Recentemente Bill Gates disse que em cinco anos 50% da imprensa será lida pela internet. Gates não é exatamente meu santo de devoção e normalmente quando diz algo deste tipo é porque na seqüência vai tentar nos vender algo relacionado. Porém seu diagnóstico, ainda que com tons proféticos, põe o dedo em uma ferida que na realidade vai mudar nossa forma de consumir informação nos próximos dez anos.
Já temos nas costas uma experiência de dez anos em edições digitais de jornais. Neste meio tempo muitos meios impressos não foram capazes de reagir à realidade que representa a web. Menos ainda tiveram a capacidade de se adaptar e inovar com as novas necessidades que exigem o consumo digital de informação, o acesso gratuito ou a redefinição de como funciona a publicidade.
Muitas experiências foram realizadas, porém poucas parecem realmente ter gerados frutos fortes e seguros. A indústria editoral debate agora novas formas de encarar uma crise que já está cobrando um preço alto do atual mercado.
Neste contexto estão sendo realizadas algumas experiências que podem dar uma sobrevida ao negócio editorial de jornais e revistas. Exemplos são variados e um caso que chama a atenção é o Zinio, uma loja online com centenas de publicações tradicionais que podem ser lidas através de um aplicativo próprio.
O Zinio já permite assinatura digital de revistas como Newsweek ou a Playboy (norte–americana). Há uma versão brasileira iniciando. Mas o que interessa é o modelo. Olhando com cuidado se percebe que ele é válido apenas para a realidade atual. No fundo, a grande descoberta do Zinio é que ele deve ser encarado como uma transição rumo a algo muito mais ambicioso: uma plataforma para conteúdos no papel digital.
Já estamos fartos de saber que bastam mais alguns poucos anos e a internet estará totalmente onipresente em nossas vidas. Iremos encontrar a Rede frente a frente seja lá para onde vamos e em todos os tipos de dispositivos. Da mesma forma não é difícil imaginar que nossa assinatura de publicações, ou nosso acesso à banca de revistas online será feita em qualquer lugar. Não precisa ser só na tela do computador, no palm ou no celular.
Os dispositivos estão evoluindo da tela para o papel eletrônico. Telas grandes, mas completamente flexíveis, que podem oferecer a experiência de ler um jornal como no papel, só que em um suporte digital. Claro que a web já faz o seu estrago levando embora leitores do papel, mas ela é incapaz de repetir a experiência de leitura. A internet começará a roubar leitores de papel muito mais rapidamente quando o leitor puder ler seu jornal ou revista no trem, no avião, no sofá, sem cansar a vista e com comodidade. Não estou pensando em notebooks ultraleves ou palms; você ainda não vai ler um livro de Guimarães Rosa assim. É preciso repetir a experiência do papel. No dia em que isto realmente acontecer, o papel ainda assim sobreviverá, mas não haverá mais desculpas para evitar a mudança rumo ao digital. As vantagens serão sempre muito maiores e gastaremos menos papel.
Muitos fabricantes já trabalham sobre este conceito. A industria editoral na Europa já discute o assunto e todos estão conscientes de que sim, a indústria editorial tem salvação. Este é o caminho: uma nova banca de jornais. Vamos ensaiar com os modelos como o do Zinio porque amanhã ele pode dar o suporte para uma nova realidade. [Webinsider]
Uma resposta
A internet,sim atrapalha as vendas de publicaçoes em bancas de jornais e revistas, mas o inimigo principal e os pontos que numca venderam e hoje atualmente conseguem ter a facilidade de comercializar diversas publicaçoes:ex.Padarias,Lojas de Conveniencias,Mercados,Supermecados,Hiper-mercados,Drogarias e locadoras de dvd.