrer redução para cópia 35 mm convencional, sem nenhuma perda de resolução. Este é, não por coincidência, o método usado pela Warner Bros, para a transcrição de negativos 65 mm em telecine digital, com aplicações em home video. O método teve largo emprego no DVD, à época em que estes telecines ainda não tinham capacidade de preservar os originais em 65 mm corretamente.

Uma vez tendo o negativo em tão alta resolução, a imagem hoje pode ser preservada tanto para a exibição digital no cinema (projetores profissionais DLP com resolução de 2 a 4 mil linhas), quanto principalmente para Blu-Ray, formato em ascendência no mercado doméstico. E ainda, o mercado atual de HDTV também seria amplamente beneficiado.

Esta estratégia foi usada por restauradores mais de uma vez, e um exemplo notório disso foi o trabalho feito com o negativo VistaVision de “Vertigo” (“Um Corpo Que Cai”, de Alfred Hitchcock), transferido para negativo de 65 mm, e depois exibido nos cinemas americanos em 70 mm, com trilha sonora DTS 5.1.

Em se tratando de Blu-Ray, é fácil ver a diferença de imagem entre o negativo 35 mm e o de 65 mm. Se o leitor quiser uma prova, basta rodar a edição do filme de Christopher Nolan “The Dark Knight” (“O Cavaleiro Das Trevas”), que tem imagens de ambos os negativos.

As propostas para o áudio

O som original das cópias de filmes apresentados em 70 mm era obtido da leitura das trilhas magnéticas, seis canais no total, impregnadas na película. O padrão de reprodução usado para a maioria das apresentações seguia o método de 5 canais ao longo da tela, proposto pelo formato Todd-AO, mais conhecido como Cinerama de uma só película, quando projetado em tela ultra-curva.

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Na nova proposta, os cinco canais da tela seriam recuperados. Nos cinemas que trabalham com SDDS, que usa este formato, a readaptação é praticamente nenhuma. Em cinemas com Dolby Digital e DTS, que usam 3 canais na tela, seria necessário acrescentar os canais intermediários “LE” (ou “Left Extra”), que fica entre o canal da esquerda e o central, e o “RE” (ou “Right Extra”), que fica no lado intermediário oposto.

Para os canais surround, quase nada precisa ser modificado. Aqui é bom lembrar que trilhas em 6.1 (Dolby Digital Surround EX e DTS ES) ou 7.1 (usada neste momento apenas em Blu-Ray), são totalmente retro compatíveis com 5.1 canais, e assim ficaria a critério do exibidor instalar ou não os canais para Surround Back.

Em qualquer hipótese, a cópia em 70 mm pode acomodar qualquer formato analógico ou digital, e isto dá uma enorme flexibilidade tanto para os trabalhos de pós-produção no estúdio quanto para o mercado exibidor.

Em retrospecto, a nova proposta nada mais faz do que aproveitar formatos antigos e integrá-los em formatos novos, em ambiente digital, o que possibilita transportar as antigas mixagens de filmes clássicos, sem praticamente nenhuma modificação. Em se tratando do Blu-Ray, que atinge 7.1 canais, isto hoje já é possível.

E note-se que mesmo com a retirada dos canais LE e RE da cadeia de reprodução, este transporte é possível. Aliás, o uso de LE e RE é mais indicado para as salas exibidoras com espaço de tela muito amplo. Em salas menores ou no ambiente doméstico, esses dois canais são perfeitamente dispensáveis e o som dos mesmos facilmente convertidos para os três canais frontais hoje existentes.

As propostas de tela

Nos cinemas de outrora, era o exibidor quem determinava que conjunto de telas e lentes seria empregado para a exibição em tela panorâmica 70 mm. Em muitos cinemas no mundo todo, e aqui no Rio de Janeiro nós tivemos o exemplo significativo do Metro Boavista, a tela pode ser instalada com máscaras e curvatura capazes de abrigar qualquer formato de projeção. No caso do Metro, o espectador via filmes planos 35 mm, até 70 mm em Dimensão 150, com curvatura acentuada.

Os proponentes do Workshop trabalham em função da multiplicidade de formatos de projeção, e isto dá à tela todos os pré-requisitos necessários:

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O diagrama acima mostra relações de aspecto que vão desde o formato de academia (1.37:1) até o Ultra-Panavision (2.76:1). A máscara móvel é hoje amplamente usada em salas multiplex, em telas que têm altura constante, no padrão 1.85:1. Nestas salas a máscara desce quando o filme é exibido em Panavision (2.76:1). Nas salas com 70 mm, seria necessário usar máscaras para modificações laterais e de altura simultaneamente, como era no Metro-Boavista.

