Uma sensação de confinamento costuma perturbar o profissional de internet que vai trabalhar em um lugar onde é proibido usar ICQ, MSN ou qualquer outro programa de mensagens instantâneas.
– Como assim, não pode? Hum, difícil aceitar…
Vivi isso uns meses e o resultado foi um artigo chamado A tirania do isolamento, que provocou respostas muito interessantes. Veja algumas ao lado.
Muitos leitores escreveram contando um número surpreendente de histórias sobre a proibição que impera em muitos locais de trabalho e se estende ao webmail pessoal. Uma deles o caso de um jornal regional que regulava o acesso à internet feito pelos redatores!
Do lado de quem proíbe vieram também algumas respostas, mencionando ameaças à segurança, consumo de banda, abusos e prejuízo à produtividade.
Ainda assim, cabe a pergunta: até que ponto uma forma de comunicação tão importante deve ser banida? Ainda mais agora, com áudio (Skype, Google Talk) e também vídeo (MSN).
O mais sensato é educar e sugerir bom senso, o que pode ser difícil para quem age como capataz de uma turma de garotos, loucos para conversar e mexer nas coisas. É o que nos mostra este relato curioso que chegou outro dia em resposta ao texto escrito em 2002.
Trago–o até porque é uma leitura saborosa. Mostra também que a proibição pode ser intolerável e sugere que o conflito prejudicou a empresa contratante. Vejam:
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Caro Vicente,
a minha opinião é a mesma da sua. Eu sou designer gráfico e trabalhei temporariamente em uma empresa de busca por automóveis em Minas Gerais que tinha acesso livre à net. Tínhamos Kaaza, MSN, drive de DVD no PC e até Need For Speed Underground 2!
Podíamos fazer tudo. Mas o patrão também era um control freak e, no dia em que ficou sabendo, conversou sério com a gente sobre produtividade e depois formatou as máquinas.
A partir deste dia foi tudo embaixo dos panos. Salvávamos as coisas em pastas escondidas no sistema e não deixávamos atalhos ou coisa do tipo na área de trabalho.
Foram bons meses aqueles em que fechávamos a porta depois do expediente e rolava até Counter Strike lá.
Praticamente quase fui despedido por causa de MSN. Reconheço que sou viciado em MSN. Mas o outro cara não era.
Depois ele começou a encher a gente de serviço que não tinha nem lógica. Tipo varrer a sala em que trabalhávamos, ficar conferindo as informações do site um monte de vezes… Só pra nos manter ocupados.
Acho que restringir é besteira, sempre tem quem consegue burlar. A melhor saida é conscientizar a galera e criar atrativos que não te “façam precisar” ir à internet.
Claro que nós, funcionários, não aceitamos esse tipo de coisa e conversamos com ele sobre as funções absurdas. Ele não cedeu. Recebeu três pedidos de demissão na hora.
Hoje ele está de portas fechadas, ele mesmo faz os jornais em Corel e sai tudo errado. Estão ele, o primo e o vendedor de contratos.
Bem, essa é minha opinião. Espero ter ajudado.
Abraços,
Peterson
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Vicente Tardin
Vicente Tardin (vtardin@webinsider.com.br) é jornalista e criador do Webinsider. É editor experiente, consultor de conteúdo e especialista em gestão de conteúdo para portais e projetos online.