A atividade de design ganhou bastante visibilidade nos últimos anos. Seja por causa de personagens bem–sucedidos veiculados na mídia (verdadeiros ou fictícios), seja pelo surgimento de grande número de cursos de desenho industrial pelo país, a verdade é que a população em geral tem hoje a noção de que o designer é um profissional glamuroso e de excelente status.

A popularização de termos como hair design e fashion design apresenta a profissão como se estivesse preocupada somente com questões de estilo e de aspecto visual.

A característica da atividade de poder unir aspectos técnicos e de produção com outros de caráter visual e de formas harmoniosas, ao trabalhar materiais, formas, cores e outros elementos plásticos, faz com que o público em geral não tome conhecimento das diversas questões envolvidas no processo de desenvolvimento de um produto belo e funcional.

A sistematização do ensino da profissão gerou alguns preceitos que separam os leigos e curiosos dos profissionais capacitados para o exercício da profissão. No entanto, ainda falta ao design conquistar maior território na área de pesquisa, a exemplo de diversas outras profissões que têm amplo respaldo em termos de pesquisa, como a engenharia, a medicina e a psicologia.

Realizar pesquisa em design significa estabelecer bases teóricas consistentes, gerar referências para consulta, gerar e consolidar hipóteses, de maneira que se possa fazer com que a profissão seja vista não somente como área preocupada com questões estéticas, mas também com a tecnologia, com processos e com métodos e técnicas de desenvolvimento de projeto.

Em reforço a isso, realizar pesquisa em design no Brasil significa, além de tudo, estabelecer posição no mercado interno e externo através de critérios consistentes de conceitos de qualidade, tanto para os profissionais quanto para os produtos desenvolvidos no país. [Webinsider]

Robson Santos

<strong>Robson Santos</strong> (robson.s@terra.com.br) é designer, doutorando em design, pesquisador em usabilidade de interfaces.