Idealmente, seria muitíssimo interessante recuperar também as antigas cortinas. Nas melhores instalações, a cortina estende-se para as laterais, ultrapassando o proscênio, até atingir os primeiros assentos dos cantos do cinema. O arranjo confere beleza estética e estabelece um ambiente cujo clima é bem mais propício às exibições dos diversos formatos de tela. Este design ainda está em uso em vários cinemas do exterior. Aqui no Rio de Janeiro, eu só tenho notícia dele ter sido usado no acima mencionado Metro-Boavista.

As recomendações para uso de telas compostas de 35/70 existem desde a década de 1960, conforme citado pelos autores da proposta. O achatamento central obtido pela modificação do ângulo da curva beneficia a projeção de fotogramas planos em 35 mm.

Os autores prevêem ainda a exibição do processo Vistamorph©, com relação de aspecto de 3:1. Ele é relativamente recente, e foi proposto como um método alternativo de captura fotográfica e de exibição em tela ultra larga.

Perspectivas daqui para frente

Só Deus sabe como o mercado exibidor vai se comportar nos próximos anos. Eu mesmo já ouvi discursos apocalípticos sobre o assunto, ao lado de informações de que a exibição de cinema dá lucro e bilheteria sim.

Na época do apogeu do 70 mm nas salas brasileiras, a adaptação foi menos traumática, muito em função do tamanho das mesmas. De lá para cá o ambiente mudou e estas salas sumiram. Por isso, salvo melhor juízo, eu entendo que não adianta somente construir novas salas ou recuperar as poucas que ainda existem, é preciso que elas estejam no alcance urbano do público, com segurança e facilidade de locomoção.

A Praça Saens Peña, já citada antes nesta coluna como exemplo, por ter sido o local de maior concentração de cinemas por metro quadrado no Rio de Janeiro, completa 100 anos de existência no dia 30 de abril de 2011, e hoje totalmente desfigurada em relação à época em que ela era conhecida como “Cinelândia da Tijuca”.

E um dos fatores que contribuiu para isso foi a violência urbana desenfreada, ao lado da tradicional especulação imobiliária, depois que o Metrô chegou ao local. Em função de uma série de fatores semelhantes, quem freqüentava aqueles cinemas à noite ou nos fins de semana deixou de ir para lá. Se alguém quisesse fazer a Praça voltar ao que era antes, iria ter que fazer um replanejamento urbano da área de forma radical ao que está lá hoje!

Portanto, não se trata somente de montar cinemas novos ou de atrair novos consumidores. É preciso infraestrutura urbana e coragem administrativa, para se chegar a um denominador comum entre governo, exibidores e população. Ninguém precisa me convencer de que existem mil e uma fórmulas de apoio à cultura e ao uso do espaço público, mas é preciso colocar de fato estas medidas em prática.

No estágio atual da tecnologia, além do lado financeiro, o limite é apenas a nossa imaginação e a força de vontade de fazer tudo acontecer. O universo de perspectivas que se dispõe não vai diminuir com o tempo, mas está sendo perdido, se uma atitude séria a este respeito não for tomada.

Agradecimentos:

Eu gostaria muito de agradecer a Thomas Hauerslev, Charles Torres e Milton Leal, pela permissão de usar o material ilustrativo contido neste texto. [Webinsider]

…………………………

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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13 respostas

  1. Oi, Miguel,

    Obrigado pela leitura e pelo elogio.

    Abraço,
    Paulo Roberto Elias.

  2. Paulo,
    Ótimo texto, como sempre. Torço ardentemente pela volta do 70. Lembranças não faltam: cines Comodoro, Regina e Majestic que frequentei nos anos 60 em S.Paulo. Assistindo as imagens digitais nos cinemas de hoje, inclusive IMAX é que se pode avaliar que aquelas antigas que eram de encher os olhos, literalmente. Os que nasceram bem depois de nós,sessentões, merecem ver o que vimos naqueles tempos. Nostalgia? Que seja!
    Abraço.

  3. Oi, Ivo,

    Obrigado!

    Se a película morrer, eu acho que eu paro de ir ao cinema. Aliás, eu acabei de escrever um comentário nesta direção, ao final de um texto sobre cinema digital, que deve estar indo para o site agora.

    Nós temos uma grande qualidade em casa, que é o Blu-Ray. A grande motivação (salvo no seu caso…) da gente ir ao cinema é ver o filme exibido em película.

    E você tem razão no que concerne ao 70 mm. Então, porque não dar uma chance a quem não viu?

