Web 2.0 tem um estilo. Mas não é forma, é conteúdo

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Outro dia li o post Logomarcas tradicionais em estilo Web 2.0, do Carlos Cardoso, que já deu filhotes no blog do Felipe Ranieri e agora brota por aqui. Falava de como diferentes grupos de pessoas entendem a web 2.0.

?Um grupo mais cínico ainda defende que web 2.0 é marketing + cantos redondos + degradê?, dizia o Cardoso. E ele citava um pessoal no Flickr onde os ?cínicos? postam logomarcas famosas em versão 2.0.

As releituras das logomarcas são ótimas, e tem umas que são realmente engraçadas. Mas, em termos conceituais, parece que ainda está longe do que seja web 2.0.

A ?nova fase? da internet nada tem a ver com forma, mas com conteúdo. E também não se trata de uso intensivo de tecnologia, mas de interação na comunicação. É claro que sempre que algo novo aparece, alguém vai querer vendê-lo. E nisso concordo com o Felipe. Se há um cliente disposto a pagar por um serviço, não vejo mal algum.

Então, quando uma empresa remodela seu site para 2.0, acaba por mudar o seu design para avisar ao mundo que tem algo de diferente ali. Só que não adianta nada mudar a aparência, se a forma de se comunicar continuar idêntica, onde um emissor fala e os receptores escutam. O que os teóricos da comunicação, como Pierre Lévy, perceberam é que as ferramentas que temos hoje nos permitem uma interação maior, em um modelo de ?muitos para muitos?, só que sem as fronteiras físicas.

Manuel Castells reforça este pensamento dizendo que ?a formação de redes é uma prática humana muito antiga, mas ganhou vida nova, transformando-se em redes eletrônicas de informação energizadas pela internet, que podem envolver pessoas de dentro e de fora da empresa na troca de experiências e na busca de novas abordagens para problemas comuns.? Nada além do bom e velho ?dedo de prosa? em volta da fogueira, só que virtual.

Portanto, a web 2.0 é a interação entre seres humanos com o objetivo de somar o que se sabe com o que se deseja saber. Nesta conta um tanto louca, o resultado é a multiplicação dos saberes. Parece mágica, mas é Inteligência Coletiva.

Foi isso que os desenvolvedores do Linux fizeram. Através de listas de discussão, trabalharam em conjunto e criaram a maior dor de cabeça para o Bill Gates. É o que o se chama de empoderamento. Cada um de nós pode mudar as coisas, se tivermos a capacidade de nos articular. Isso, claro, pede uma mudança de postura das mais difíceis: ouvir o que o outro diz, levar em consideração, trabalhar com as diferenças. [Webinsider]

Avatar de Ana Redig

<strong>Ana Redig</strong> (anaredig@globo.com) é jornalista. Foi a primeira webmaster do sexo feminino no Brasil e mantém um <strong><a href="http://web2brasil.blogspot.com/" rel="externo">blog</a></strong>.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

19 respostas

  1. Interessante! Web 2.0 não é apenas uma nova forma de empregar uma tecnologia antiga, nem desvalorizar o papel do design e valorizar o papel do conteúdo. A filosofia do Web 2.0 é mudar aquela experiência tradicional que o usuário tem com um site para algo mais dinâmico, mais rico, mais interativo.

  2. O objetivo do texto é válido, mas não achei que foi bem executad,o pois se o conteúdo é o que importa um design que o valorize é fundamental.
    Portanto web 2.0, X3 ou CS2, seja lá o que for também é forma, forma para valorizar o conteúdo e a interação.

  3. …a web 2.0 é a interação entre seres humanos com o objetivo de somar o que se sabe com o que se deseja saber. Nesta conta um tanto louca, o resultado é a multiplicação dos saberes. Parece mágica, mas é Inteligência Coletiva.

    Ao que parece a INTERNET finalmente saiu do baixo nível de atividades e sites roteados na direção do usuário e passou para uma interatividade com patamares emergentes. Já parou pra imaginar o poder que tal versão da WEB traz para as nosas mãos? Podemos finalmente alcançar o desenvolvimento de atividades complexas – mais que apenas S.Os e programas diversos – Seria na verdade uma nova forma de inteligência, uma que ultrapassa os meros 100 bilhões de neurônios humanos e se distribui por todo o globo.
    Gostei do teu artigo Ana Redig. Tá de parabéns.

    Tércio

  4. É engraçado como as pessoas encaram as novas terminologias como tabu. A web 2.0 existe de fato, porém o 2.0 é só uma forma de atualizarmos nossos conceitos em relação à ela.

    Percebam a similaridade com os softwares q utilizamos. Todos são atualizados um dia. Todos mudam de versão. É claro que é impossível atualizar a versão da web. Web nem se compila! Mas a idéia de encarar a web como um produto é positiva no sentido de nos atualizarmos junto com ela. Por que não sermos desenvolvedores 2.0?? E atualizar essa versão a medida que crescemos como profissionais??

    Não importa se os conceitos de web 2.0 já eram utilizados há X anos atrás. A terminologia 2.0 veio para mostrar que é possivel projetar melhor para web, seja de qual maneira for.

