A tecnologia webservices foi criada há aproximadamente três anos, nos Estados Unidos, por um consórcio de empresas, entre elas Microsoft, IBM, Sun, BEA Logics e Xerox. Conhecido como WS–I, o consórcio tinha como objetivo desenvolver uma tecnologia flexível e multiplataforma que permitisse a aplicação dos conceitos da Arquitetura Orientada a Serviços, ou SOA.
O SOA tem como conceito base o desenvolvimento de sistemas e aplicações que reflitam os processos de negócio da empresa, visando que cada etapa esteja encapsulada de forma independente e que todos os componentes se comuniquem através de controladores de disponibilidade, de requisição e de entrega.
Tais componentes devem ser completamente independentes, multiplataforma, estar em rede e ter alta disponibilidade. A mais conhecida das formas de implementação do SOA é o CORBA, que atende algumas das especificações acima, mas peca nos quesitos de independência dos componentes e alta disponibilidade.
Para criar uma solução, o WS–I utilizou como modelo a estrutura dos websites. Apenas em vez de focar na disponibilidade de informações (páginas web), focou na disponibilidade de dados (arquivos XML). Desta forma, criou a primeira tecnologia capaz de encapsular processos, transacionar dados entre múltiplas plataformas e fornecer uma solução escalável e de alta disponibilidade.
Todas estas características fazem com que os webservices sejam muito mais que uma buzzword, um modismo.
Na área de TI, como todos sabemos, novas buzzwords aparecem e desaparecem de tempos e tempos. Sempre que surge uma nova tecnologia, temos os dois lados da moeda: apostas de que será a grande revolução e a resolução de problemas de diversas áreas, contra a opinião de conservadores de que tudo não passa de uma febre que desaparecerá em algum tempo.
Com os webservices não é diferente: a tecnologia que permite integração e interoperabilidade via web e possibilita pela primeira vez a real implementação da Service Oriented Architecture também arrebata críticos e defensores.
Sem ignorar os problemas, a adoção dos webservices pelas empresas só traz benefícios financeiros, organizacionais e estratégicos, mesmo ainda não totalmente consolidada (obviamente, pelo tempo de vida, não está).
Talvez, pela primeira vez, estejamos diante de uma tecnologia cujo principal benefício é o reaproveitamento de todos os sistemas legados da empresa: não precisamos, para disponibilizar as informações via webservices, reescrever uma única linha de código já existente na companhia. A mais palpável vantagem está neste item: tornar disponíveis para a empresa as informações existentes nos legados, a um custo inimaginável alguns anos atrás.
Por esse motivo, a implementação e o sucesso dos webservices depende muito pouco de programadores, analistas e gerentes de TI. Depende mais das empresas e das pessoas verem a real vantagem e o retorno de investimento que essas características podem trazer para o dia–a–dia.
Assim, o sucesso dos webservices, apesar dos riscos e das dificuldades (das quais falaremos em um outro momento), depende mais de se enfrentar essa nova proposta de tecnologia do que da tecnologia em si. Sabemos que problemas e dificuldades sempre irão ocorrer, porém o importante é não deixar que os medos e os vícios nos impeçam de dar um passo mais largo na busca da integração dos sistemas, dos processos, das empresas e das pessoas – os dois últimos casos através de fluxos de trabalho colaborativo.
O primeiro passo – e a maior aplicação no momento para os webservices – é a integração de dados. A partir daí, faremos a integração de processos e pessoas, e por fim, abriremos algumas portas de entrada da empresa buscando a interoperabilidade e a colaboração da cadeia de valor, reduzindo custos de comunicação e agilizando fluxos de trabalho.
Os webservices já são reais, agora é tomar coragem para dar o primeiro passo. E para aqueles que já o fizeram, continuar andando. [Webinsider]
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Tarcila Steter, autora deste artigo, apresenta o workshop Webservices: integração como palavra–chave nos dias 8 e 15 de novembro, dentro da programação dos Cursos Webinsider/Cásper Líbero (que contam com o Patrocínio Gold da Conectt). Inscrições abertas, vagas limitadas.
Webinsider
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Uma resposta
Prezada Tarcila,
Parabéns pelo excelente material. Gostaria de contribuir sugerindo o link http://www.supravizio.com/Webservices-SOA.aspx que contém um caso de sucesso da aplicação de web services para venda de seguros pelo site Webmotors.
Wallace Oliveira
http://www.venki.com.br