    Eu li em um forum americano que pessoas do ramo de cinema ficaram abismadas de ver uma multidão correr para as salas que exibiam aqueles “revivals” em 70 mm. Alguns falavam que era a qualidade do som (pode ser), mas a maioria nota o óbvio: não há paralelo ainda no cinema digital, em termos de resolução, cor e contraste!

    E porque não ter projetores de película e digitais na mesma cabine? Dá ou não dá?

  4. Oi Paulo. Sensacional o artigo. Voce sabe e conhece meu equipamento 70mm, orfão de filmes. Deus permita a volta do 70, cinema de qualidade inigualavel e acima de todas as midias. Parabens eforte abraço
    Ivo raposo

  5. Comentários para os leitores:

    Ao Renato Manoel,

    Eu entendo a sua queixa e concordo com ela. Eu vou repassar o seu comentário à empresa que instalou o cinema e que dá manutenção aos mesmos.

    O desgaste das cópias de fato é um fator que impede a reprodução da trilha digital, mas eu acredito não ser o caso, porque eu presumo que os cinemas são supridos com cópias recentes.

    Com relação à sala ter certificado THX, eu também concordo contigo, porque eu estive em uma e notei que estava com o som totalmente desequilibrado. Aliás, isso é algo que eu não consigo entender, por mais que eu me esforce: a inadequação de caixas ou calibração das mesmas, em função do tamanho das salas.

    Obrigado pela notícia sobre o IMAX. Estarei lá quando eles abrirem. Pena que fique restrito à Barra. Duas salas IMAX abriram na Barra e depois fecharam. Uma delas sequer funcionou.

    Ao Rogério:

    Olha, meu caro, se eu não acreditasse que tudo isso é possível não teria me dado ao trabalho de escrever sobre a proposição européia. Aliás, o Thomas colocou ontem um link para este texto no site dele, porque lá as coisas estão em andamento, apesar da implantação digital, que é inevitável.

    Nem mesmo o grupo que está ditando as regras para a exibição digital fecha as portas para o cinema analógico no parque exibidor, e no caso específico do 70 mm, cuja qualidade é superior ao digital, jogar fora, tanto produção quanto exibição, é uma burrice sem precedentes. Isso sem falar no imenso acervo de filmes 70 mm já produzidos, que precisam ser e estão sendo preservados.

    Se forem projetar 70 mm digitalmente será necessário aumentar a resolução dos atuais projetores, de 2K ou 4K para cerca de 6 a 8K, já que estima-se em 8746 x 3855 pixels o valor de um fotograma em 70 mm.

    Seria então, mais prático e econômico projetar a cópia em película, concorda?

    Ao André Felipe,

    Eu vou dar uma olhada nisso, e se tiver alguma coisa nova, eu atualizo o texto. Obrigado pela sugestão.

  6. Olá Paulo Roberto,

    O assunto que se segue é absolutamente “off-topic” e servirá apenas como um pedido.

    Sou seu leitor há anos e gosto muito de tudo o que você escreve. Como sempre, são aulas,gratuitas, permeadas de generosidade.

    Estive relendo seus textos sobre a tecnologia das telas de LED e creio que você poderia escrever um terceiro artigo sobre Leds. Acontece que notei o aparecimento do tipo de tecnologia chamado “edge-lit com local-dimming” (inclusive comprarei uma tv com esse recurso)
    mas, por mais que procure me informar, as explicações sobre essa tecnologia são muito escassas.

    Parabéns redobrados pelos seus artigos. Quisera houvesse mais gente tão generosa e sapiente como você!

    Grande abraço,

    andrefelipe

  7. Olá Paulo

    Estamos voltando as origens…
    Cinema de 70 mm como antigamente ?
    Isso é uma ótima idéia, que se colocada em prática pode abrir mais um espaço para incrementar essa tecnologia, com o 3D.
    Você acha possível agregar o novo ao contemporâneo ?
    Bem recentemente visitei uma empresa (a única que restaura projetores aqui em São Paulo), para comprar poltronas de cinema, já que eles tambêm fabricam, chama-se Santa Clara.
    Sabe Paulo, quando entrei na oficina fiquei maravilhado com o trabalho realizado alí.
    Pessoas de idade fazendo um trabalho que hoje é esquecido, e passa desapercebido pela maioria das pessoas, afinal um galpão escondido em um bairro da zona leste de SP, quem vai importar com uma atividade dessa ? Só nós mesmos amantes da 7ª arte.
    Ví máquinas alí enormes, com todo ferramental, que são utilizados não só no reparo dos 35 mm, mas boa parte deles são feitos sob medida na oficina, visto que muitos componentes desgastados ou danificados não são mais produzidos, mas eles alí dão um jeito de reconstruir as peças, um verdadeiro trabalho artesanal.
    E vendo acima as fotos postadas da restauração de um projetor, que a primeira vista iria para sucata, o amor e a dedicação dessas pessoas devolveram a vida a esses equipamentos, que hoje em dia (no máximo) estariam em exposição em um museu, e agora podem voltar a nos agraciar com suas estupendas imagens, com dimensões que já estavamos esquecendo como eram (no caso dos 70 mm).
    Bem agora teremos de esperar para assistirmos essa integração do analógico com o digital.
    Será que criarão um novo modelo de Panavision digital em 70 mm em 3D ?
    Acho que estou começando a sonhar alto demais não é Paulo ?
    Um abraço