    Percebam o cuidado tomado no artigo da Ana Redig ao qual comento novamente agora. Ela não tratou em nenhum momento da definição do termo web 2.0, apenas mostrou que a web 2.0 traz maturidade à web que estamos acostumados a ver.

    Estamos deixando de pensar em sites como produtos diversos dispostos em platereiras. Estamos começando a pensar em sites de acordo com o conceito que a WWW sempre teve, desde sua criação: ser uma rede!

  5. Bom, se tudo tem q ter um rótulo, pois que seja esse. Rótulos são bons para despertar os preguiçosos, é isso.

    Nada de novo, só talvez a capacidade que o rótulo tem de virar manchete e discussões por aí.

    Que venha logo a 3.0, a 4.0, a 300.0 porque ainda tem muita coisa pra revelar.

    Valeu!

    Fernand

  6. Oi Luiz,

    Perguntem-se: Quantos cliques de mouse você aceitaria dar em um site para fazer uma compra on-line, para buscar uma informação? Quanto tempo você aceita esperar que sua interação com o editor de um artigo apareça em um site.

    Isso é o básico de qualquer site, isso é usabilidade!

    O termo web 2.0 é que é moda!

  7. Acho que não devemos analisar esse novo conceito na web como um modismo, modismos são coisas passageiras, conquistam um grupo pequeno de pessoas e tem um tempo de vida muito limitado.

    A Web 2.0 é uma mudança de mentalidade, que deverá ocorrer para quem possui um site; e essa mudança é um apelo do internauta, que cansou de ler, escutar e não poder dar seu manifesto; é a exigência do internauta de não ter que ficar dando refresh atrás de refresh para atualizar conteúdos, carregar um menu ou processar um formulário.

    Perguntem-se: Quantos cliques de mouse você aceitaria dar em um site para fazer uma compra on-line, para buscar uma informação… Quanto tempo você aceita esperar que sua interação com o editor de um artigo apareça em um site.

    Pouco importa se você faz tudo isso funcionar em JavaScript, PHP, AJAX, ou qualquer outra linguagem, leve em consideração que quando alguém procura uma informação, ou um canal de comunicação eficiente, a primeira coisa que a pessoa deve dizer sobre seu site é: Achei, gostei.; ao contrário de: Se fosse eu, teria feito isso com JavaScript.

    Prezados webdesigners, me junto a vocês, e com humildade reconheço; precisamos pensar diferente, desenvolver nossos trabalhos de forma diferente; porque tudo muda, no caso da internet não para o mais bonito, mas para o que é mais interativo e fácil de usar.

  8. Esse lance de arquitetura da informação, web2.0, e outras tecnologias e métodos que inovam o meio que infelizmente não tem como negar é moda, a internet.

    Novas tecnologias que estão surgindo todos os dias, tem causado um certo frio na barriga, e uma correria pra dominar esse meio da moda, em quem faz a publicidade off, pois tudo está ficando tecnologicamente complicado pra quem nunca fez e agora quer mergulhar de cabeça na moda..

    Até me lembra uma música do Racionais Mcs que até rola fazer uma paródia, os leões correndo atrás dos marginalizados..

    …Ce disse que era bom, e a favela ouviu, lá tambem tem whiski, e red bull, tênis nike, fuzil, admito, seus carro é bonito, hé, eu não sei faze,internet, video-cassete, os carro loco, atrasado, eu to um pouco sim, to, eu acho sim, só que tem que, seu jogo é sujo, e eu não me encaixo, eu so problema de montão, de carnaval a carnaval, eu vim da selva, so leão, so demais pro seu quintal,

  9. Oi Sergio,

    Concordo que a internet está em evolução e não mudou, está encontrando seu caminho sem seguir modelos de outras mídias.

    Fábio me dê um exemplo de um sítio ou portal que há 8 anos atrás:

    Permitia que outro serviço fizesse uso de seu conteúdo. que tivesse a produção de conteúdo descentralizada, que considerasse os leitores como muito mais que ?consumidores de conteúdo?, etc e tal

    Site com recursos para exemplificar a conclusão do artigo:

    Portanto, a web 2.0 é a interação entre seres humanos com o objetivo de somar o que se sabe com o que se deseja saber. Nesta conta um tanto louca, o resultado é a multiplicação dos saberes. Parece mágica, mas é Inteligência Coletiva.

    IG, UOL, Terra e outros (Chats, fóruns …);
    Os cms de sites de notícias
    Yahoo!, Google (Grupos);
    Todos os site de relacionamento (Ex: Parperfeito);
    Todos os site de tecnologia tem fóruns de discusões;
    O site dmoz.com é um diretório administrado por colaboradores, você pode ser um;
    Blogs…

    Isto já existia antes do termo web 2.0!

    Aliás, o termo tenta englobar estes serviços, como revolução(marketing para vender palestras e novos ou antigos serviços). O que está acontecendo é a evolução da tecnologia, hoje os computadores (servidores) tem mais capacidade, a tranmissão de dados é mais veloz, a base da web é maior e os programadores estão colocando mais recursos.

