Sugar, um seriado sem açúcar

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O seriado Sugar, parece tentar reviver o gênero Film Noir, tão presente no cinema das décadas de 1940 e 1940, influenciado por cineastas alemães expatriados durante a guerra, ainda com forte influência do expressionismo.

O seriado Sugar parece tentar reviver o gênero Film Noir, tão presente no cinema das décadas de 1940 e 1940, influenciado por cineastas alemães expatriados durante a guerra, ainda com forte influência do expressionismo.

 

No Apple TV+ eu descubro o seriado “Sugar”, não em referência ao açúcar, mas ao nome do herói John Sugar, personificado pelo ator irlandês Colin Farrell. Logo no primeiro episódio percebe-se uma atmosfera típica do gênero Film Noir, mas esta impressão passa logo.

O film noir (ou filme sombrio, se quiserem) clássico foi um interessante, eu diria até fascinante, gênero presente em filmes das décadas de 1940 e 1950. Segundo historiadores, o nome teria sido cunhado pelo crítico francês Nino Frank, durante a década de 1940, em referência a filmes com clima misterioso e com tons sombrios.

O film noir tem forte influência do expressionismo alemão, explorado por diretores como Murnau ou Fritz Lang. A eclosão da segunda guerra mundial provocou a saída de vários desses diretores, que, na sua maioria, emigraram para Hollywood, trazendo consigo uma forma diferente de fazer cinema. O estilo foi explorado por muitos diretores, até hoje.

No caso específico de Sugar, existem sequências que remontam ao cinema feito nas décadas de 40 e 50, com citação direta aos respectivos filmes, na forma de segmentos curtos. O próprio herói se diz um amante de cinema, justificando assim as citações.

Embora o seriado esteja muito aquém de um filme noir clássico, ainda assim Colin Farrell faz o seu papel com versatilidade, na pele de um homem solitário, envolto com alguma coisa misteriosa, que o mistifica. Talvez este aspecto da personalidade do personagem, diante das circunstâncias da estória, é o que mais aproxima o seriado do seu tom noir.

Sugar é um detetive particular, que é contratado para descobrir o paradeiro de Olivia Siegel, neta de um famoso produtor de cinema em Hollywood, que desapareceu sem deixar vestígios.

Nos episódios que eu já assisti, a direção é do cineasta paulista Fernando Meirelles, que ficou conhecido pelo filme Cidade de Deus, que o projetou para fora do país, dirigindo produções lá de fora. Eu conheço pouco a obra de Meirelles, e confesso que não gostei nem de O Jardineiro Fiel, e nem de Ensaio Sobre A Cegueira, ambos com elenco internacional. Este último, eu assisti convidado por uma colega de trabalho, que é cinéfila e fã do diretor. Acho que em Sugar, talvez por causa do roteiro, o toque do diretor não se faz tão presente assim, como nos seus filmes anteriores. Mas, isso não é problema, porque em muitos bons filmes, a presença do diretor passa transparente.

O serviço de streaming da Apple vem fazendo vários lançamentos novos e promete ainda mais, fazendo assim um apelo ao assinante desavisado, mas que sempre quer sair da mesmice, a qual tem sido uma constante de vários serviços deste tipo.

A única coisa chata é que, uma vez começando a assistir o seriado, o interessado tem que esperar a passagem do episódio seguinte, às vezes por mais de uma semana. Tal espera acaba nos lembrando do hábito antigo dos seriados de TV, que deixavam o espectador esperando em suspense, para saber o que vai se desenrolar a seguir.  [Webinsider]

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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