  8. Prezado sr Paulo.

    Gosto muito de seus artigos. E este sobre o retorno do “cinema 70mm” não fugiu à regra.
    Sobre o Imax no Rio de Janeiro, posso lhe informar com alegria que a rede UCI Cinemas fechou acordo com a IMAX para inaugurar a primeira sala IMAX no Rio, que funcionará à partir do Mês de Maio ou Junho de 2011 (ainda será definido) no New York City Center (anexo ao Barra Shopping na Barra da Tijuca). O valor da construção/reforma desta sala é de 4 milhões de reais.
    Mas é com grande tristesa que venho também reclamar da qualidade cada vez pior em algumas salas de cinema no Rio. Hoje (sab 07/05/2011) fui ao Cinépolis Lagoon, que fica no clube de remo da Lagoa, paguei uma entrada de R$23,50 para assistir o filme Veloses e Furiosos 5. já nos trailers percebi que o áudio era o velho Dolby Stereo, mas pacientemente aguardeio início do filme. O áudio continuou o mmesmo.
    Esta experiêcia tem se repetido em vários cinemas que tenho ido. Ou seja todos os cinemas atuais dizem possuir áudio do tipo dolby digital, sdds, dts ou thx, mas na prática, apenas uma, duas ou talvez 3 salas nos multiplexes da vida possuem este recurso de fato. Os caras preferem te devolver o dinheiro do que resolver o problema.
    Como esperar então que haja gente séria o suficiente para trazer e de volta e MANTER o cinema 70mm?
    Em relação ao áudio eu sei que película sofre desgaste, mas pô, no segundo dia de exibição ela já está ruim?! Nesse caso é o fim do mundo!

    Obrigado pela atenção

    Renato

  9. Paulo,
    para mim seus textos são sempre úteis, mas quando você escreve sobre Cinema êles se transformam em aulas. Gosto da mídia (como usuário ela é a segunda porque a primeira é o Teatro – É sempre o Vivo)porque ela sempre alavanca alguma nova tecnologia sem fazer concessões com a qualidade. A mídia é tambem charmosa. Ir ao cinema é uma atividade cultural, mesmo nos Shopping Centers. Quanto a volta do formato de 70mm não sei opinar, mas gostaria que voltasse. Penso que tem público porque existem jovens que entendem de qualidade.
    Abraços.

  10. Oi, Paulo.

    Boa sorte com seu novo texto, tenho certeza que será de grande ajuda! Aliás, confere a edição nº54 da revista: Filme & Cultura, tem um artigo da Joana Nin sobre pelicula e digital. Também tem artigo do Luiz Gonzaga Assis de Luca, sobre o cinema digital. Vale a pena!

    Espero que o parque exibidor consiga conviver em harmonia com os dois formatos!

    Um grande e cordial abraço,

    Eder

  11. Olá, Eder,

    Mas parece que é um caminho que não tem volta, e eu creio que o máximo que se pode conseguir é a convivências dos formatos analógico e digital no parque exibidor.

    Obrigado pela dica. Vou baixar e dar uma lida sim. Neste momento eu estou pesquisando e escrevendo exatamente sobre cinema digital. Eu até recebi um convite ontem para um seminário e curso sobre o assunto, mas infelizmente não vou poder ir.

    Grande abraço.

  12. Paulo, esse texto trás esperanças…
    Quem sabe isso não vem a ser, de fato, aplicado com o tempo, afinal de contas, a produção, preservação e tudo o mais relacionados ao Digital é carissimo! De uma conferida no site da Cinemateca Brasileira e baixe o livro – em PDF -, O Dilema Digital. Você vai entender o que estou falando. Um grande abraço e muito obrigado por mais este texto fantastico.

    PS. Aguardo pelo proximo, que creio será incrivel!

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