    Ex: Orkut é a fusão de alguns destes serviços em um único lugar – uso de perfil de usuário, comum em sites de relacionamento, envio de mensagens como nos fóruns, blog, fotoblog, etc.

    Para quem quiser criar seu site de comunidade usem o Icox – software livre brasileiro – http://www.ico.org.br

    Mas não se engane, todo os sites web 2.0 nos tratam como consumidores de conteúdo sim. Publique uma porcaria qualquer lá no overmundo para ver o que acontece. A liberdade nunca será total, os site tem que manter sua marca, sempre existirá um moderador ou um limite para o conteúdo que será usado e isso já existia antes do termo web 2.0

    abraços

  10. AJAX, ou (Web 2.0) nada mais é do q uma gambiarra no Javascript… tecnologia que existe ha muito tempo e só agora entrou em prática.

    Infelizmente não sou programador… mas espero um dia aprender a desenvolver em AJAX 😉

    valew

  11. Belo artigo,reforçando a idéia fundamental: interação, possibilidade de aplicações diferentes conversarem, sistematicamente, entre si…

    Fábio me dê um exemplo de um sítio ou portal que há 8 anos atrás:

    Permitia que outro serviço fizesse uso de seu conteúdo. que tivesse a produção de conteúdo descentralizada, que considerasse os leitores como muito mais que consumidores de conteúdo, etc e tal

    Não vou nem entrar na questão se é marketing ou não, mas que a WEB mudou na essência isso é fato.

    Como diria o Exupery, palavras são fontes de males entendidos…logo uma nova nomenclatura, é sim necessária 🙂

    Todo dia tem gente nova chegando na web (além das pessoas que já estão há muito tempo, mas ainda com prática da web 1.0), assim, artigos como estes são sempre muito bem vindos!

  12. O que os teóricos da comunicação, como Pierre Lévy, perceberam é que as ferramentas que temos hoje nos permitem uma interação maior, em um modelo de ?muitos para muitos?, só que sem as fronteiras físicas.

    Manuel Castells reforça este pensamento dizendo que ?a formação de redes é uma prática humana muito antiga, mas ganhou vida nova…

    Portanto, a web 2.0 é a interação entre seres humanos com o objetivo de somar o que se sabe com o que se deseja saber. Nesta conta um tanto louca, o resultado é a multiplicação dos saberes. Parece mágica, mas é Inteligência Coletiva.

    Desde que comecei a trabalhar com internet isso já existia, então hoje deveria ser web 33.5 e 1/2!

    Na realidade a internet começa a ter um caminho próprio, sem usar como modelo os padrões da tv ou mídia impressa. Com o aprimoramento do uso das tecnologias estamos conseguindo melhorar as aplicações para web.

    O efeito AJAX, não, não é desinfetante, é uma forma de integrar tecnologias existente (antigas com mais de 10 anos), criando aplicações muito eficientes. Virou moda e tem um monte de mer… por ai.

    web 2.0 é moda!!!

  13. Agora o Webinsider se redime do artigo sobre o site de construtora.

    Parabéns para a autora que explicou perfeitamente o conceito de Web 2.0 (não importante se o termo é marketeiro ou não) citando desde blogueiros aqui da vizinhança até respeitados pesquisadores como Castells e Pierre Lévy.

    Bola dentro do Webinsider.

  14. Finalmente alguém que entende e soube explicar o espírito da Web 2.0 . Parabéns.

    Na verdade Web 2.0 é apenas um nome que já se dava a uma prática antiga, que é de permitir que todos usuários possam se tornar relevantes contribuindo contéudo ou prestando serviços à comunidade através do site.

    Penso que o Slashdot foi o percurso da Web 2.0, pois permitia que os usuários proposessem novas notícias, comentassem as notícias publicadas, ou moderassem os comentários dos outros para que apenas os comentários de valor pudessem ser filtrados para quem não quer perder tempo com comentários inúteis.

    Bem que essa filtragem cooperativa já faz muita falta no WebInsider, agora que todo mundo pode comentar os artigos.

    A única coisa que Tim OReilly, dono da editora OReilly, fez em 2003 foi escrever um artigo que dá um nome simples às práticas dos sites ditos da Web 2.0 e explicar porque isso é bom para o progresso da Web em geral.

    A artigo do Tim OReilly não foi para anunciar uma novidade, mas sim foi para abrir os olhos dos donos de sites que estavam e continuam perdidos, sem saber como se aproveitar do potencial que a participação efetiva dos usuários pode trazer de valor para os sites.

    Há algum tempo atrás me dei ao trabalho de explicar estes e outros detalhes num artigo que escrevi semelhante a este da Ana, precisamente com o intuito de esclarecer uma comunidade dum site que tenho, que desde 1999 se beneficia da contribuição de mais de 1300 autores que distribuem componentes prontos de programação PHP em beneficio de mais 370,000 cadastrados.

    O beneficio para a comunidade de desenvolvedores de PHP em geral é extraordinário. Fica aqui o artigo para quem se interessa por Web 2.0 em geral.

    http://www.phpclasses.org/blog/post/53-Is-PHP-ready-for-Web-20.html

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *