Personalização ou colaboração?

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Que Google e Yahoo são presenças obrigatórias nos sites favoritos de qualquer usuário de internet não é nenhuma novidade. Afinal, são os mais populares sites de busca do mundo. O que pouca gente por aqui comenta é que ambos têm adotado estratégias bastante distintas para reforçar sua presença no universo dos buscadores. Universo esse, aliás, que despertou também o interesse da Microsoft, que decidiu mergulhar de vez na publicidade online e definiu como prioridade valorizar o novo o MSN Busca para aumentar suas receitas publicitárias.

Bem, a grande distinção entre Google e Yahoo é que o primeiro está focando seus esforços na personalização da busca, enquanto que o segundo dá maior destaque à chamada Social Search.

Mas o que é Social Search? A principal diferença em relação à busca “tradicional”, onde os resultados são determinados por algoritmos matemáticos de cada site, na Busca Social (“Social Search”) quem determina a relevância dos resultados são as pessoas através de seu círculo de relacionamentos e indicações de suas preferências. E enquanto o Google durante um bom tempo vêm focando seus esforços na personalização, é no conceito de descentralização de conteúdo que o Yahoo deposita suas fichas para reforçar sua presença no mercado de busca.

Hoje, você pode criar uma ?conta? no Google e consultar seu e-mail, navegar pelo Orkut, utilizar o comunicador instantâneo, participar de grupos de discussão, gerenciar seu calendário de tarefas, fazer uma busca personalizada baseada em assuntos do seu maior interesse, ter uma página com notícias personalizadas e, até mesmo, gerenciar sua campanha de links patrocinados. Ou seja, as plataformas estão sendo construídas de forma integrada para que você possa ter acesso rápido e fácil exclusivamente ao conteúdo que você deseja, que será totalmente diferente das minhas preferências. Em suma, o conteúdo é individualizado.

Por outro lado, o Yahoo tem buscado uma maior colaboração entre os usuários através da Social Search. O principal movimento nesse sentido foi o lançamento ano passado do MyWeb 2.0, um serviço onde você pode realizar buscas na base de sites indexados pelo Yahoo, mas também em páginas selecionadas pelos usuários do site como sendo relevantes. O interessante é que se os usuários fizerem um bom trabalho na catalogação das páginas, uma busca no MyWeb 2.0 eventualmente trará resultados bem mais relevantes que o do Google ou do próprio Yahoo “convencional”.

O conceito de Social Search não é novo e é muito bem exemplificado em dois sites adquiridos pelo Yahoo, que têm em comum a capacidade de compartilhar conteúdo, no caso fotos (www.flickr.com) e sites favoritos (http://del.icio.us). Ao entrar em um site desses para procurar um assunto que lhe interessa, basta você digitar uma “tag” ou recorrer a uma lista das mais populares do site. “Tags” são palavras-chave, que os usuários usam para catalogar e contextualizar o conteúdo que disponibilizam. Pronto, em linhas gerais, isso é Social Search. O problema é que construir uma rede social leva tempo e paciência, seja para organizar e catalogar as informações, como para envolver as pessoas. E, além disso, os sites adquiridos pelo Yahoo ainda estão beeeem longe de figurar entre os mais populares da web, ou seja, serem conhecidos pelo usuário médio de internet.

Atento as movimentações da concorrência, aparentemente o Google começou a dar mais destaque à Busca Social: recentemente foi lançado o Google Notebook, uma ferramenta que permite ao usuário coletar textos, imagens, buscas, notícias e páginas favoritas para compartilhar com outros usuários.

A verdade é que os sites de busca têm inovado muito. A principal delas, sem dúvida, foi o sucesso do modelo de compra de palavras-chave em sistema de leilão e pagamento por clique, os famosos links patrocinados, que é o grande responsável pelo crescimento dos investimentos em mídia online nos últimos anos.

Além disso, a cada semana vemos o lançamento de novidades, seja na verticalização de buscas (por exemplo, busca exclusiva por assuntos financeiros) ou por novas aplicações de seus algoritmos, como na busca de arquivos dentro do próprio computador do usuário. E, como em outras vezes, a Microsoft chegou atrasada ao segmento de busca, mas isso não significa que ela não traga novidades. Muito pelo contrário: ela lançou uma nova plataforma que permite gerenciar todas as suas campanhas em um único lugar com segmentações até então inéditas nos buscadores, o MSN AdCenter.

A estratégia do Google tem levantado grandes discussões sobre perda de foco e uma eventual tentativa do líder dos buscadores em tornar-se um portal para manter o usuário o maior tempo possível navegando em suas ?propriedades?, como já fazem MSN, editora Abril e diversos outros sites mundo afora, entre eles o Yahoo. Isso vai contra o conceito de site de busca, onde o usuário entra, encontra o que quer e vai embora. Mas, quem sou eu para discutir com uma empresa que encerrou o primeiro trimestre de 2006 com receita superior a dois bilhões de dólares. [Webinsider]

Marcelo Sant'Iago (mbreak@gmail.com) é colunista do Webinsider desde 2003. No Twitter é @msant_iago.

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